Tecnologia e exportações, com apoio da Petrobras
Pequena empresa gaúcha foi desafiada em 2007 pela Petrobras a desenvolver sofisticadas embarcações fechadas e à prova de fogo. Empresa este ano deve fazer suas primeiras exportações
Impulsionar as atividades de desenvolvimento tecnológico em empresas nacionais é uma das linhas que norteiam o Prominp. A pequena empresa gaúcha Rib Offshore é um bom exemplo de como o programa opera. Fundada em 1988 para fabricar barcos de resgate simples e rebocadores de pequeno porte para contenção de derramamento de petróleo, em 2007 a empresa foi desafiada pela Petrobras a desenvolver sofisticadas embarcações fechadas e à prova de fogo, para a evacuação rápida de plataformas em caso de incêndio.
A Petrobras comprava o equipamento no exterior, mas como as novas especificações técnicas de segurança eram mais exigentes que as normas internacionais, a petroleira avaliou que era um bom momento para nacionalizar o equipamento. O Prominp investiu R$ 2 milhões no desenvolvimento da baleeira, e a Rib Offshore, um valor similar. Quase dois anos foram investidos em intermináveis testes. "Gastamos mais de cinco vezes a contrapartida inicialmente prevista, porque os testes foram muito mais complicados do que imaginávamos, mas valeu a pena", conta o diretor e dono da empresa, Sérgio Ganatti.
O faturamento dobrou em dois anos e vai dobrar novamente com os novos contratos. "Também duplicamos o número de funcionários e geramos empregos em toda a cadeia, porque 98% de nossa matéria é nacional", diz. A empresa este ano deve fazer suas primeiras exportações.
Valor Econômico
Exportações Paranaenses ao Mercosul registram alta de 33%
As exportações paranaenses para os países do Mercosul atingiram US$ 8,766 bilhões em sete anos, crescimento de 33%. Nas importações, de 2003 a 2009, o Paraná comprou US$ 6,811 bilhões em produtos do bloco, alta de 19%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com o resultado, o Paraná teve um saldo na balança comercial de US$ 1,955.
Segundo o secretário de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, os números revelam a aposta correta do empresariado estadual ao fortalecer negócios com os países vizinhos. “O Governo do Estado foi decisivo ao aproximar empresas, fomentar parcerias e transferências tecnológicas. Hoje o Mercosul é um bloco consolidado e um dos principais mercados do Paraná”.
Em 2002, as vendas do Paraná aos países integrantes do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai -, alcançavam US$ 263 milhões. Em 2003, o Estado já exportava US$ 501 milhões, alta de 90% sobre o ano anterior. A partir de 2006, o Paraná ultrapassou a barreira do bilhão em vendas (US$ 1,263), atingiu US$ 2,250 bilhões em 2008 e, mesmo no auge da crise econômica internacional, exportou US$ 1,327 bilhão em 2009.
País em processo de adesão final ao bloco do Mercosul, a Venezuela até 2002 comprava cerca de US$ 38 milhões em produtos paranaenses. De 2003 a 2009, o país sul-americano importou valores acima de US$ 1,616 bilhão do Paraná, sendo o ápice em 2008 (US$ 408 milhões). Em 2009, foram US$ 240 milhões, fechando 65% de alta na média dos últimos sete anos.
Governo busca elevar exportações
Acordos de cooperação, missões internacionais e rodadas de negócios promovidos pelo Governo do Paraná marcaram a elevação no fluxo de comércio entre as regiões. “Durante o governo Requião, o Mercosul foi prioridade no comércio exterior e os resultados provam que a medida foi determinante para encontrar novos nichos de mercados para o Paraná”, acrescenta o secretário Moreira Filho.
Uma das medidas mais efetivas para a consolidação de negócios foi o fomento entre empresas com produtos com alto valor agregado. Atualmente, entre os principais produtos vendidos para a Argentina por exemplo, destaque para automóveis, tratores, peças automotivas, papel, produtos derivados do ferro e refrigeradores. No ano passado, o mercado argentino foi o terceiro maior comprador geral do estado, vindo logo atrás da China e Alemanha.
Elevados índice de crescimento valem também ao Paraguai e Uruguai. Até 2002, o Paraná vendia US$ 98 milhões em produtos para o Paraguai e atingiu US$ 309 milhões no ano passado. Com o Uruguai, as exportações paranaenses somavam US$ 27 milhões em 2002, e terminaram 2009 com US$ 157 milhões.
Empresas
Forte número de empresas estaduais exportadoras para o Mercosul foram verificadas ao longo dos anos. Chega a 580 o total de empresas do Paraná que vendem para o Paraguai, 500 para a Argentina, 340 para o Uruguai e 193 empresas que realizam negócios com a Venezuela.
Para 2010, novas missões estão sendo agendadas e políticas públicas para a inserção de empresas estaduais no Mercosul serão implantadas, adianta o secretário.
Por Cristina Pierini - Portal NetMarinha - Com informações Agência de Notícias do Paraná
Paranaguá concede desconto de 50%
O CAP (Conselho de Autoridade Portuária) do Porto de Paranaguá aprovou relatório da Comissão de Cabotagem que sugere concessão de desconto de até 50% nas tarifas Inframar (utilização de infraestrutura marítima de proteção e acesso), Infracais (utilização de infraestrutura de acostagem) e Infraport (utilização de infraestrutura de operação portuária) para incentivar a movimentação doméstica de cargas.
De acordo com o relator da Comissão de Cabotagem e diretor de Desenvolvimento Empresarial da Appa, Luiz Alberto de Paula César, a autoridade portuária já acenou com a possibilidade de aprovar os descontos tarifários e tem autorização prévia do CAP para tal.
Mas, conforme destaca César, é preciso que os demais atores do porto também apresentem propostas de redução para que a política de incentivo ao modal seja eficaz.
Guiamaritmo
Indústrias do Brasil de olho em projetos de usinas na África
As vantagens tarifárias obtidas pelos países da África, assim como topografia e clima favoráveis, estão fomentando investimentos no cultivo de cana e em indústrias de açúcar e etanol. Apenas as principais empresas brasileiras que fornecem equipamentos para usinas negociam contratos que somam investimentos industriais de US$ 2 bilhões no continente.
Ao todo são nove usinas de açúcar, álcool e cogeração, uma de etanol e outras três apenas de cogeração a partir do bagaço de cana. As propostas estão em fase de negociação e a expectativa é de que os projetos sejam implantados nos próximos dois anos.
O volume de investimento considera apenas os contratos em negociação no momento pelas paulistas Dedini Indústria de Base e pela Sermatec, especializadas em fornecimento de equipamentos para usinas. O montante não considera capital que será aplicado na área agrícola, tampouco na infraestrutura de irrigação.
No entanto, somente na área industrial, o interesse em todo o continente certamente é maior, segundo Sérgio Leme, diretor da Dedini. "O continente africano é a bola da vez. Somente no Sudão sabemos que há em todo o mercado entre 15 a 17 projetos de etanol e açúcar em análise", afirma Leme.
A empresa negocia atualmente contrato para implantação de nove usinas na África, que contemplam a produção de açúcar, álcool e co-geração. Os projetos, em média, são para moer 2 milhões de toneladas de cana em capacidade plena, e estão localizados principalmente no Sudão, onde há dois deles, e em Moçambique. Também há negociações em curso em Gana, Serra Leoa, Marrocos e Angola.
No fim de 2009, a Dedini entregou uma usina de etanol para a multinacional Kenana, no Sudão, que até então produzia apenas açúcar. A unidade, explica Leme, tem capacidade para produzir até 36 milhões de litros de etanol por ano com previsão de triplicar a atual capacidade em dois anos.
Além da Kenana, também apostam em projetos na África a companhia suíça Addax Bioenergy. Segundo publicou o Valor, a Addax assinou contrato com o governo de Serra Leoa para aluguel de 10 mil hectares de terras visando produzir 100 milhões de litros de etanol a partir de cana-de-açúcar.
Mas, entre todos os países africanos, o Sudão é considerado o mais promissor, segundo analistas. Já há oito usinas de açúcar no país. A maior é da Kenana, com 42 mil hectares de cana, e a estimativa da consultoria em projetos de irrigação Irriger é que as demais usinas tenham 60 mil hectares, totalizando no país o cultivo de 100 mil hectares. "A tendência é de um crescimento de 40% a 50% nos próximos cinco anos", Everardo Mantovani, consultor da empresa.
Atualmente, estima-se que o Sudão produz 800 mil toneladas de açúcar, sendo a metade da Kenana. Apesar do clima desértico, o país tem como diferencial as águas do rio Nilo que, apesar de muito ligado à história do território Egípcio, é na capital no Sudão que ele se forma integralmente - é onde se encontram os dois Nilos (o Azul, que nasce na Etiópia, e o Branco, cuja nascente é na Uganda). "As áreas da Kenana, por exemplo, são irrigadas por sulco e a produtividade é elevada, da ordem de 119 toneladas de cana por hectare", afirma Mantovani.
Com território equivalente a 25% do brasileiro, o Sudão, assim como outros países do continente, é beneficiado pelo acordo EBA (tudo menos armas, na sigla em inglês), portanto, tem isenção de taxas na exportação para Europa, diferentemente do Brasil, por exemplo, cujo etanol paga 192 euros para cada metro cúbico exportado ao bloco.
Já a Sermatec negocia contratos de uma usina de etanol e co-geração em Angola. No ano passado, a empresa forneceu duas caldeiras e um difusor de cana para a Biocom, empresa do governo angolano que tem como acionista a brasileira Odebrecht.
Fabiana Batista - Valor Econômico
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