LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 12 de março de 2010

PORTOS E LOGISTICA

Crise da navegação só acabará em 2012

Em depoimento a esta coluna, o diretor de Marketing da V. Ships, Augusto Veladini, afirmou que a crise mundial de navegação não cessará até 2012 e ainda advertiu: " O fim da instabilidade representará apenas a volta dos fretes a níveis confortáveis. Mas tão cedo não serão vistos os altíssimos preços, para fretes e navios, de antes da crise. Era uma verdadeira loucura".
A V. Ships opera mais de 1.000 navios em todo o mundo, sendo líder nessa especialidade. Veladini, que fica na sede da empresa, em Mônaco, esteve no Rio, com outro diretor internacional, Antonio Ciocci, e recebeu convidados em recente evento ao lado do diretor do escritório no Brasil, Eduardo Bastos.
Veladini detalha que o setor marítimo - que em inglês se diz "shipping industry", quando, no Brasil, a atividade está incluída na área comercial - atua diretamente ligado a bancos. E, do mesmo modo, os donos das cargas, os embarcadores, também não operam com dinheiro vivo, mas sempre através de financiamento bancário.
- Antes da crise havia uma euforia irresponsável, com preços nas alturas. Em seguida, veio a retração dos mercados internos de cada país, somada ao corte de crédito, dos bancos, para armadores e embarcadores. Isso criou o pior dos mundos, o que, felizmente, já passou - disse.
Lembrou que um navio tipo "Capesize", de 150 mil toneladas, chegou a ser fretado pela fortuna diária de US$ 200 mil. Em seguida, despencou para US$ 40 mil e, agora, está em momento de quase normalidade, próximo de US$ 100 mil diários. Recordou que um navio do tipo Panamax chegou a ser alugado por US$ 100 mil diários e hoje está por volta de US$ 40 mil.
- Saímos do auge da crise, mas os armadores ainda trabalham para pagar os custos financeiros e de operação. Enquanto a atividade não der lucro, que é a base do capitalismo, não se pode dizer que esteja tudo bem.
Veladini compara a situação na navegação ao que ocorreu no mercado imobiliário americano, em que se comprava um apartamento em Nova York por US$ 200 mil e, em alguns meses após, o imóvel poderia valer o dobro ou o triplo, sem justificativa razoável para tamanha valorização.
Para Veladini, a crise econômica está mais forte nos Estados Unidos do que no Brasil e, na Europa, mais intensa ainda.
- Apesar do nome, quando ocorre uma crise, os Estados Unidos são um país uno e coordenado. Já a Europa é um conjunto de países, que carece de plena união política, o que atrasa a superação dos problemas econômicos e sociais. Cita que a valorização do euro em relação ao dólar é perversa, pois dificulta as vendas externas européias e, assim, inibe a oxigenação das economias européias." Essa valorização do euro é verdadeira tragédia" - garante.
Segundo Veladini, as empresas de containeres são as maiores vítimas da crise e prova disso é que muitos governos deram aportes para empresas nacionais da atividade. " Praticamente todas as grandes companhias de transporte de containeres sofreram acentuadamente com a crise e muitas foram ajudadas por seus governos, que não abrem mão de dispor de empresas com a bandeira nacional na atividade" - afirmou, sem citar nomes de empresas.
Sobre a V. Ships, Veladini revela que o controle de mais de mil navios é feito por escritórios espalhados em todo o mundo, onde trabalham 1.800 pessoas. Nos navios estão 28 mil marítimos, de praticamente todas as nacionalidades. Lembrou que o grupo cresceu muito, pois teve início apenas em 1984, quando controlava 35 navios.
Por fim, Veladini afirma que o mundo se defronta com sério problema, que é a falta de tripulações.
- Se um armador achar uma tripulação razoável para seu navio, pode se considerar sortudo. Se encontrar uma tripulação excelente, pode-se dizer que é muito sortudo. Há falta de gente para operar navios no mundo todo. Os jovens não querem mais se aventurar no mar, mas ficar em terra, mesmo com menor salário ou dificuldades de emprego. A vida no mar é dura e, embora remunere bem, não atrai mais os jovens, que querem ficar em terra para ir à universidade, namorar, ver shows de rock ou estruturar uma família.
Segundo Veladini, a falta de tripulações passará a ser, em breve, um problema discutido nas mesas dos principais líderes mundiais, uma vez que o progresso não pode parar e a navegação é o principal elo das correntes de comércio.
Sinaval(Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore)

Maruba retorna suas operações em Itajaí
Com a movimentação de 2,8 mil toneladas de cargas de importação e exportação, o armador argentino Maruba retornou ao Porto de Itajaí no último sábado, dia 06 de março.
A empresa que havia deixado de operar na cidade do Vale do Itajaí, desde as enchentes de 2008, quando transferiu suas escalas para o Porto de São Francisco do Sul anunciou seu retorno ao Complexo Portuário do Vale do Rio Itajaí Açu. A região agora, passa a contar com mais um serviço independente para o continente asiático.
Na primeira escala no porto itajaíense a Autoridade Portuária e a diretoria do Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi) homenagearam o comandante do navio Maruba Europa, Alfonso Quicho, com um brasão do Porto de Itajaí, entregue pelo diretor Comercial Robert Grantham.
NetMarinha


Deutsche Messe exporta maior feira de logística do mundo ao Brasil
Companhia alemã espera que o evento seja o maior do segmento na América Latina. Empresa afirma que a feira será a maior do setor na América Latina
Amparada na boa perspectiva econômica do Brasil nesta retomada pós-crise, a Deutsche Messe está trazendo para o País a CeMAT que, segundo a empresa, é referência internacional nos segmentos de movimentação de materiais, logística e intralogística.
Em território latino-americano, o evento será conhecido como CeMAT South América. E, de acordo com Andreas Gruchow, presidente da Deutsche Messe AG, o Brasil foi escolhido para sediar o evento por questões estratégicas. “Estamos ‘tropicalizando’ dois eventos de Hannover (Alemanha) e a economia brasileira justifica isso, nos admiramos com a capacidade do País em superar a crise”, comentou o executivo.
Além da rápida retomada econômica e de poucos efeitos negativos em relação ao cenário negativo da economia mundial no último ano, Gruchow apontou outros pontos que favoreceram a realização da CeMAT no Brasil. Entre eles, está a perspectiva de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em aproximadamente 5%.
No mais, o presidente da Deutsche Messe ressaltou: “o Brasil tem boa expectativa de crescimento nos setores de TI e Logística, principalmente neste momento em que a economia se recupera”, diz. “Prevemos grande crescimento em razão de eventos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016”.
A CeMAT South será realizada em São Paulo; a primeira edição ocorrerá de 4 a 7 de abril de 2011. Gruchow explicou que o evento será muito semelhante ao de Hannover, principalmente para que haja dinamicidade em relação às informações que são apresentadas nos estandes e a demonstração prática de um determinado equipamento.
Nesse sentido, o Centro de Exposições Imigrantes foi escolhido para viabilizar o evento. O local apresenta uma área interna com 14 mil metros quadrados e externa de 6.800 metros quadrados, que agrega pista asfaltada e arquibancada.
Com isso, os expositores terão a possibilidade de oferecer “test-drive” aos visitantes. O programa do CeMAT brasileiro integra: manuseio mecânico, tecnologia de armazenagem e de equipamentos de oficina, embalagens e equipamentos de coleta, sistemas de manuseio, tecnologia de armazenagem, logística e carga e softwares de manuseio e logística, entre outros.
Na lista de expositores esperados para o evento estão: empresas de agricultura, construção, finanças e seguradoras, venda, manutenção e conserto de veículos motorizados, serviços técnicos e científicos, transporte e armazenagem.
Conforme relatou Gruchow, o público alvo da feira é formado por profissionais das áreas da indústria aeroespacial, aeroportos, indústria automobilística, logística e distribuição, telecomunicações, portos e marinas, rede de atacado e varejo, transporte e armazenagem, indústria têxtil e de máquinas.
A empresa ainda não tem perspectivas sobre o número de expositores e visitantes. Porém, o executivo ressaltou: “esperamos que seja o maior evento do setor na América Latina”. E completou: “o segmento de logística e movimentação de carga estão em todas as áreas da economia”.
Segundo ele, o objetivo é, principalmente, unir as empresas do ramo para promover um intercâmbio com instituições alemãs. Assim, companhias nacionais poderão participar da feira na Alemanha, bem como as alemãs certamente se interessarão pela exposição no Brasil. Atualmente, a Deutsche realiza edições do evento na Rússia, China, Turquia e Índia. A exposição tem periodicidade de três anos.
Na opinião de Carlos Buch Pastoriza, diretor da Abimac (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que apoiará o CeMAT, “o evento é de grande importância porque tornará mais fácil a internacionalização dos associados e, principalmente, da pequena e média empresa”, considerou.
netmarinha com informações WebTransp

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