Porto de Itajaí tem 58% da preferência dos exportadores
O Complexo Portuário do Itajaí detém a preferência de 58% dos exportadores catarinenses que optam pelo modal marítimo para escoar as suas cargas. O valor é a maior fatia entre os exportadores, visto que 36% preferem o Porto de Itajaí e 22% a Portonave SA, Terminais Portuários Navegantes, integrante do Porto Organizado de Itajaí.
Dando sequência na lista, o Porto de São Francisco do Sul conta com 13% da preferência, seguido pelo Porto de Imbituba, com 2%. Os números foram apurados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e consta na publicação Diagnóstico do Setor Exportador Catarinense.
A edição deste ano do estudo foi lançada na última quarta-feira, com o apoio do Figwal Transportes Internacionais, durante seminário em Florianópolis, na sede da Federação.
O trabalho é realizado anualmente desde 1999 e tem o objetivo de acompanhar o desempenho do setor exportador do estado. Neste ano, o levantamento foi realizado com 126 companhias.
Nos cinco primeiros meses do ano, o porto público e terminais que compõe o complexo praticamente dobraram a movimentação de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), em comparação ao mesmo período do ano passado.
A Tribuna
Porto realiza simulado ambiental
Para estar preparado para eventuais emergências, a Gerência de Meio Ambiente do Porto de Itajaí, em parceria com o Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi/APM Terminals), realizou na última quarta-feira, um simulado ambiental relacionado ao controle e atendimento de emergências no transporte e armazenamento de produtos químicos e vazamento de óleo na área portuária. A ação atende o Plano de Emergência individual (PEI).
A empresa Ecosorb Tecnologia Ambiental participou do simulado que teve como objetivo principal manter as equipes preparadas e integradas para atender eventuais situações emergenciais de vazamentos de óleo e produtos perigosos operados na área primaria do Porto de Itajaí. Os participantes tiveram como principal preocupação, os perigos que visavam afetar a integridade física das pessoas, causar danos ao patrimônio da empresa e/ou de terceiros, ou gerar impactos ao meio ambiente.
O Primeiro cenário simulado envolveu o vazamento de óleo hidráulico, durante a operação de guindaste (MHC) próximo ao limite do costado. No simulado, uma falha mecânica resultou em um vazamento de óleo hidráulico de grande proporção, atingindo o Rio Itajaí - Açu. O vazamento foi de aproximadamente 20 metros cúbicos de óleo hidráulico, contaminando o piso e a poluição do rio.
A Equipe de Combate da Emergência foi acionada pelo coordenador do PEI para realizar os procedimentos necessários para a contenção do óleo derramado. Foram instalados barreiras de contenção, mantas e utilizado o equipamento denominado recolhedor de óleo Skimmer.
O segundo cenário envolveu o vazamento de produto químico de uma carreta, que após o procedimento de scanner em contêiner com carga perigosa, o caminhão que fazia seu transporte interno colidiu com outro que trafegava em sentido contrário. O acidente gerou vazamento do produto químico.
A Tribuna
Comissões debatem apagão portuário no Brasil
As Comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Serviços de Infraestrutura (CI) vão realizar audiência pública conjunta, nesta terça-feira (29), para discutir o impacto do Decreto 6.620/08 e da Resolução 1.401/09 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre investimentos privados no setor.
Segundo a autora de um dos requerimentos, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), as medidas adotadas pela Antaq inibem os investimentos privados na construção de terminais portuários privativos destinados à movimentação de cargas próprias, o que irá agravar o "apagão portuário".
Para o debate, foram convidados o diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho; o diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários, Willen Mantelli; representantes da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Associação de Comércio Exterior do Brasil; a presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, Agnes Barbeito de Vasconcellos; e o subsecretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Fabrizio Pierdomenico.
A reunião terá início às 9h30, na sala 13 da Ala Alexandre Costa.
Agência Senado
UPS anuncia novo serviço no Brasil
A UPS tem novidade para o mercado brasileiro. A multinacional do transporte expresso anunciou que vai expandir o seu portfólio no país oferecendo o serviço de remessa internacional de substância biológica.
Serviço - Chamado “UPS Clinical Trials”, o novo serviço da UPS no Brasil já está disponível em mais de 70 países. De acordo com a companhia, esta opção de remessa internacional atende a empresas farmacêuticas e de biotecnologia, bem como a hospitais e laboratórios médicos que precisam transportar substâncias biológicas para testes clínicos e pesquisa.
Entre as substâncias biológicas que podem ser transportadas pelo “UPS Clinical Trials”, todas aceitas pelos padrões de transporte do Programa Internacional de Mercadorias Especiais, o ISC, estão tecidos ou órgãos para transplante e amostras de sangue para transfusão, por exemplo. A companhia ressalta que esse serviço especializado é oferecido através do transporte de substâncias classificadas como de baixo risco e embaladas de acordo com os regulamentos da IATA. “Os requisitos logísticos de empresas e organizações do setor de saúde são muito específicos e complexos, e o UPS Clinical Trials fornece um serviço que satisfaz as necessidades desse grupo de nicho,” destaca Nadir Moreno, presidente da UPS Brasil.
Canal do Transporte
China Shipping, CMA CGM e Evergreen anunciam joint
Armadores unem forças no trade entre Ásia e Europa.
A China Shipping, CMA CGM e Evergreen anunciaram joint venture para o serviço AEX7, entre Ásia e Europa.
O joint é a primeira colaboração entre os três armadores, que anunciaram o início do novo serviço no final de junho, inserindo maior capacidade no trade.
As companhias empregarão nove navios com capacidade nominal entre 8 mil Teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e 9.250 Teus. A China Shipping fornecerá seis navios, a Evergreen dois, e a CMA CGM disponibilizará uma embarcação.
A rotação será a seguinte: Xangai, Ningbo, Shekou, Hong Kong e Yantian (China), Port Kelang (Malásia), Le Havre (França), Roterdã (Holanda), Hamburgo (Alemanha), Zeebrugge (Bélgica) e Port Kelang, retornando a Xangai.
Guia Marítimo
Complexo portuário registra novo recorde de embarque
O Porto do Rio Grande bateu novo recorde de tonelagem embarcada em um único navio. Na última quinta-feira, dia 24, foi encerrado o embarque do navio Prem Varsha no terminal da Termasa, que embarcou 66.935 toneladas de soja em grãos, com destino à China.
O recorde anterior foi obtido no último dia 6, quando o navio Apostolos D deixou o porto rio-grandino com 64 mil toneladas de soja. Esse é o terceiro recorde que o complexo portuário bate desde que teve sua profundidade ampliada de 40 para 42 pés.
Os terminais graneleiros do Porto do Rio Grande, Termasa e Tergrasa, administrados pela cooperativa CCGL, embarcaram nos últimos cinco anos aproximadamente 70 % das respectivas safras de soja no Rio Grande do Sul, que só neste ano já exportou cerca de 1.846.617 toneladas, das quais 87% com destino à China, 6% para Coreia, 3% Tailândia, 3% Turquia e 1% para Alemanha.
Guia Marítimo
(Santa Catarina) Empresários são favoráveis ao estaleiro OSX
As diretorias da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) defendem construção do estaleiro da OSX em Biguaçu. O vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, antecipa que, na semana que vem, vai se reunir com outras entidades para estudar as alternativas de mobilização.
– A Fiesc apoia o projeto pela repercussão na economia de SC. Serão muitos empregos e tributos gerados. Além disso, vai fomentar toda a cadeia produtiva e inserir o Estado nos projetos do pré-sal. Temos que fazer uma grande mobilização para manter estes benefícios aqui.
O presidente da Acif, Doreni Caramori Júnior, defende que a sociedade precisa dialogar com os empreendedores e buscar uma solução para o impasse. Para a diretora de Meio Ambiente da entidade, Jane Pilotto, eventuais mal-entendidos serão resolvidos com uma maior divulgação do projeto, a partir da realização de três audiências públicas agendadas para o final de julho. O diretor de Turismo da Acif, Ernesto São Thiago, acredita que existe uma falsa polêmica sobre o impacto negativo que o empreendimento poderia ter no turismo da Grande Florianópolis.
– A obra, ao contrário, revitalizará o canal Norte da Ilha de Santa Catarina, favorecendo a livre navegação de embarcações de maior calado.
A Federação das Associações Industriais e Comerciais de SC (Facisc) também é a favor da permanência do estaleiro OSX e solicitou o processo para análise da vice-presidência de Meio Ambiente da entidade.
Portos e Navios
História dos portos no Ceará
Antes do Mucuripe, era por meio dos portos do Aracati e Camocim que a riqueza do Ceará era transportada
Fortaleza Abrigo de ondas e correntes marinhas, o porto tem sido, ao longo dos séculos, a porta de entrada e saída de mercadorias, promovendo o desenvolvimento não só das cidades portuárias, como também das que serviam de entrepostos para o transporte da produção. No Ceará, do século XVIII até meados do século XX, Aracati e Camocim abrigavam os principais escoadouros da produção cearense. O declínio desses portos ocorreu com a centralização da atividade no Porto do Mucuripe, estabelecendo a primazia exportadora de Fortaleza.
Antes disso, porém, era nos portos do Aracati e Camocim que se embarcavam os produtos da terra (carne de charque, algodão, cera de carnaúba e café) e por onde chegavam os demais víveres e os artigos de luxo dos barões e grandes comerciantes da época. A elite interiorana dotava cidades como Aracati, Camocim, Acaraú, Icó, Granja e Sobral de teatros, clubes e casarios opulentos, onde as famílias adotavam, em pleno sertão, o vestuário, a porcelana, a mobília e os modos da Europa.
Charqueadas
No século XVIII, quando o Ceará ainda era ligado administrativamente à Pernambuco, a principal atividade naquela região de domínio colonial era a pecuária, destinada à produção de couro e carne, que era salgada e seca nas charqueadas. Os rios Jaguaribe e Acaraú, que antes orientaram as incursões dos primeiros colonizadores no sertão, agora abrigavam na foz de seus cursos (onde há o encontro do rio com o mar) os portos por onde a riqueza era levada para os centros consumidore
De acordo com o livro "Caravelas, Jangadas e Navios", do jornalista Rodolfo Espínola, o transporte do charque era inicialmente feito em sumacas, um tipo de navio à vela que levava a "carne do Ceará" para os portos da Bahia, Pernambuco, Maranhão e Rio de Janeiro. A Europa era o principal importador do couro cearense, chegando a receber, antes de 1790, uma média de 30 mil couros somente do Porto de Aracati.
"Nos séculos XVIII e XIX, os portos de Aracati e Camocim eram muito precários. Os navios ficavam ao largo, em mar aberto, e o transporte era feito por pequenas embarcações chamadas de alvarengas. Invariavelmente, os passageiros acabavam se molhando e alguns fardos de mercadorias se estragavam ou caíam no mar", explica o autor do livro.
A charqueada, no entanto, era comprometida pelas oscilações climáticas da região. Citando o historiador Gustavo Barroso, Rodolfo Espínola lembra que enquanto em 1789 a enchente tomou as ruas principais do Aracati, destruindo os galpões de produção, a seca de 1790 a 1794 dizimou os rebanhos de fome e sede, levando as charqueadas à decadência e dando lugar para o algodão.
"Ouro branco"
Segundo anota Rodolfo Espínola, as primeiras lavouras algodoeiras do Ceará datam de 1777, quando os portugueses Antônio José Moreira Gomes, Felipe Lourenço e Gregório Álvares Pontes começaram o plantio na região onde hoje está localizada Uruburetama. Com a Revolução Industrial na Europa e a Independência dos Estados Unidos, no fim do século XVIII, a produção e comercialização do algodão cearense começou a ganhar impulso.
No Interior, favorecida pela localização, as cidades de Sobral e Acaraú passaram a ser uma das rotas principais para o escoamento do chamado "ouro branco", que era despachado principalmente pelo Porto de Camocim. "O auge da produção e comércio do algodão cearense foi entre os anos de 1861 e 1865, durante a Guerra de Secessão, quando a cotonicultura nos Estados Unidos foi praticamente abandonada em favor do esforço de batalha", ressalta Rodolfo Espínola
Em 1882, locomotivas importadas da Filadélfia (EUA) começaram a percorrer a estrada de ferro que ligava Sobral a Camocim, passando por Granja, dinamizando ainda mais a atividade algodoeira na Região Norte. Até o fim do século XIX, a linha de trem seguiria ligando Camocim a cidades como Ipu e Crateús, até chegar ao Piauí, já no século XX. A atividade entraria em declínio pela falta de investimentos para prevenir a incidência de pragas e melhorar a produtividade do algodão cearense, que voltou a sofrer a concorrência do produto americano.
Centralização
O golpe final para o abandono definitivo dos portos do Aracati e Camocim ocorreu no fim do século XIX, quando foi iniciada a construção da estrada de ferro que ligaria Fortaleza a Baturité. "Havia o interesse de empresários em se chegar às regiões Central e Sul, para poder receber produtos como algodão, cera de carnaúba e borracha e despachá-los por Fortaleza. Além disso, havia a cultura do café, que despontava no Maciço de Baturité", diz o autor.
Fortaleza, capital da província, já tinha certa hegemonia político-econômica, que foi consolidada com a centralização da exportação portuária na Capital, primeiro pelas pontes e, posteriormente, pelo Porto do Mucuripe, no fim dos anos 1930. A falta de investimento nos portos, que outrora embarcavam a riqueza do Ceará, fez com que estes se esvaziassem e perdessem sua força ao longo da primeira metade do século XX.
Diário do Nordeste (CE)/Karoline Viana
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