COMÉRCIO EXTERIOR: País vai contestar críticas da OMC sobre protecionismo
O Brasil vai contestar o levantamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) que frequentemente aponta o país como um dos campeões em adotar restrições contra importações nos últimos tempos ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR
Na quarta-feira (18/07), diante dos outros 156 países-membros, o Brasil reclamará que a OMC "mistura tudo" e apresenta um quadro irreal. Para Brasília, se o país adota taxa adicional sobre importações consideradas desleais, isso é uma medida que procura combater distorções, e não criá-las, e está prevista nas regras da OMC.
Entrevista - Em recente entrevista, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que "é certo que desde a crise [de 2008], os relatórios de monitoramento mostram que Brasil e Argentina estão entre os países que mais adotaram restrições comerciais". Na sequência, o diretor da OMC acrescentou que os relatórios não dizem se as restrições estão conforme as regras da OMC ou não. "O que fazemos é listar a matéria bruta", explicou.
Tendência - "Há países que reagem, dizem que faltam coisas nesses relatórios de monitoramento, como subvenções agrícolas, etc. E nós dizemos que o exercício é para medir a tendência, o que nos preocupa é a tendência. Sabemos muito bem que os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão têm subvenções agrícolas que perturbam as trocas comerciais. Quando o país é apontado na lista, reage dizendo que outros fazem coisas tão pavorosas quanto eles'', ponderou Lamy, na recente entrevista.
Pressão - Por pressão do Brasil e outros exportadores agrícolas, o monitoramento da OMC inclui agora os subsídios agrícolas bilionários concedidos principalmente pelas nações desenvolvidas. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicará estudo em setembro apontando subvenções agrícolas de mais de US$ 250 bilhões concedidas em 2011 nos países ricos, uma alta de 4,5% nos valores envolvidos. Metade dos subsídios causam distorções no comércio global.
Milho dispara e exportação brasileira deve bater recorde
A constatação de que a estiagem que castiga o Meio-Oeste dos EUA pode derrubar a produção mundial de milho na safra 2012/13 teve reflexos imediatos sobre a comercialização do grão no Brasil, com a retomada das exportações - que em 2011 renderam US$ 2,7 bilhões ao país- e a escalada dos preços.
Desde quarta-feira, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) cortou em mais de 46 milhões de toneladas sua projeção para a colheita americana, os preços da commodity registraram alta superior a 12% no mercado interno, até então indiferente às pressões altistas vindas de fora. Só em julho, as cotações acumulam alta de 19,4%, conforme o indicador Cepea/Esalq.
A perspectiva de escassez e a escalada dos preços nos EUA fizeram com que as tradings redirecionassem suas aquisições para o Brasil, que colhe a maior safra de sua história neste ano, graças à "safrinha" de inverno. Segundo Daniel D'Ávila, analista da corretora Newedge USA, estima-se que as multinacionais tenham acertado o embarque de 21 carregamentos (o equivalente a 1,26 milhão de toneladas) de milho brasileiro nas últimas duas semanas. Em todo o primeiro semestre, o país embarcou pouco mais de 1,8 milhão de toneladas, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A mudança de cenário nos EUA pode levar a uma revisão das estimativas de exportação da safra 2011/12. Em seu último relatório, o USDA elevou de 12 milhões para 14 milhões de toneladas sua projeção para os embarques brasileiros no período - um recorde. A Conab ainda prevê um embarque de 12 milhões de toneladas, ante 9,3 milhões na temporada 2010/11, mas a tendência é que esse número seja revisado para cima em agosto.
Para Marcos Rubin, sócio da Agroconsult, que prevê embarques recordes de 14 milhões de toneladas no ciclo industrial 2011/12 (março de 2012 a fevereiro de 2013), o número só não deve ser maior porque parte dos embarques deverá ser realizado apenas no primeiro semestre do ano que vem, durante a entressafra americana. "Os EUA terão grande disponibilidade de milho nos próximos meses, mas o cenário pode ficar realmente crítico no ano que vem", afirma. Segundo ele, "não é nenhum absurdo" pensar em uma exportação de 16 milhões ou 17 milhões de toneladas no próximo ciclo.
Cleida Zilio, gerente comercial do Condomínio de Produtores de Campo Novo do Parecis (MT), conta que empresas estão comprando lotes de 10 mil a 12 mil toneladas de milho para exportação, enquanto o tamanho das compras habituais para esta época do ano é de apenas 1 mil ou 2 mil toneladas. "Geralmente, as tradings compram nosso milho para atender principalmente ao mercado brasileiro. Agora estão com foco no exterior e precisam encher navios com 60 mil toneladas de grãos". "Particularmente após a divulgação do relatório do USDA, as empresas decidiram que era hora de voltar a comprar o grão brasileiro", afirma Cléber Noronha, analista do Imea.
De acordo com analistas, a diferença de custo justifica a opção pelo milho brasileiro. D'Ávila observa que o prêmio pago pelo milho no Golfo do México, por onde os americanos escoam sua safra, chegou a US$ 0,70 por bushel (US$ 1,65 por saca de 60 quilos) sobre o preço praticado no mercado futuro de Chicago. Já em Paranaguá (PR), o produto é vendido com um desconto de US$ 0,35 por bushel (ou US$ 0,83 por saca) sobre o preço em Chicago. Para Vinícius Ito, analista da Jefferies Bache, as importações são viáveis até para consumidores americanos na Costa Leste, que arremataram um volume estimado em 420 mil toneladas nos últimos dias.
Até quarta-feira, o milho negociado em Chicago havia subido 33%, para US$ 7,1850 por bushel (US$ 16,97 por saca), em um único mês. No mesmo período, os preços no mercado interno, convertidos em dólar, avançaram apenas 5,4%, a US$ 12,28 por saca, de acordo com o indicador Cepea/Esalq. Desde então, os preços começaram a subir com mais força no mercado interno. Na sexta-feira, conta Cleida, alguns lotes de milho foram vendidos por R$ 20 a saca, ante R$ 15 em junho.
Até então, o preço praticado no mercado interno estava descolado da cotação internacional devido a estimativa recorde de produção de milho no país. De acordo com a Conab, o país deve colher 69,48 milhões de toneladas neste ano. Com isso, os estoques de passagem devem mais do que dobrar, de 5,9 milhões para 13,1 milhões de toneladas. "Até um mês atrás, tínhamos um cenário muito baixista para os preços do milho no mercado interno. Mas a quebra da safra americana mudou tudo. A tendência é de convergência entre os preços domésticos e internacionais", afirma Rubin.Fonte: Valor Econômicohttp://www.aviculturaindustrial.com.br/noticias/milho-dispara-e-exportacao-brasileira-deve-bater-recorde/20120717091748_L_440
Desde quarta-feira, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) cortou em mais de 46 milhões de toneladas sua projeção para a colheita americana, os preços da commodity registraram alta superior a 12% no mercado interno, até então indiferente às pressões altistas vindas de fora. Só em julho, as cotações acumulam alta de 19,4%, conforme o indicador Cepea/Esalq.
A perspectiva de escassez e a escalada dos preços nos EUA fizeram com que as tradings redirecionassem suas aquisições para o Brasil, que colhe a maior safra de sua história neste ano, graças à "safrinha" de inverno. Segundo Daniel D'Ávila, analista da corretora Newedge USA, estima-se que as multinacionais tenham acertado o embarque de 21 carregamentos (o equivalente a 1,26 milhão de toneladas) de milho brasileiro nas últimas duas semanas. Em todo o primeiro semestre, o país embarcou pouco mais de 1,8 milhão de toneladas, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A mudança de cenário nos EUA pode levar a uma revisão das estimativas de exportação da safra 2011/12. Em seu último relatório, o USDA elevou de 12 milhões para 14 milhões de toneladas sua projeção para os embarques brasileiros no período - um recorde. A Conab ainda prevê um embarque de 12 milhões de toneladas, ante 9,3 milhões na temporada 2010/11, mas a tendência é que esse número seja revisado para cima em agosto.
Para Marcos Rubin, sócio da Agroconsult, que prevê embarques recordes de 14 milhões de toneladas no ciclo industrial 2011/12 (março de 2012 a fevereiro de 2013), o número só não deve ser maior porque parte dos embarques deverá ser realizado apenas no primeiro semestre do ano que vem, durante a entressafra americana. "Os EUA terão grande disponibilidade de milho nos próximos meses, mas o cenário pode ficar realmente crítico no ano que vem", afirma. Segundo ele, "não é nenhum absurdo" pensar em uma exportação de 16 milhões ou 17 milhões de toneladas no próximo ciclo.
Cleida Zilio, gerente comercial do Condomínio de Produtores de Campo Novo do Parecis (MT), conta que empresas estão comprando lotes de 10 mil a 12 mil toneladas de milho para exportação, enquanto o tamanho das compras habituais para esta época do ano é de apenas 1 mil ou 2 mil toneladas. "Geralmente, as tradings compram nosso milho para atender principalmente ao mercado brasileiro. Agora estão com foco no exterior e precisam encher navios com 60 mil toneladas de grãos". "Particularmente após a divulgação do relatório do USDA, as empresas decidiram que era hora de voltar a comprar o grão brasileiro", afirma Cléber Noronha, analista do Imea.
De acordo com analistas, a diferença de custo justifica a opção pelo milho brasileiro. D'Ávila observa que o prêmio pago pelo milho no Golfo do México, por onde os americanos escoam sua safra, chegou a US$ 0,70 por bushel (US$ 1,65 por saca de 60 quilos) sobre o preço praticado no mercado futuro de Chicago. Já em Paranaguá (PR), o produto é vendido com um desconto de US$ 0,35 por bushel (ou US$ 0,83 por saca) sobre o preço em Chicago. Para Vinícius Ito, analista da Jefferies Bache, as importações são viáveis até para consumidores americanos na Costa Leste, que arremataram um volume estimado em 420 mil toneladas nos últimos dias.
Até quarta-feira, o milho negociado em Chicago havia subido 33%, para US$ 7,1850 por bushel (US$ 16,97 por saca), em um único mês. No mesmo período, os preços no mercado interno, convertidos em dólar, avançaram apenas 5,4%, a US$ 12,28 por saca, de acordo com o indicador Cepea/Esalq. Desde então, os preços começaram a subir com mais força no mercado interno. Na sexta-feira, conta Cleida, alguns lotes de milho foram vendidos por R$ 20 a saca, ante R$ 15 em junho.
Até então, o preço praticado no mercado interno estava descolado da cotação internacional devido a estimativa recorde de produção de milho no país. De acordo com a Conab, o país deve colher 69,48 milhões de toneladas neste ano. Com isso, os estoques de passagem devem mais do que dobrar, de 5,9 milhões para 13,1 milhões de toneladas. "Até um mês atrás, tínhamos um cenário muito baixista para os preços do milho no mercado interno. Mas a quebra da safra americana mudou tudo. A tendência é de convergência entre os preços domésticos e internacionais", afirma Rubin.Fonte: Valor Econômicohttp://www.aviculturaindustrial.com.br/noticias/milho-dispara-e-exportacao-brasileira-deve-bater-recorde/20120717091748_L_440
China e Brasil querem estreitar relações
Em um momento de crise mundial deflagrada, principalmente, na Europa, Brasil e China buscam estreitar relações comerciais. Na semana passada, Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, afirmou ao vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, que os dois países devem continuar sustentando os negócios que têm entre ambos e que apresentam, como seus principais pilares, a oferta de alimentos e minérios e o intercâmbio de tecnologia.
Para Pimentel, Brasil e China devem nutrir uma cooperação mútua em áreas que possuem o domínio tecnológico. Para ilustrar isso, o ministro citou o exemplo da associação entre os dois países em aviação – a Embraer acertou, em junho, a criação de uma joint-venture com a Avic Harbin para fabricar jatos executivos no país asiático – e disse ver também boas perspectivas nas áreas de informática e telefonia e no setor automobilístico.
De acordo com o político, os dois países têm que criar condições para estabelecimento de companhias chinesas, no Brasil, e de brasileiras, na China. “Temos interesse em levar empresas chinesas para o Brasil e aprender com elas. Em contrapartida, queremos a China também receba as empresas brasileiras que têm excelência tecnológica e podem contribuir para o crescimento de sua economia”, afirmou.
Qishian ressaltou os negócios com os brasileiros que, segundo ele, estão presentes em todas as áreas. “Consideramos o Brasil fornecedor de longo prazo e seremos compradores de longo prazo do país nas áreas de minério de ferro e agricultura”, afirmou. No ano passado, o comércio entre as duas nações movimentou quase US$ 80 bilhões.
O vice-primeiro-ministro também salientou que os negócios gerados entre China e Brasil possuem vantagens estratégicas e citou o acordo entre Embraer e Avic Harbin . “A China está cada vez mais ligada ao Brasil. Temos mantido frequentes contatos de alto nível, o que nos permite explorar cada vez mais negócios. Este relacionamento também se estende aos organismos multilaterais”, ressaltou, ao elogiar a atuação dos dois países nos BRICS e no G-20.
Fonte: WebTranspo
Mercado ruim na
Europa e EUA deve causar redução de 18% do volume embarcado pelo
Brasil
Consumo em
queda e produtividade em alta é o tipo de combinação que faz qualquer setor
acender a luz vermelha. Por isso, Cutrale, Louis Dreyfus e Citrosuco/ Citrovita
estão não com a laranja, mas com um abacaxi nas mãos. A competitividade com
outras bebidas, somadas à crise que atingiu Estados Unidos e Europa fez a
previsão para as exportações do suco de laranja congelado concentrado (FCOJ, da
sigla em inglês) caírem 18%, para a faixa das 970 mil toneladas.
A barreira
imposta pelos Estados Unidos para o suco brasileiro por causa dos índices do
fungicida carbendazin também comprometeu o desempenho da indústria, que até
junho embarcou apenas 29 mil toneladas de suco para o mercado norteamericano,
bem aquém das 170 mil toneladas costumeiras.
Além de serem
os maiores consumidores de suco do mundo, os EUA também são os principais
concorrentes da laranja brasileira, já que a Flórida é o segundo principal
produtor da fruta no mundo. Juntos os dois países respondem por cerca de 81% da
produção mundial de citros..
Em
contrapartida, a produção de laranja brasileira cresceu, passando das cerca de
376 milhões de caixas na safra 2010/2011 para 428 milhões de caixas na safra
2011/12. Só o estado de São Paulo é responsável por produzir mais de 50% da
laranja do país. A previsão é de que na safra 2012/2013, que começa no segundo
semestre, haja queda de 15% no volume colhido, chegando a 364 milhões de caixas.
Mesmo se confirmado, o volume é grande, visto que os números da safra anterior
ficaram acima da média.
Por hora, os
estoques da fruta continuam elevados e segundo dados da Associação Nacional dos
Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), cerca de 80 milhões de caixas da
fruta podem deixar de ser colhidas caso o consumo continue declinando. "A única
forma de reverter esse quadro é fazer com que o mundo volte a beber mais suco no
menor espaço de tempo possível", afirma Christian Lohbauer, presidente
CitrusBR.
Brasil Econômico
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O governo
chinês deve reduzir em até 50% os impostos sobre lucros das empresas
estrangeiras que atuam no país, depois que regras sobre a taxação na fonte forem
flexibilizadas como parte dos esforços para estimular a entrada de mais
investimentos externos, segundo o jornal britânico Financial Times
(FT).
De acordo com o
FT, Hong Kong, Cingapura e Reino Unido têm tratados sobre impostos com a China,
assim como com tradicionais paraísos fiscais, como Ilhas Cayman e Luxemburgo,
conforme declarou a consultoria KPMG ao jornal. Alguns outros países terão
reduções de impostos limitadas, enquanto para investidores e empresas dos EUA as
mudanças não farão diferença.
A medida tenta
atenuar o momento de estagnação econômica chinesa. Ontem, o primeiro-ministro da
China, Wen Jiabao, advertiu que a economia de seu país, a segunda maior do
mundo, pode enfrentar tempos difíceis. "O índice de crescimento econômico está
sempre dentro das margens dos objetivos fixados anteriormente neste ano e as
políticas de estabilização funcionam", declarou Wen em uma visita à província de
Sichuan (sudoeste), segundo a agência Nova China. Mas "a recuperação econômica
não é estável e as dificuldades podem continuar ainda durante um tempo",
acrescentou. Wen, que deu a declaração durante um viagem no fim de semana à
província de Sichuan, afirmou que a economia está em ritmo mais lento e mais
estável de crescimento.
Na sexta-feira
o governo chinês havia divulgado crescimento de 7,6% de seu Produto Interno
Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2012, contra 8,1% nos primeiros três meses
do ano. O resultado é o pior dos últimos três anos: o mais baixo desde os 6,6%
do primeiro trimestre de 2009.
No primeiro
semestre de 2012, o crescimento da segunda maior economia do planeta foi de
7,8%, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. A produção industrial
cresceu 9,5% em junho em ritmo anual, contra 9,6% em maio e 10,5% no primeiro
semestre de 2012.
Brasil Econômico
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