LEGISLAÇÃO

terça-feira, 2 de março de 2010

EXPORTAÇÃO - IMPORTAÇÃO - PORTOS

Exportações mais seguras

Harmonização de procedimentos facilita a solução de conflitos.
Por Lytha Battiston Spindola da Silva
O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, em dezembro passado, proposta de adesão pelo Brasil à Convenção de Viena sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias. A proposta deve agora ser encaminhada ao Congresso Nacional.
Firmada no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1980, a Convenção de Viena tem por objetivo promover a segurança jurídica e a previsibilidade das relações comerciais entre as empresas estabelecidas em diferentes países. Trata-se de harmonização de procedimentos que auxilia a remover obstáculos jurídicos, facilita a solução de conflitos na área dos contratos e reduz os custos de transação no comércio internacional, principalmente, para as pequenas e médias empresas.
A padronização dos procedimentos aplicáveis é uma forma de estimular o intercâmbio comercial entre os países e tem despertado grande interesse por parte dos envolvidos na atividade negocial. Para alguns estudiosos do assunto, a existência de diferentes sistemas jurídicos nacionais potencialmente aplicáveis a um determinado contrato internacional pode ser considerada barreira não tarifária e deveria ser eliminada no bojo de um mercado global.
Atualmente, a Convenção conta com a participação de 74 Estados-partes que, além de responderem por mais de 90% do comércio mundial, incluem alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em termos de fluxo comercial, segundo os dados estatísticos de 2009, 75% do comércio exterior brasileiro foi realizado com países signatários da Convenção.
No ano passado, cerca de 40% das exportações brasileiras foram direcionadas à China, EUA, Argentina, Países Baixos, Alemanha – todos Estados-partes da Convenção. Quase metade das importações brasileiras (49,1%) foram provenientes dos EUA, China, Argentina e Japão, sendo esse último país também signatário da Convenção. Os demais países do Mercosul, inclusive a Venezuela, já são signatários, o que reforça a importância que a Convenção tem para o Brasil.
As normas da Convenção de Viena são aplicadas aos contratos internacionais de compra e venda de mercadorias, entendidos como aqueles em que as partes contratantes estejam estabelecidas em países diferentes, ou cuja obrigação deva ser cumprida em jurisdição diversa daquela na qual o contrato foi firmado. Para os contratos nacionais, não há alteração, o que significa dizer que o direito aplicável continua sendo, no caso brasileiro, a legislação civil interna.
Um dos grandes méritos desse Tratado é a consolidação de todas as regras relativas ao contrato internacional. Disciplina desde a formação contratual entre presentes ou à distância, a exemplo da utilização dos meios de comunicação por via eletrônica, até a definição das obrigações às partes.
O princípio que rege a Convenção é o da preservação dos contratos. Por isso, a sua anulação somente deve ocorrer em situações extremas. A Convenção garante ainda, à parte lesada, e sem prejuízo do que prevê o direito interno de cada um dos Estados signatários, remédios contra o descumprimento do contrato, como a indenização por perdas e danos e a execução específica das prestações ajustadas.
Assim, após a adesão brasileira, a empresa nacional que exportar seus produtos, por exemplo, para a China, não precisará conhecer as obrigações contratuais previstas no sistema jurídico chinês para ter segurança na realização de seus negócios. Bastará conhecer as regras da Convenção, na versão oficial em português.
Para avaliar a conveniência da adesão brasileira, a Camex reuniu especialistas na matéria e organizou palestras visando identificar potenciais riscos e benefícios decorrentes da participação brasileira nesse Tratado. A partir de tais debates e análises, verificou-se que, na doutrina jurídica especializada em contratos internacionais, a opinião corrente é favorável à participação brasileira. Diversas entidades do setor privado também se manifestaram positivamente em relação à proposta de adesão.
O mesmo ocorre nos órgãos do governo que têm trabalhado para a adoção de melhores práticas de gestão no comércio internacional, como a simplificação, modernização e desburocratização de procedimentos. O entendimento geral é de que a aplicação da Convenção possibilita a redução dos custos jurídicos, pela certeza da regra aplicável aos contratos e pela maior facilidade na solução de eventuais conflitos decorrentes das transações comerciais. O aumento da segurança jurídica, por sua vez, conduz a uma maior diversificação de mercados de destino, ao aumento do volume de exportações e ao incremento da pauta brasileira com produtos de maior valor agregado.
A participação do Brasil nas exportações globais ainda está aquém do potencial de nossa economia. Aumentar a fatia de produtos brasileiros no mercado internacional é prioridade de governo e importante meta da Política de Desenvolvimento Produtivo. Por isso, medidas que tenham como objetivo ampliar o leque de mercados importadores, diversificar a pauta de exportações e incrementar a oferta de produtos de maior valor agregado, também serão estimuladas com a adesão do Brasil à referida Convenção.
A decisão do Conselho de Ministros da Camex abre a oportunidade para que a Convenção de Viena venha a ser incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro. Os próximos passos dependerão do Poder Legislativo, a quem cabe a aprovação do texto legal da Convenção, permitindo assim a adesão brasileira a esse importante tratado internacional.
Lytha Battiston Spindola da Silva é secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex)
Valor Econômico


Avicultura e derivados da cana vão impulsionar exportações do agronegócio paraibano
Os setores de avicultura, cachaça e fruticultura deverão impulsionar as exportações do agronegócio paraibano nos próximos anos. Segundo Hermes Ferreira, superintendente da Secretária Federal da Agricultura na Paraíba, o segmento exportou, em 2008, US$ 131,62 milhões, o que representou 0,18% das exportações brasileiras. O tema foi abordada nesta sexta-feira (26), durante a 14ª Agroint – curso de integração para exportação, em João Pessoa.
De acordo com Hermes Ferreira, a tendência é de que as exportações aumentem. Os investimentos na avicultura deverão ampliar as vendas do setor para o mercado da Arábia Saudita ainda este ano. No segmento de cachaça há empresas aptas e com potencial para a exportação. No Sertão e Litoral do estado, empresas deverão manter as vendas para o mercado exterior com o foco em frutas orgânicas.
Em 2008, frutas como o mamão e o maracujá, cultivados de forma convencional, e o queijo, o mel, a manga e o melão orgânicos foram os produtos responsáveis pelas exportações no estado. Segundo Adilson Oliveira Farias, assessor da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Paraíba tem um importante potencial para orgânicos.
De acordo com Adilson o Estado possui também potencial exportador, e não são os aspectos burocráticos que impedem as exportações, mas a falta de trabalho em grupo, pois o mercado exige volumes consideráveis e regularidade na entrega.
Para ele, a estratégia de desenvolvimento da Paraíba também deve ser pautada em produtos agrícolas que agreguem valor, a exemplo dos orgânicos e da prática do comércio justo. “Estes produtos exigem mão de obra e levam desenvolvimento para o campo”, reforça.
Segundo Mario Borba, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PB, a perspectiva com o Agroint foi de demonstrar que os pequenos negócios rurais também podem ter acesso ao mercado internacional, desde que devidamente preparados.
 Agência Sebrae


Pacote deve criar crédito automático a exportador
A discussão também envolve medidas para reduzir a burocracia que atrapalha as exportações
Os exportadores poderão ganhar um mecanismo de crédito automático para compensar os impostos federais pagos pelos fornecedores, segundo proposta em discussão pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento com representantes de grandes exportadores. A discussão faz parte de um pacote de apoio ao setor que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer anunciar ainda em março, segundo informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a auxiliares.
A discussão também envolve medidas para reduzir a burocracia que atrapalha as exportações. Uma das ideias em análise é a isenção de imposto sobre remessas de moeda estrangeira feitas pelas empresas exportadoras ao exterior. Seriam isentas as remessas até um certo limite, algo em torno de 3% a 5% do valor FOB (excluídas as despesas de frete) das exportações da empresa. O grupo que prepara o pacote tem debatido, ainda, medidas de financiamento, a principal delas a criação do Eximbank brasileiro.
Alguns temas enfrentam resistências da Secretaria da Receita Federal, o que exigirá negociações nos próximos dias.
Um dos principais alvos do pacote a ser anunciado por Lula é a criação do mecanismo eletrônico para evitar a acumulação de créditos tributários que ocorre quando os exportadores, teoricamente isentos de imposto, incorporam em seu processo de produção matérias-primas ou mercadorias tributadas. Além desse mecanismo, governo e empresários discutem uma possível redução da base de cálculo do imposto dos exportadores, que compensaria, assim, o tributo cobrado nas etapas iniciais do processo produtivo.
As discussões sobre o pacote começaram dias depois de um jantar entre Lula e um grupo de 50 exportadores, no fim de dezembro, quando o presidente comunicou aos empresários a preocupação com a deterioração dos resultados no comércio exterior do país. Na quarta-feira, Mantega reunirá o comitê de acompanhamento do crescimento (antes denominado de "acompanhamento da crise"), quando o tema deverá ser abordado com grandes exportadores que fazem parte do grupo. Ainda neste mês, Lula poderá receber esses empresários para ouvi-los sobre o pacote.
Valor Econômico OnLine


Brasil responderá pela metade das exportações mundiais de frango
O Brasil pode chegar ao final da próxima década respondendo pela metade das exportações mundiais de carne de frango se considerados apenas os cinco maiores exportadores atuais - pela ordem e depois do Brasil, EUA, União Européia, Tailândia e China. Juntos, Brasil e EUA podem responder por mais de 80% do total exportado pelos cinco países.
A previsão está contida nas "Projeções Agrícolas do USDA para 2019", documento recém-divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA, em cuja elaboração estiveram envolvidos dez diferentes agências ou serviços integrantes do órgão.
Elaboradas com base em dados disponíveis em novembro de 2009, as "Projeções" estimam que as exportações norte-americanas de carne de frango permanecerão em queda até o ano que vem, voltando a apresentar crescimento a partir de 2012, mas sem atingir o nível registrado em 2008, ano em que atingiram seu nível recorde.
Para o Brasil, a previsão é de reversão da queda já em 2010, superando-se o recorde atingido também em 2008. E, tirando-se o revés registrado em 2009, a expansão deve ser contínua, podendo chegar a 2019 com um incremento de 35%. Atenção, porém, porque isso corresponde a um incremento médio de não mais que 2,5% ao ano.
Em relação aos outros três principais exportadores, só Tailândia e China tendem a aumentar suas exportações, enquanto a União Européia tende ao decréscimo. Nos dois países asiáticos, os índices de expansão serão expressivos - na China, de quase 50%; na Tailândia, de aproximadamente 60% - mas sem risco para a hegemonia de Brasil e EUA.
Brazil Moda


Vendas ao exterior podem subir 5% neste ano, diz BRF
SÃO PAULO - A Brasil Foods - empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão - espera uma recuperação tímida das exportações neste ano, após ver o declínio das vendas externas derrubar os resultados operacionais da empresa em 2009.
Para 2010, a expectativa é de um incremento entre 3% e 5% dos volumes vendidos no exterior, levando-se em consideração um cenário de recuperação gradual da economia mundial e maior estabilidade da taxa de câmbio, que na previsão do grupo, deverá ficar perto de R$ 1,70 na média.
"O mercado externo terá apenas uma recuperação lenta e gradual. Não esperem um grande crescimento", afirmou Leopoldo Virieto Saboya, diretor financeiro e de relações com investidores da BRF, durante apresentação dos resultados da companhia à imprensa.
Em 2009, a receita da BRF com o mercado externo recuou 14%, marcando R$ 9,144 bilhões, o que anulou os efeitos positivos da alta de 4% nas vendas domésticas (R$ 15,282 bilhões). Na soma, o grupo apresentou uma receita consolidada 4% menor no ano passado, de R$ 24,426 bilhões.
Segundo Saboya, as vendas ao exterior refletiram uma queda de 6% nos volumes e de 16% no preço em dólares dos produtos. Tudo isso somado a um período de desvalorização do dólar, que pressiona para baixo os resultados em reais.
O ponto positivo, disse, é que os preços já reagem no exterior, com exceção do Oriente Médio, onde ainda há uma forte "queda-de-braço" entre a produtora e seus consumidores. "Os demais mercados, incluindo a Eurásia, reagem de maneira lenta e gradual", assinalou.
Para o mercado interno, as perspectivas são mais positivas, tendo em vista a tendência de crescimento da economia e da renda. Assim, espera-se uma evolução entre 8% e 10% nos volumes da BRF no mercado brasileiro neste ano.
Valor Econômico OnLine


Ministério identifica fraude em certificado de exportação para UE
Em uma auditoria de rotina, há cerca de dois meses, o Ministério da Agricultura identificou que a Arantes Alimentos adulterou certificado sanitário para exportação de carne bovina à União Europeia. Após a descoberta, o frigorífico foi desabilitado para exportar ao bloco e cargas de carne que estavam a caminho dos mercados compradores tiveram de retornar. A UE foi informada sobre o problema pelo ministério brasileiro. Procurada, na sexta-feira, a Arantes Alimentos não retornou as ligações da reportagem.
Em decorrência do episódio, o Ministério da Agricultura decidiu fazer auditoria nos documentos de exportação de todas as empresas brasileiras que vendem para a União Europeia. De acordo com fontes do setor, o ministério não encontrou fraudes nos certificados dessas outras empresas.
A descoberta de adulteração nos certificados de exportação ocorre num momento delicado para o Brasil, já que a União Europeia enviará este mês uma missão técnica ao país para avaliar o sistema de defesa animal, que inclui a rastreabiliadade do gado. Atualmente apenas um número restrito de fazendas do país com animais certificados e rastreados pode fornecer bovinos para abate nos frigoríficos e exportação para o mercado europeu.
Para evitar qualquer medida dos europeus, o governo vai argumentar que só foi possível descobrir a fraude no certificado porque o sistema de auditoria é confiável.
Uma fonte do setor avalia que o episódio não deve prejudicar o Brasil ante a União Europeia. A razão, diz, é que a falsificação do certificado foi um caso isolado. Além disso, a fiscalização funcionou e o governo agiu rápido para evitar novas fraudes, afirma.
Valor Econômico/ Alda do Amaral Rocha e Mauro Zanatta, de São Paulo e Brasília

Importação cresce no ritmo de recuperação da economia

O bom desempenho da economia já começou a impulsionar as importações. A tendência é que novas empresas busquem adquirir insumos, produtos acabados e máquinas no mercado externo em 2010. “Estamos retomando o padrão de importações do pré-crise”, disse o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
Em janeiro, as importações cresceram 16,8% em relação a janeiro de 2009. O ritmo das compras externas foi melhorando ao longo dos meses na comparação com igual período do ano anterior. Em outubro, as importações caíam 22,2%. Em novembro, a redução foi de 8,2%. Em dezembro, uma alta de 6,8%. A balança comercial de fevereiro será divulgada na segunda-feira.
A recuperação das importações está sendo impulsionada pelas compras de bens intermediários. Entre setembro de 2009 e janeiro, as empresas brasileiras importaram 9,5% mais insumos, apontam dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) calculados sem influências sazonais pela LCA Consultores. Só em janeiro, comparado com dezembro, as importações de insumos subiram 3,2%.
O ritmo de crescimento das importações de matéria-primas chega a ser superior ao da produção industrial. A estimativa da LCA é que a produção da indústria avançou 3,1% entre setembro e janeiro. Os dados de janeiro ainda não foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Está ocorrendo uma substituição de insumos nacionais por importados”, disse o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. O principal estímulo da troca de fornecedores nacionais por importados é o câmbio. Mesmo os exportadores procuram importar mais para manter sua competitividade – uma espécie de hedge natural.
No setor de bens de consumo duráveis, a substituição de produtos nacionais por importados é mais visível. Entre setembro e janeiro, a importação desses itens cresceu expressivos 30,2%, enquanto a produção caiu 1,1%. A retirada dos benefícios fiscais concedidos pelo governo para combater a crise impactaram a produção local.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a reação das importações começou em setembro de 2009 e deve atingir um ritmo mais forte a partir de março.
Ele acredita que as importações de bens de capital devem se recuperar com vigor à medida que as empresas voltam a investir. Na sua avaliação, o câmbio valorizado vai ajudar as empresas a substituir maquinário obsoleto. Por enquanto, as compras externas de máquinas e equipamentos ainda mostram estagnação. Na série sem influências sazonais, a alta é de apenas 0,6% nesse setor.
A avaliação dos especialistas em comércio exterior é que mesmo uma desvalorização moderada do real não vai atrapalhar o crescimento das importações, que deve ocorrer acompanhando o desempenho da economia brasileiro. “O câmbio só vai prejudicar as compras externas se o dólar ultrapassar R$ 2″, diz Castro.
O Estado de São Paulo


Chineses selam ingresso no capital da MMX

 A conclusão do negócio entre o grupo chinês Wuhan Iron and Steel (Wisco) e a MMX Mineração e Metálicos Metálicos, empresa controlada pelo grupo EBX, do empresário Eike Batista, foi celebrada na sexta-feira. Na ocasião, o grupo chinês fez a integralização de capital na MMX via subscrição de 101,8 milhões de ações ordinárias (ON, com direito a voto), equivalentes a 21,52% do capital da mineradora. A integralização foi feita pela Wisco Brasil Investimento em Metalurgia, subsidiária brasileira da companhia chinesa, conforme previsto no cronograma da operação de aumento de capital da MMX em curso.
Os chineses pagaram pela parceira com Eike R$ 738,9 milhões, o equivalente a US$ 400 milhões convertidos pela cotação da moeda americana em 10 de fevereiro e já depositados na conta da mineradora, como adiantou Roger Downey, presidente-executivo da MMX ao Valor. Ainda faltam R$ 480 milhões para serem integralizados pelos minoritários, que poderão exercer seu direito de preferência de subscrição destes papéis ao custo de R$ 7,26 por ação, até o dia 18 de março. O aumento de capital da MMX deve totalizar R$ 1,2 bilhão.
"Quem achava que tinha risco na operação com os chineses agora concluiu que o risco era zero", disse Downey em resposta a investidores que tinham dúvidas em relação à transação com a Wisco. Peng Chen, diretor financeiro do terceiro maior conglomerado de mineração e siderurgia da China, veio ao Brasil especialmente para fechar a transação, acompanhado de 27 técnicos e consultores. Como minoritária, a Wisco terá direito a dois assentos no conselho de administração da MMX. Contudo, não foi assinado nenhum acordo de acionistas entre as partes.
Para Downey, a entrada da Wisco na MMX muda para melhor a situação da empresa, a começar pelo fechamento do contrato de compra e venda de 50% do minério de ferro a ser produzido pela mineradora, cuja meta é ampliar sua capacidade de produção para 33,7 milhões de toneladas, em princípio até 2013. Deste total, 32 milhões serão exportados, dos quais 16 milhões para a Wisco, nos próximos 20 anos.
O dinheiro dos chineses também vai ajudar a empresa a ficar "com balanços mais bonitos", como enfatizou Downey, que garantiu estar trabalhando para melhorar a situação operacional e reduzir a dívida da MMX em 2010. "Com estes recursos, minha dívida será bem mais baixa do que era", disse ele, sem informar o valor do débito, alegando que está para divulgar o balanço do quarto trimestre de 2009 da empresa no dia 12 de março.
Prévia dos resultados da companhia neste período, divulgada pela Itaú Securities, acena com melhora dos números da MMX no quarto trimestre de 2009, por conta de um volume recorde de vendas de minério no período, de 1,8 milhão de toneladas. Apesar das vendas contribuírem com receita estimada de US$ 117 milhões para a mineradora, a Itaú Securities avalia que ela deve fechar o balanço trimestral no vermelho.
A MMX deve amargar um prejuízo na faixa de R$ 25 milhões, valor 95% menor que o prejuízo de R$ 507 milhões obtido no mesmo período de 2008, avaliam os analistas Marcos Assunção e Alexandre Miguel. Eles prevêem ainda um lucro antes de juros, impostos, depreciaçao e amortização (lajida) negativo de R$ 18 milhões, superior aos R$ 8,5 milhões negativos do mesmo período de 2008. E uma margem lajida de menos 15,4%, ante uma margem de menos 8,5% no quarto trimestre de 2008.
Valor Econômico/ Vera Saavedra Durão, do Rio


Infraestrutura é grande aposta dos executivos
Uma das principais apostas dos fundos de pensão para garantir o crescimento nos próximos anos é o setor de infraestrutura, o maior gargalo da economia brasileira. Além do pré-sal, projetos como os da Hidrelétrica de Belo Monte e o Trem de Alta Velocidade (TAV), entraram no radar dos executivos que administram o dinheiro dos trabalhadores.
"As oportunidades estão por toda parte, em energia elétrica, transportes, logística e a cadeia de óleo e gás", afirma o diretor financeiro da Petros, Luís Carlos Afonso.
Segundo ele, o setor elétrico, por exemplo, tem características importantes para os fundos de pensão, que precisam ter uma carteira de investimentos de longo prazo para cumprir as metas atuariais. "Os empreendimentos do setor são de longo prazo e risco baixo. Depois de fazer os aportes iniciais, o investimento se torna uma renda fixa", comenta.
Sobre Belo Monte, ele afirma que a Petros está em período de discussões com alguns parceiros. Mesma situação é descrita pelo diretor de Investimentos da Funcef, Demósthenes Marques. Ele afirma, no entanto, que uma participação no empreendimento apenas poderá ser definida depois que o edital for publicado.
"Só saberemos se o projeto é arriscado ou não depois que sair as regras do jogo, como a definição do preço e total de investimento. De qualquer forma, Belo Monte é uma obra mais complexa que as demais."
Eles dizem que há possibilidade de os fundos investirem também em obras relacionadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. A participação ocorreria por meio da Invepar, empresa de infraestrutura formada pelos fundos Previ, Petros, Funcef e pela construtora OAS. A companhia já tem participação em concessões rodoviárias (Raposo Tavares, em São Paulo) e metroviária (Metrô do Rio). Renée Pereira)
Portos e Navios

Lula quer criar órgão para cuidar de projetos logísticos
Em mais um movimento que engrossa a onda estatizante do fim de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o Governo crie um novo órgão para cuidar de projetos do setor de logística, principalmente. A informação é do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Segundo o ministro, não necessariamente será uma nova empresa. “Não sabemos ainda o que vai ser, mas o presidente quer um reforço nessa área de engenharia e de projetos. Ele quer que seja criada uma estrutura, um bureau, algo para cuidar dos projetos, provavelmente localizado no Planejamento (ministério)”, disse.
 A Tribuna


Estaleiro virtual é bom, diz inglês
Uma das mais importantes revistas mundiais da indústria naval destaca Transpetro e seu presidente
O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), liderado pela Transpetro, braço logístico da Petrobras presidido pelo cearense Sérgio Machado, ganhou a capa e as páginas internas da Fairplay, uma das mais importantes publicações mundiais especializadas em indústria naval. Sob o título "Realidade Virtual - Sergio Machado e o renascimento da indústria naval brasileira" - a reportagem aborda o sucesso do Promef.
Segundo a Fairplay, o presidente da Transpetro é um "decision maker" (homem de decisão), que concretizou, com êxito o Promef. A revista salienta que o programa tem como um de seus fundamentos o conceito de "estaleiro virtual" - aquele que é criado e viabilizado em razão da escala obtida pelo volume de encomendas de navios.
A Fairplay informa que, no fim do próximo mês de março, será lançado ao mar, em Pernambuco, o primeiro petroleiro construído por um estaleiro que começou como virtual e - graças às encomendas da Transpetro - se tornou o maior do setor na América Latina; o Atlântico Sul, no Porto de Suape, em Pernambuco. "Será uma comemoração em alto estilo, com a presença dos big shots da República, a começar pelo Presidente Lula", diz a revista inglesa.
Para tornar-se o maior do continente latino-americano, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) foi, inicialmente, concebido de maneira literalmente virtual. Hoje, o EAS emprega alguns milhares de trabalhadores que foram treinados pelo Senai pernambucano para as diferentes tarefas próprias de uma indústria naval. Os aprendizes que eram analfabetos foram alfabetizados e, depois, matriculados em cursos normais do ensino primário, abertos especialmente pela Secretaria de Educação de Pernambuco para atendê-los
"É exatamente isso o que se pretende para o Estaleiro Promar Ceará", diz o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antonio Balhmann. O empreendimento, ainda virtual como foi o EAS, corre o risco de não ser instalado em território cearense, pois a prefeita Luizianne Lins e a Fiec são contra a sua localização na geografia da ponta do Mucuripe, no bairro Serviluz, em Fortaleza Diário do Nordeste(CE)

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