Com mais de cinco milhões de toneladas do grão, a exportação de janeiro a junho de 2012 superou o melhor número do semestre registrado até então em 2003, com 4,1 milhões de toneladas
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) concluiu, nesta terça-feira (10), o balanço da movimentação de cargas do primeiro semestre do ano. Mais uma vez, foi o desempenho da soja que impulsionou o aumento geral de 5%, em relação ao mesmo período de 2011. A exportação do grão, em 2012, foi 25% maior.
De janeiro a junho deste ano, o Porto de Paranaguá movimentou mais de 20,7 milhões de toneladas de cargas. Desse total, mais de 14,6 milhões de toneladas é de granéis sólidos. E o maior volume, mais de cinco milhões, é da soja.
“A meta que nos foi passada pelo governador Beto Richa foi a de dar o máximo de assistência e atenção ao produtor rural. Os números demonstram o bom momento para os produtores e nós, no porto, estamos concentrados em promover melhorias principalmente no corredor de exportação, para incentivar ainda mais a exportações do setor”, disse o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
Está programada para o mês que vem o lançamento do edital de licitação para a realização da primeira etapa do repotenciamento do corredor de exportação do Porto, que vai permitir um ganho de 30% na produtividade dos embarques.
Preços – De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Garrido, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o que impulsionou a exportação recorde, desde o início do ano, foram os preços. “Com quebra de safra na América do Sul e diminuição da área plantada de soja nos Estados Unidos – principal exportador do grão -, os preços da soja ficaram aquecidos, favorecendo os produtores brasileiros”, explica.
Até o final de junho, segundo Garrido, o produtor de soja paranaense já comercializou 95% da safra. Ou seja, o estoque do produto já é baixo. “A tendência agora é queda na exportação da soja, que já é bem incipiente”, afirma. Os 5% que faltam ser comercializados pelo Paraná devem durar, no máximo, até o final de agosto, de acordo com o agrônomo.
Ainda segundo o técnico do Deral, até junho o Brasil exportou U$ 15,95 bilhões do complexo soja (grão, farelo e óleo). Desse total, a participação da soja paranaense é de 20,3%, o que representa U$ 3,24 bilhões. No mercado externo, o preço da saca de soja (60 quilos) passou dos R$70.
Para o produtor do Paraná, em junho, o preço pago pela saca foi de R$58,29, 45% a mais do que em junho de 2011, quando o valor era em torno de R$40.
Outras cargas – No fechamento do semestre, a Appa também registrou aumento na exportação de farelo de soja. Foram mais de 2,6 milhões de toneladas, 4% a mais que o período em 2011.
A exportação de contêineres também apresentou alta, de 10%. De janeiro a junho, este ano, foram mais de 184 mil TEUs (twenty-foot equivalent unit). No ano passado, esse total era de 167 mil.
Importação – Na importação pelo Porto de Paranaguá, a movimentação de contêineres apresentou aumento de 13%. No primeiro semestre deste ano, foram mais de 188 mil TEUs contra 166 mil do ano passado.
A importação de trigo, de janeiro a junho, também foi maior. Este ano, foram mais de 131 mil toneladas importadas do produto, 78% a mais que em 2011.
Frete ferroviário supera custo do transporte no Paraná
Redação Bonde com Agência USP
A tarifa de transporte ferroviário praticado atualmente no estado do Paraná é superior ao custo de transporte, como mostram os dados do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (ESALQ-Log), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Os pesquisadores desenvolveram um simulador para fretes com o objetivo de avaliar como se comportavam as tarifas de fretes ferroviários e rodoviários no estado.
"Constatamos que o frete ferroviário é 70% maior do que o custo estimado pelo simulador", aponta aeconomista Priscilla Biancarelli Nunes, coordenadora do grupo.
"Os resultados obtidos sinalizam para a necessidade da elaboração de políticas públicas para aproximar o custo do frete ferroviário da tarifa praticada. Atualmente esta tarifa está muito acima do custo referencial. Estando alto, diminui a competitividade do produto brasileiro no mercado externo e interno", ressalta.
O estudo faz parte do Projeto Jamaica, que envolve o ESALQ-Log e a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FEAP), apoiada pela Associação de Produtores de Bionergia do Estado do Paraná (Alcopar) e pela Organização de Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar).
A pesquisa envolveu 26 empresas do setor agrícola, como usinas, empresas de fertilizantes e processadoras (que compram produtos agrícolas) e cooperativas de grãos. Os pesquisadores realizaram visitas de campo e aplicaram questionários a fim de saber como o setor lidava com os fretes rodoviários e ferroviários com o objetivo de entender o que o mercado pratica. Foram seis os produtos analisados: açúcar, soja, milho, farelo de soja, etanol, fertilizantes, em cerca de 200 rotas localizadas no estado paranaense.
O simulador foi baseado numa metodologia transparente que levou em conta os insumos necessários para a realização do serviço de transporte ferroviário, como o combustível, os custos com manutenção e operação de locomotivas e vagões; além dos custos administrativos, como mão-de-obra; e operacionais.
Resultados
"O modelo atual de concessão das ferrovias permite que as empresas exerçam poder de monopólio e pratiquem a tarifa que quiserem, dentro da tarifa teto estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT). Verificamos que o preço praticado nos fretes ferroviários representa 79% do teto tarifário vigente. Em um mercado de livre concorrência, o preço praticado de mercado muitas vezes aproxima-se do custo de transporte. O simulador vem mostrar de quanto deveria ser o custo de transporte", aponta.
Da composição do custo ferroviário estimado pelo simulador, 60% é financeiro. "Envolve despesas com arrendamento e concessões, custo de capital e depreciação de investimentos", explica.
Priscilla lembra que, atualmente, os produtores precisam utilizar o transporte multimodal, ou seja, rodoviário e ferroviário, para transportar seus produtos. "O multimodal é 12% superior ao rodoviário nas rotas analisadas. O Porto de Paranaguá, no Paraná, apresenta gargalos na recepção e distribuição de produtos nos terminais. Se receber os produtos somente por rodovia, o Porto não tem capacidade para atender a demanda. Por isso, os produtores necessitam utilizar o transporte ferroviário para os produtos", informa.
"Os embarcadores ficam de mãos atadas, sem alternativas para aumentar a competitividade . Se o preço ferroviário fosse menor, seria mais rentável", aponta a economista. Priscilla lembra que os produtores são tomadores de preço, ou seja o preço dos produtos é estabelecido pelo mercado, segundo as Bolsas de Valores dos mercados internacionais.
"Então, de um lado temos grandes países produtores como Estados Unidos, Argentina e Austrália que apresentam grande eficiência logística. No Brasil, apesar de termos uma produtividade maior, comparada a esses países, e do nosso clima ser bom, bem como outras condições geográficas favoráveis, apresentamos muitos problemas logísticos", ressalta a pesquisadora. Ela lembra que a agricultura tem apresentado um "boom" nos últimos quatro anos, mas a longo prazo, o produtor não tem lucro. E, no setor agrícola, competitividade está diretamente associada a eficiência logística de escoamento da produção.
De acordo com a pesquisadora, vários estudos mostram as vantagens do frete ferroviário quando comparado ao rodoviário e que ele seria mais barato, além de ser menos poluente. "Na prática, não é isso que ocorre. Muitas vezes o frete ferroviário chega a ser superior ao rodoviário", destaca.
Além da pesquisadora Priscilla Biancarelli Nunes, o Projeto Jamaica contou com a participação dos professores José Vicente Caixeta-Filho (diretor da Esalq e coordenador geral do ESALQ-Log) e Augusto Hauber Gameiro (docente no campus de Pirassununga da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP), além de outros 25 pesquisadores de graduação e pós graduação que são membros do Grupo
Governo prepara megaprograma de concessões
Agência O Globo
O governo está preparando um megaprograma de concessões em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, a ser lançado no início de agosto. A ideia é que dezenas de concessões sejam realizadas já em 2013, para acelerar o ritmo dos investimentos. Esse plano, por enquanto chamado de Programa Nacional de Logística Integrada (PNLI), deve complementar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas com uma participação mais intensa da iniciativa privada.O BNDES terá papel importante nos financiamentos, e não está descartada uma nova capitalização do banco."O que se quer é ampliar o patamar de investimentos, impondo a eles um novo ritmo com a iniciativa privada. É ir além do PAC. A capacidade de investir do setor público tem alguns limites", disse uma fonte do Palácio do Planalto.O novo programa, discutido há duas semanas pela presidente Dilma Rousseff com as pastas de infraestrutura e a Fazenda, também deve apresentar os modelos a serem usados nas concessões em cada um dos setores. O objetivo é tornar as licitações mais atraentes para a iniciativa privada e, ao mesmo tempo, garantir ao governo que os serviços serão prestados e as obras, entregues. Para isso, haverá dispositivos nos contratos que privilegiem a qualificação dos participantes. A ideia do governo é evitar vencedores de menor expressão.A lógica das licitações, segundo fontes do Palácio, partirá de um grande mapa dos modais de transporte, prevendo sua complementação, como no caso de um produto que passe por hidrovia, ferrovia e porto até ser exportado. A falta de articulação entre os modais cria ineficiências, como filas de navios para atracar em portos porque as estradas não dão vazão. Com essa nova visão integrada, o governo acredita que a infraestrutura ficará mais interessante para os participantes.A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que em breve o governo lançará um conjunto de novas concessões em infraestrutura:"Estamos menos preocupados com o que está para vencer e muito mais querendo garantir mais investimentos. Enquanto o governo se prepara para divulgar com alarde esse programa de concessões, o próximo balanço do PAC, este mês, terá de assumir o novo atraso de obras de mais de R$ 120 bilhões. Entre estas, a refinaria Premium I, da Petrobras, e o trem-bala.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2012/07/11/internas_economia,384431/governo-prepara-megaprograma-de-concessoes.shtml
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