Porto prepara para agosto licitação para melhorar corredor de exportação |
O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, anunciou que a licitação para aumentar a capacidade do corredor de exportação deve ser publicada no mês que vem. Ele participou na manhã desta segunda-feira (09) do Fórum Futuro 10 Paraná e da reunião do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Com o repotenciamento do corredor de exportação, a capacidade de escoamento, de armazenagem e de descarga de caminhões será aumentada para elevar a produtividade em 30%. A primeira etapa do projeto deve receber investimento de R$ 76 milhões. Dividino explicou que há outros planos para a modernização e ampliação da capacidade de atendimento dos portos. “A curto prazo, podemos falar da dragagem, do repotenciamento do corredor de exportação e a ativação das correias do terminal público de fertilizantes, cujo pedido de alfandegamento já foi feito na semana passada”, disse. PLANEJAMENTO – O superintendente enfatizou que muitos dos problemas vividos nos portos são decorrentes da falta de planejamento. A Appa já finalizou o novo Plano de Zoneamento e Desenvolvimento do Porto de Paranaguá (PDZPO), que está sob análise do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). “É a primeira vez que o PDZPO é feito de maneira integrada com um relatório ambiental. Ele é importante e estratégico, porque mostra para a sociedade o que o porto pretende fazer nos próximos anos. Também estabelece obrigações para o gestor, evitando a perda de continuidade dos projetos”, disse. O presidente da Fiep, Edson Luiz Capagnolo, disse que o setor produtivo paranaense representado na reunião está disposto a auxiliar a administração dos portos a viabilizar os projetos de melhoria e expansão. “A indústria não tem partido político. Buscamos trazer riqueza e desenvolvimento para o nosso Estado”. O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Edson José Ramon, disse que nunca percebeu tanta interação entre poder público e privado no Paraná. “O superintendente deixou claro que medidas para melhorar a situação dos portos estão sendo encaradas com muito profissionalismo. Temos convicção que gestões como esta são muito importantes para superar as dificuldades”, afirmou Ramon. O Fórum Futuro 10 congrega representantes do governo, da sociedade civil organizada e da iniciativa privada para discutir medidas e propostas de um plano estratégico integrado de desenvolvimento para o Paraná. |
Gargalo Logístico Causa Perda de US$ 8O Bi por Ano ao Brasil.
A
falta de investimentos públicos no setor de logística - portos, aeroportos,
rodovias e ferrovias - já provoca perdas da ordem de US$ 80 bilhões ao ano às
empresas brasileiras, segundo cálculos feitos pelo coordenador do Núcleo de
Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Rezende.
O
valor corresponde a 4% do Produto Interno Bruto - PIB e é idêntico ao volume que
o país precisa investir para acabar com os gargalos do setor.
Para
Rezende, essa perda reflete diretamente a limitação de novos negócios, já que
não há canais suficientes para escoar a produção.
Ao
lembrar que os aportes nesse sentido estão estagnados em 1,5% do PIB ao longo
dos últimos 30 anos, Rezende aponta que esse resultado negativo está em fase de
evolução, pois os governantes brasileiros tomam ações reativas, ou seja, de
curto prazo.
"Temos
falta de projetos, planejamento e demora na execução das obras", dispara. Ele
destaca a morosidade nacional ao comparar obras chinesas com as
brasileiras.
Enquanto
que a China construiu em três anos e meio 2 mil km de ferrovia em região
montanhosa, por aqui a ampliação do corredor ferroviário Norte e Sul - com 2,2
mil km e que contempla a Transnordestina e a Ferronorte -, esperado desde 2010,
não tem prazo de entrega.
O
custo logístico é outro agravante apontado por Rezende que tende a manter suas
projeções pessimistas. No Brasil, os gastos dos empresários com transporte de
cargas chega a 12% do PIB, muito acima do que observado em outros
países.
Na
China e na África do Sul, ele é de apenas 8% e 9%, respectivamente. "Nesses
países a projeção é de queda para algo em torno de 7% do PIB. Resultado que não
se pode esperar do Brasil, já que observamos a evolução do agronegócio seguido
pela alta dos gargalos em suas fronteiras", desabafa, estimando que este valor
possa atingir por aqui 20% do PIB nos próximos anos.
Os
reflexos da perda de competitividade, segundo Rezende, são sentidos na redução
da capacidade de produção da indústria, que sofrem aumento no seu custo
operacional, e na redução de renda per capita do produtor que é ligado ao
agronegócio.
"Às
vezes utilizar o modal hidroviário é muito mais vantajoso, mas sua limitação faz
com que o escoamento da produção seja desviado para outro, elevando os custos,
que chegam a atingir 30%. Sobra cada vez menos dinheiro para investimentos",
critica o pesquisador.
Ainda
de acordo com Rezende a infraestrutura no Brasil está sujeita ao calendário
eleitoral e não ao desenvolvimento. Por isso, sugere que seja criado um marco
regulatório principalmente para o modal ferroviário. "Isso já existe em outros
países, que fazem uso dele para blindar seus projetos", argumenta.
Segundo
projeções do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico - BNDES,
dentro de quatro anos, a atual malha ferroviária de carga será expandida para 40
mil km - hoje ela está com 28.614 mil km.
Para
isso, a instituição vai investir recursos da ordem de R$ 30 bilhões até 2015.
"Além desse montante, haverá aportes das concessionárias", explica o gerente do
departamento de logística do banco, Dalmo Marquetti. Quanto ao investimento no
setor logístico, eles devem somar R$ 121 bilhões, em igual período.
Brasil Econômico
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