A delegacia da Receita Federal em Manaus deve ter prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão na arrecadação deste ano devido à interdição do prédio da instituição no Centro de Manaus, em decorrência da cheia e, por consequência, da greve dos auditores fiscais. O delegado da Receita, Leonardo Barbosa Frota, informou ainda que desde maio, por falta de espaço, a instituição está operando com o porcentual mínimo de apenas 30%.
De acordo com o delegado, “a situação é precária e a sociedade está sendo prejudicada pelo modo com que a Receita vem atuando em Manaus”. A expectativa da instituição era de arrecadar este ano R$ 11 bilhões. No entanto, por conta dos problemas relatados a perda pode chegar a R$ 1 bilhão até o fim do ano. “Isso nos preocupa e vamos tentar reaver o prédio da instituição”, afirmou.
Leonardo disse também que a Receita tem os laudos técnicos de engenharia civil e elétrica alegando que o prédio tem condições de funcionamento e, neste momento, a instituição está viabilizando que agentes da Vigilância Sanitária visitem o local e também emitam um laudo. “Com os laudos em mãos pediremos que a decisão seja revista pela Justiça Federal”, disse.
O mandado de interdição do prédio do Ministério da Fazenda, onde os servidores da Receita trabalhavam, foi emitido dia 22 de maio pela Justiça Federal no Amazonas. Laudos constatarem a contaminação da água do prédio por coliformes e pela bactéria escherichia Coli.
“É claro que hoje o prédio está em boa condição de funcionamento. Nos últimos anos foram investidos R$ 5 milhões em obras de reforma e manutenção. Precisamos voltar a trabalhar normalmente, onde estamos não há espaço físico para que todos os servidores trabalhem”, informou Leonardo. Os funcionários da Receita estão trabalhando na unidade do São Jorge, na Zona Oeste.
O delegado acrescentou ainda que todos os esforços da administração estão voltados para iniciar a construção da nova sede da Receita. A obra deve ser licitada ainda este ano.
Greve
Além da interdição do prédio da Receita, a greve dos auditores fiscais é outro agravante que refletirá na arrecadação anual da instituição. E para complicar ainda mais a situação, ontem, os auditores deliberaram que se o Governo Federal não apresentar uma proposta até o final deste mês, irão suspender todo o serviço de “Operação Padrão” e “crédito zero” a partir de 1º de agosto.
“A decisão é nacional e o objetivo é pressionar o Governo”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal no Amazonas (Sindifisco-AM), Eduardo Toledo. Com a suspensão das atividades, mercadorias que “caem” nos canais amarelo e vermelho não serão desembaraçados e a maioria, que é liberada automaticamente no canal verde, poderá ser barrada.
Além dessa medida, eles farão o fundo de corte de ponto. Os servidores que tiverem o ponto cortado receberão seus salários via Sindifisco .
Impacto
Cinco fábricas do setor de eletroeletrônico do Polo Industriald de Manaus (PIM) suspenderam as atividades devido à falta de insumos que estão parados nos portos e aeroporto após a greve. O Sindifisco avalia que 450 desembaraços estão parados nas alfândegas.
Fisco
A Receita Federal, por meio do projeto “Sinal Alerta” identificou, através de cruzamento de informações, 4.400 empresas com irregularidades. Desse total, 250 estão da Região Norte, exceto no Tocantins.
Entre as irregularidades estão omissão de declaração, insuficiência de recolhimento do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e aplicação incorreta do percentual do lucro presumido (omissão de fato gerador, utilização de alíquota inferior a devida).
A Receita Federal encaminhou comunicado as empresas identificadas e com a correspondência em mãos, o contribuinte terá a oportunidade de efetuar o pagamento do tributo recolhido. Ele poderá retificar a declaração antes de qualquer ação de fiscalização da instituição. Do contrário, estão sob pena de cobrança administrativa e judicial do tributo.
Auditores unificam táticas de operação padrão em Foz |
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Danielle Santos
Durante o “Encontro Técnico de Uniformização de Procedimentos em Operação Padrão na Zona Primária”, realizado na terça-feira (10/7), na DRF (Delegacia da Receita Federal do Brasil) de Foz do Iguaçu, Auditores-Fiscais de várias partes do país discutiram uma série de ações a serem adotadas durante a mobilização pela Campanha Salarial.
Entre os pontos acordados e que serão em breve repassados pelo CNM (Comando Nacional de Mobilização) estão o de não desembaraçar DI (Despacho de Importação) durante as terças e quartas-feiras nos portos secos por tempo indeterminado, e o de selecionar o tipo de mercadoria a ser fiscalizada, ou seja, o que irá para o canal vermelho, além da realização de caravanas com a presença de um advogado do Sindifisco Nacional para esclarecer algumas regiões sobre o movimento. Outra decisão foi a realização, nas operações de repressão ao contrabando, de operação-padrão nas fronteiras secas, de preferência às terças.
“Vocês são a ponta de lança do movimento. Por isso, a função desse encontro é reunir quem trabalha nos portos secos e zonas de fronteiras para que encontrem a melhor maneira de traçar ações contundentes para atingirmos nossos objetivos nessa campanha salarial”, disse o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue.
Diante da presença de Auditores vindos não só do Paraná, mas do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Espírito Santo, o sindicalista fez considerações sobre a postura do Governo ao longo de mais de um ano de tentativa de negociação e reforçou com a categoria a disposição que todos devem ter para conduzir as ações reivindicatórias.
“Vamos continuar as operações padrão e crédito zero até que tenhamos o atendimento dos nossos pleitos. Não há data para terminar o movimento. Já estamos incomodando, mas para que haja resultado precisamos intensificar nossa articulação”, esclareceu.
O presidente do Sindifisco informou ainda sobre como a condução das outras categorias na Campanha Salarial Conjunta e o tratamento dado pelo Governo sobre o adicional de fronteira, que está tramitando no Ministério do Planejamento.
O coordenador do CNM (Comando Nacional de Mobilização), responsável pela organização do encontro, Eduardo Tanaka, complementou a preocupação de Delarue a respeito da coesão do movimento e da uniformização dos procedimentos. “Esse debate de hoje é um processo de construção que envolve todos. É um momento necessário para avaliarmos e dizermos como e onde queremos chegar”, disse.
A possibilidade de manifestações conjuntas entres os trabalhadores das aduanas do Paraguai, Uruguai, Argentina, Colômbia e Brasil foi levantada pelo presidente da Frasur (Federação de Arrecadação Fiscal e Aduaneira do Mercosul), João Cunha.
O assunto foi uma das principais conclusões do encontro do Conselho Executivo da Federação no dia 28 de junho, em Campo Grande (MS).
Participaram ainda do encontro em Foz do Iguaçu os diretores do Sindifisco Nacional, João Eudes (Políticas Sociais e Assuntos Especiais), Rafael Pillar (Relações Intersindicais) e Gelson Myskovsky (diretor-adjunto de Administração e integrante do CRM da 9ª RF).
À tarde, o advogado da DEN, David Hissa, conversou com Auditores e tirou dúvidas sobre os dispositivos que legalizam a greve.
Sindifisco - Boletim Informativo - Ano III Nº 700, 11/7/2012
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Sindifisco Nacional manifesta apoio a aduaneiros argentinos e uruguaios |
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Vândia Ribeiro |
O Sindifisco Nacional encaminhou cartas à AFA (Associação de Funcionários Aduaneiros do Uruguai) e ao Supara (Sindicato Único do Pessoal Aduaneiro da República Argentina) manifestando apoio e solidariedade aos trabalhadores aduaneiros dos dois países que, assim como os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil), se encontram em estado de mobilização, na luta por melhores condições de trabalho e salários mais justos.
As entidades são integrantes da Frasur (Federação de Arrecadação Fiscal e Aduaneira do Mercosul), assim como o Sindifisco Nacional.
Nos documentos, assinados pela direção do Sindifisco - Pedro Delarue (presidente), Lupércio Montenegro (1º vice), Sérgio Aurélio Velozo Diniz(2º vice), e pelo diretor de Relações Internacionais, Fabio Galizia - o Sindicato deseja sucesso aos aduaneiros no esforço conjunto em defesa de seus direitos trabalhistas, e se coloca à disposição para contribuir no que for possível para o pleno êxito de suas reivindicações.
O Supara, representação sindical dos trabalhadores aduaneiros da Argentina, realizará no próximo dia 13 de julho paralisação de 24 horas contra redução salarial, por condições mais dignas de trabalho, aumento do efetivo funcional, e para reivindicar o cumprimento de acordos. “Nas relações trabalhistas, os compromissos firmados entre as partes devem ser obrigatoriamente cumpridos por todos os envolvidos em quaisquer que sejam as circunstâncias”, afirma o Sindicato na carta endereçada à entidade.
Sindifisco - Boletim Informativo - Ano III Nº 702, 13/7/2012
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