Mesmo sem monopólio, IRB ainda recebe risco
Mesmo com a quebra do monopólio estatal do mercado de resseguros no Brasil, em 2007, grande parte do risco de seguro do mercado brasileiro ainda é repassado ao IRB Brasil RE, antigo Instituto de Resseguros do Brasil, que fechou 2009 com 80% de participação de mercado. "É natural que continuemos na liderança do setor já que o monopólio durou 69 anos. Nós, no entanto, não estamos preocupado em perder market share, o que será natural com o avanço da abertura do setor", explicou o presidente do IRB Brasil RE, Eduardo Nakao.
Com estrutura de capital divida meio a meio entre o Tesouro Nacional e um pool de 25 seguradoras privadas, o IRB Brasil RE conserva sua tradição de assunção de risco de terceiros, porém sua metodologia de subscrição está mais rígida e a empresa tem evitado e até recusado operações com histórico ruim.
Nakao disse acreditar que as perspectivas de desenvolvimento para o País reservam também boas expectativas para o resseguro. Segundo o executivo, os projetos de infra estrutura em andamento e a garantia de realização da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Brasil serão alavancas para expansão das operações de seguro, principalmente dos ramos de Garantia, que garante obrigações contratuais entre empresas, de Engenharia e de Operações.
RESULTADOS. O IRB Brasil RE fechou 2009 com lucro líquido de R$ 370,4 milhões, alta de 2,67% em relação ao apurado em 2008 (R$ 360,7 milhões). O volume de prêmios retidos, que mede o faturamento da empresa, em 2009 ficou em R$ 1,587 bilhão, alta de 3,34 % em relação aos R$ 1,536 bilhão de 2008. "Ainda que tenhamos apurado crescimento abaixo da inflação, considero nosso resultado satisfatório, tendo em vista que competimos com grandes seguradoras locais", disse Nakao, referindo-se às empresas, nacionais e estrangeiras, que assumem risco com CNPJ do Brasil.
O patrimônio líquido do IRB encerrou 2009 em 1,993 bilhão, alta de 5,96% frente ao verificado em 2008 (R$ 1,881 bilhão). A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 19,68%. O índice de sinistralidade dos riscos retidos pelo IRB-Brasil Re em 2009 foi de 61,78%, uma redução de 14,47 pontos percentuais em relação a 2008.
As reservas técnicas realizadas em 2009 atingiram o montante de R$ 6.359,9 milhões, uma redução de 11,37% em relação a 2008. Como o índice de sinistralidade em 2009 diminuiu, explica a empresa, houve uma redução natural do provisionamento.
Portos e Navios
Lucros são afetados pela escassez de cargas
Os armadores que trabalham com navios capesize encaram dificuldades no setor, com a previsão de uma queda nos valores de frete ainda maior que a registrada nas últimas semanas.
Segundo os corretores de embarcações, o mercado está com excesso de tonelagem ociosa, pois a demanda para cargas encontra-se relativamente baixa e, consequentemente, os valores estão caindo.
Quanto ao montante de navios ociosos, chegou-se a computar cerca de 150 navios capesize disponíveis somente no Pacífico. Desse total, aproximadamente 30 embarcações aguardavam cargas para serem carregadas no Brasil.
O índice global mostra que os valores no mercado spot (cujo serviço não é regular) de embarques da Austrália para China estão ligeiramente acima de US$ 9 por tonelada, sendo que alguns fretadores tentam forçar os preços para US$ 8,80 por tonelada.
A situação está mais favorável no Atlântico, onde os valores estariam perto dos US$ 25 por tonelada na rota entre Tubarão (ES) a Qingdao (China). Estima-se que cerca de 60 embarcações (incluindo as vazias) estão livres no Atlântico.
Os corretores reiteram que não existirá recuperação no setor até que a China efetue reajustes dos preços para minério de ferro.
Guiamaritimo
Transbordo demorado e Antaq
As autoridades do setor marítimo e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) precisam dotar de maior velocidade as operações de transbordo de cargas que serão utilizadas como apoio à exploração de petróleo e gás no Brasil. Com o aumento das operações offshore devido às recentes descobertas na camada pré-sal, tem sido cada vez mais comum a importação de mercadorias como tubos e materiais para perfuração. Em alguns casos, essas cargas têm ficado um longo período paradas nos portos em que chegam, aguardando a autorização da Antaq para serem transportadas até os navios e plataformas que farão essas operações.
Isso acontece porque os materiais recém chegados ao Brasil não terão como destino final um porto organizado, o que configuraria uma operação de cabotagem. Eles são destinados a navios fundeados em baías, locais que a Antaq não reconhece como portos. A preocupação dos importadores e dos trabalhadores é com a agilidade das operações. No Porto de Angra dos Reis, que tem localização estratégica para dar apoio às operações offshore no Rio de Janeiro, grande quantidade de tubos importados da Inglaterra ficou parada na última semana, prejudicando a todos os envolvidos.
Diante do crescimento esperado desse tipo de atividade no Brasil, é necessário que a agência reguladora elabore normas para garantir definitivamente a eficácia desse tipo de transbordo.
PORTOGENTE
Assessor da SEP confirma implantação do Porto sem Papel em Vitória
Vitória será o segundo porto a ter implantado o projeto Porto Sem Papel. A confirmação do cronograma, já publicado pelo PortoGente, é de Luis Claudio Santana Montenegro, assessor da Secretaria Especial de Portos (SEP) e que representa o órgão no Conselho de Autoridade Portuária no Espírito Santo (CAP). O primeiro a receber o projeto será o Porto de Santos (SP) provavelmente no dia 8 de abril próximo, segundo Montenegro. Depois de Vitória, será a vez do Porto do Rio de Janeiro.
"A estratégia de implantação passa por um momento de desenvolvimento do sistema. A ideia é de que em meados de março comecem a treinar os anuentes dos portos para conhecer e entender o sistema. Fiscais e operadores de ponta também serão treinados". Montenegro explica que se terá uma base, mas que não serão descartadas as realidades regionais.
O orçamento para o Porto sem Papel consta do no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois da implantação do projeto em Santos, a SEP irá avaliar os valores a serem aplicados nos demais portos. Contudo, Montenegro disse que existe a possibilidade de que as implantações sejam realizadas paralelamente. "Santos é o primeiro pela sua complexidade. Conforme o andamento em Santos vai para Vitória".
Rastreando cargas
O assessor da SEP adiantou que existe um anteprojeto denominado Carga Inteligente, que consiste no rastreamento das cargas para agilizar as liberações. Para sua implantação o Governo Federal, por meio da SEP, firmou parceria com a empresa Unisys Corporation, que fará o estudo de viabilidade. Para esse estudo, já estão disponíveis US$ 600 mil.
"A idéia é analisar quais as alternativas tecnológicas existentes para rastrear a carga da origem ao porto ou do porto ao destino final atendendo a exigências dos norte-americanos". Os Estados Unidos querem saber quais os caminhos para as cargas numa ação preventiva de segurança contra possíveis movimentos terroristas. O projeto ainda está embrionário. "Tem que desenvolver sistemas, tecnologias, integrações com autoridades etc. O rastreamento é parte complementar do Porto sem Papel e o Porto de Vitória pode ser contemplado com esse projeto também".
Outro projeto em andamento para o Porto de Vitória é a organização do acesso ao complexo portuário sem perda de tempo. Segundo Montenegro, há estudos para a criação de uma organização de acesso ao porto que incluirá o sequenciamento de autorizações para acesso evitando congestionamentos. O projeto será conjunto entre prefeituras da Grande Vitória, Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e CAP. “Esse é um projeto importante e urgente". A fonte de recursos para sua implantação ainda não foi definida.
Andréa Margon - de Vitória/ES - Website: www.codesa.gov.br
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