Assembleia no dia 11 definirá se auditores-fiscais entrarão em greve
Desde o dia 18 de junho eles realizam operação-padrão nas fronteiras; em Foz, caminhões formam filas no porto seco
Duas semanas após auditores-fiscais da Receita Federal iniciarem uma operação padrão nas fronteiras do país, foram anunciadas duas reuniões, na tentativa de se chegar a um acordo junto ao governo federal.
No dia 10 de julho acontecerá uma reunião com vários servidores federais, para conhecer diferentes opiniões sobre o tema e quais rumos deverão ser tomados pela categoria. Já no dia 11, acontecerá uma Assembleia Nacional em cada unidade da Receita Federal no país, decidir ou não pelo início da greve em 1° de agosto.
“Dia 31 de julho é o prazo final para o governo federal enviar ao Congresso a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e esperamos que nela conste o aumento salarial aos auditores-fiscais”, revelou Flávio Carvalho, responsável pelo comando local de mobilização.
A categoria reivindica aumento de 30,18% no salário, que não sofre reajuste desde 2008. A forma de como a greve poderia ser feita ainda não foram discutidas pela classe. A operação-padrão tem formado grandes filas de caminhões no porto seco, em Foz do Iguaçu, localizado às margens da BR-277, próximo ao CTG Charrua.
| Crédito zero apresenta impacto nas metas de fiscalização em 2012 |
| Vândia Ribeiro |
As planilhas com os resultados nas metas de fiscalização nas DRF (Delegacias da Receita Federal do Brasil), em todo o país, já identificam os efeitos da operação crédito zero. O início da ação, na segunda quinzena do mês de junho, propiciou um impacto significativo nos números, para menor. Em junho de 2011, o resultado ficou em 10,5%, enquanto que, no mesmo período de 2012, o percentual referente à meta caiu para 6,4%, uma redução de cerca de 40%.
Os acumulados do ano também confirmam o impacto do movimento dos Auditores-Fiscais. Enquanto de janeiro a maio deste ano, os números acumulados foram maiores do que o registrado no mesmo período do ano passado (34,2%, em 2012, contra 33,9%, em 2011), quando incluímos o mês de junho, a tendência se inverte, passando de 44,4%, nos primeiros seis meses de 2011, contra apenas 40,6%, no mesmo período deste ano.
Isso é um indício evidente de que caso a mobilização se mantenha por longo período, os resultados referentes ao ano corrente deverão sofrer queda significativa.
Os números podem não parecer gritantes, mas já demonstram a dimensão dos efeitos negativos caso a operação crédito zero se arraste por muitos meses.
Cabe somente ao Governo reverter a situação. Ora, por que o Governo persiste em não valorizar carreiras relevantes para o país como a de Auditores-Fiscais da RFB? A alegação de que ainda não existe uma posição sobre a recomposição salarial é infundada, uma vez que as negociações do Governo com os servidores começaram ainda no segundo semestre de 2010. O Governo já teve tempo suficiente para fazer e refazer as contas.
Conduzir os Auditores-Fiscais para a radicalização do movimento apenas provocará uma situação ainda mais conflitante e com resultados ruins para o país, que vem sendo considerado candidato a uma grande potência e exemplo para outras nações nos próximos anos.
Sindifisco - Boletim Informativo - Ano III Nº 694, 3/7/2012
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