LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 12 de julho de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 12/07/2012



Contêiner ganha chip para agilizar exportação de carne em SC

O rastreamento das exportações brasileiras de carne passará a ser eletrônico. Contêineres sairão das empresas com um chip, que substituirá pilhas de papéis e promete conferir mais agilidade aos processos nos portos.

A partir do mês que vem começa um período de 90 dias de testes em Santa Catarina. A expectativa é que em um ano todos os carregamentos de carne do país destinados ao mercado internacional saiam das agroindústrias com as etiquetas eletrônicas.

O sistema é resultado de parceria entre Fapesc (Federação de Amparo à Pesquisa e Inovação de SC), Sindicarne (Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de SC) e Acav (Associação Catarinense de Avicultura), que já investiram R$ 500 mil.

Segundo o presidente do Sindicarne e da Acav, Clever Avila, o objetivo é reduzir em até 30% o tempo gasto desde a saída do contêiner da agroindústria até a liberação nos portos.

"Com as informações on-line sobre o carregamento, esperamos que o despacho dos contêineres seja até 18 horas mais rápido."

A mudança começa quando os contêineres são inspecionados por fiscais do Ministério da Agricultura, na saída das indústrias.

Nesse momento os lacres receberão um chip com as informações sobre a carga (como origem, tipo de produto e destino), certificados sanitários e documentos fiscais.

RADIOFREQUÊNCIA

Segundo o presidente da Fapesc, Sergio Gargioni, ao entrar no porto, o contêiner passará por um portal que emitirá um sinal de radiofrequência e lerá o chip. Nessa fase de testes, apenas o porto de Navegantes (SC) contará com o leitor.

Ou seja, antes mesmo de o carregamento chegar ao local de embarque, despachantes aduaneiros poderão analisar os documentos e fazer a liberação das cargas.

Fonte: Folha


Porto de Paranaguá fecha semestre com movimentação recorde de soja

Com mais de cinco milhões de toneladas do grão, a exportação de janeiro a junho de 2012 superou o melhor número do semestre registrado até então em 2003, com 4,1 milhões de toneladas

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) concluiu, nesta terça-feira (10), o balanço da movimentação de cargas do primeiro semestre do ano. Mais uma vez, foi o desempenho da soja que impulsionou o aumento geral de 5%, em relação ao mesmo período de 2011. A exportação do grão, em 2012, foi 25% maior.

De janeiro a junho deste ano, o Porto de Paranaguá movimentou mais de 20,7 milhões de toneladas de cargas. Desse total, mais de 14,6 milhões de toneladas é de granéis sólidos. E o maior volume, mais de cinco milhões, é da soja.

“A meta que nos foi passada pelo governador Beto Richa foi a de dar o máximo de assistência e atenção ao produtor rural. Os números demonstram o bom momento para os produtores e nós, no porto, estamos concentrados em promover melhorias principalmente no corredor de exportação, para incentivar ainda mais a exportações do setor”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Está programada para o mês que vem o lançamento do edital de licitação para a realização da primeira etapa do repotenciamento do corredor de exportação do Porto, que vai permitir um ganho de 30% na produtividade dos embarques.

Preços – De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Garrido, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o que impulsionou a exportação recorde, desde o início do ano, foram os preços. “Com quebra de safra na América do Sul e diminuição da área plantada de soja nos Estados Unidos – principal exportador do grão -, os preços da soja ficaram aquecidos, favorecendo os produtores brasileiros”, explica.

Até o final de junho, segundo Garrido, o produtor de soja paranaense já comercializou 95% da safra. Ou seja, o estoque do produto já é baixo. “A tendência agora é queda na exportação da soja, que já é bem incipiente”, afirma.  Os 5% que faltam ser comercializados pelo Paraná devem durar, no máximo, até o final de agosto, de acordo com o agrônomo.

Ainda segundo o técnico do Deral, até junho o Brasil exportou U$ 15,95 bilhões do complexo soja (grão, farelo e óleo). Desse total, a participação da soja paranaense é de 20,3%, o que representa U$ 3,24 bilhões. No mercado externo, o preço da saca de soja (60 quilos) passou dos R$70.

Para o produtor do Paraná, em junho, o preço pago pela saca foi de R$58,29, 45% a mais do que em junho de 2011, quando o valor era em torno de R$40.

Outras cargas – No fechamento do semestre, a Appa também registrou aumento na exportação de farelo de soja. Foram mais de 2,6 milhões de toneladas, 4% a mais que o período em 2011.

A exportação de contêineres também apresentou alta, de 10%. De janeiro a junho, este ano, foram mais de 184 mil TEUs (twenty-foot equivalent unit). No ano passado, esse total era de 167 mil.

Importação – Na importação pelo Porto de Paranaguá, a movimentação de contêineres apresentou aumento de 13%. No primeiro semestre deste ano, foram mais de 188 mil TEUs contra 166 mil do ano passado.

A importação de trigo, de janeiro a junho, também foi maior. Este ano, foram mais de 131 mil toneladas importadas do produto, 78% a mais que em 2011.


Frete ferroviário supera custo do transporte no Paraná
Redação Bonde com Agência USP
A tarifa de transporte ferroviário praticado atualmente no estado do Paraná é superior ao custo de transporte, como mostram os dados do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-Log), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Os pesquisadores desenvolveram um simulador para fretes com o objetivo de avaliar como se comportavam as tarifas de fretes ferroviários e rodoviários no estado. 

"Constatamos que o frete ferroviário é 70% maior do que o custo estimado pelo simulador", aponta aeconomista Priscilla Biancarelli Nunes, coordenadora do grupo. 

"Os resultados obtidos sinalizam para a necessidade da elaboração de políticas públicas para aproximar o custo do frete ferroviário da tarifa praticada. Atualmente esta tarifa está muito acima do custo referencial. Estando alto, diminui a competitividade do produto brasileiro no mercado externo e interno", ressalta. 

O estudo faz parte do Projeto Jamaica, que envolve o ESALQ-Log e a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FEAP), apoiada pela Associação de Produtores de Bionergia do Estado do Paraná (Alcopar) e pela Organização de Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). 

A pesquisa envolveu 26 empresas do setor agrícola, como usinas, empresas de fertilizantes e processadoras (que compram produtos agrícolas) e cooperativas de grãos. Os pesquisadores realizaram visitas de campo e aplicaram questionários a fim de saber como o setor lidava com os fretes rodoviários e ferroviários com o objetivo de entender o que o mercado pratica. Foram seis os produtos analisados: açúcar, soja, milho, farelo de soja, etanol, fertilizantes, em cerca de 200 rotas localizadas no estado paranaense. 

O simulador foi baseado numa metodologia transparente que levou em conta os insumos necessários para a realização do serviço de transporte ferroviário, como o combustível, os custos com manutenção e operação de locomotivas e vagões; além dos custos administrativos, como mão-de-obra; e operacionais. 

Resultados 

"O modelo atual de concessão das ferrovias permite que as empresas exerçam poder de monopólio e pratiquem a tarifa que quiserem, dentro da tarifa teto estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT). Verificamos que o preço praticado nos fretes ferroviários representa 79% do teto tarifário vigente. Em um mercado de livre concorrência, o preço praticado de mercado muitas vezes aproxima-se do custo de transporte. O simulador vem mostrar de quanto deveria ser o custo de transporte", aponta. 

Da composição do custo ferroviário estimado pelo simulador, 60% é financeiro. "Envolve despesas com arrendamento e concessões, custo de capital e depreciação de investimentos", explica. 

Priscilla lembra que, atualmente, os produtores precisam utilizar o transporte multimodal, ou seja, rodoviário e ferroviário, para transportar seus produtos. "O multimodal é 12% superior ao rodoviário nas rotas analisadas. O Porto de Paranaguá, no Paraná, apresenta gargalos na recepção e distribuição de produtos nos terminais. Se receber os produtos somente por rodovia, o Porto não tem capacidade para atender a demanda. Por isso, os produtores necessitam utilizar o transporte ferroviário para os produtos", informa. 

"Os embarcadores ficam de mãos atadas, sem alternativas para aumentar a competitividade . Se o preço ferroviário fosse menor, seria mais rentável", aponta a economista. Priscilla lembra que os produtores são tomadores de preço, ou seja o preço dos produtos é estabelecido pelo mercado, segundo as Bolsas de Valores dos mercados internacionais. 

"Então, de um lado temos grandes países produtores como Estados Unidos, Argentina e Austrália que apresentam grande eficiência logística. No Brasil, apesar de termos uma produtividade maior, comparada a esses países, e do nosso clima ser bom, bem como outras condições geográficas favoráveis, apresentamos muitos problemas logísticos", ressalta a pesquisadora. Ela lembra que a agricultura tem apresentado um "boom" nos últimos quatro anos, mas a longo prazo, o produtor não tem lucro. E, no setor agrícola, competitividade está diretamente associada a eficiência logística de escoamento da produção. 

De acordo com a pesquisadora, vários estudos mostram as vantagens do frete ferroviário quando comparado ao rodoviário e que ele seria mais barato, além de ser menos poluente. "Na prática, não é isso que ocorre. Muitas vezes o frete ferroviário chega a ser superior ao rodoviário", destaca. 

Além da pesquisadora Priscilla Biancarelli Nunes, o Projeto Jamaica contou com a participação dos professores José Vicente Caixeta-Filho (diretor da Esalq e coordenador geral do ESALQ-Log) e Augusto Hauber Gameiro (docente no campus de Pirassununga da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP), além de outros 25 pesquisadores de graduação e pós graduação que são membros do Grupo



Governo prepara megaprograma de concessões
Agência O Globo
O governo está preparando um megaprograma de concessões em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, a ser lançado no início de agosto. A ideia é que dezenas de concessões sejam realizadas já em 2013, para acelerar o ritmo dos investimentos. Esse plano, por enquanto chamado de Programa Nacional de Logística Integrada (PNLI), deve complementar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas com uma participação mais intensa da iniciativa privada.

O BNDES terá papel importante nos financiamentos, e não está descartada uma nova capitalização do banco."O que se quer é ampliar o patamar de investimentos, impondo a eles um novo ritmo com a iniciativa privada. É ir além do PAC. A capacidade de investir do setor público tem alguns limites", disse uma fonte do Palácio do Planalto.

O novo programa, discutido há duas semanas pela presidente Dilma Rousseff com as pastas de infraestrutura e a Fazenda, também deve apresentar os modelos a serem usados nas concessões em cada um dos setores. O objetivo é tornar as licitações mais atraentes para a iniciativa privada e, ao mesmo tempo, garantir ao governo que os serviços serão prestados e as obras, entregues. Para isso, haverá dispositivos nos contratos que privilegiem a qualificação dos participantes. A ideia do governo é evitar vencedores de menor expressão.

A lógica das licitações, segundo fontes do Palácio, partirá de um grande mapa dos modais de transporte, prevendo sua complementação, como no caso de um produto que passe por hidrovia, ferrovia e porto até ser exportado. A falta de articulação entre os modais cria ineficiências, como filas de navios para atracar em portos porque as estradas não dão vazão. Com essa nova visão integrada, o governo acredita que a infraestrutura ficará mais interessante para os participantes.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que em breve o governo lançará um conjunto de novas concessões em infraestrutura:"Estamos menos preocupados com o que está para vencer e muito mais querendo garantir mais investimentos. Enquanto o governo se prepara para divulgar com alarde esse programa de concessões, o próximo balanço do PAC, este mês, terá de assumir o novo atraso de obras de mais de R$ 120 bilhões. Entre estas, a refinaria Premium I, da Petrobras, e o trem-bala.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2012/07/11/internas_economia,384431/governo-prepara-megaprograma-de-concessoes.shtml


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