Total de importadores cresce 15% e compras ficam mais frequentes
Para Welber Barral, aumento dos importadores é resultado da taxa de câmbio favorável e mercado interno aquecido. 50% das importações nacionais são de insumos industriais, diz
Quando iniciou suas operações, em 2006, a Hidrodomi, uma fabricante de cloro do interior paulista, fazia compras esporádicas de insumos químicos no exterior. Dois anos depois a empresa passou a importar matéria-prima trimestralmente. O mercado interno aquecido fez aumentar a demanda por cloro da clientela formada por indústrias e estações de tratamento de água. Do ano passado para cá, a Hidrodomi dobrou seu volume de produção. Como resultado, diz Fernando Possetti, diretor-financeiro da empresa, a importação de insumos passou de trimestral em 2009 para mensal em 2010.
Isso fez a empresa rever sua estratégia de compra de insumos. No início do ano, a fabricante de cloro conseguiu uma habilitação que lhe permite importar sem limitação de valor. A habilitação que a empresa tinha anteriormente estabelecia um teto para os valores comprados do exterior.
A Hidrodomi não é um caso isolado. Empresas que antes importavam esporadicamente e agora desembarcam mercadorias originadas do exterior com maior frequência estão engrossando o número de importadores. De janeiro a abril deste ano, 26,47 mil empresas fizeram algum tipo de importação - alta de 15% sobre os 23,02 mil do mesmo período de 2009 e também acima dos 22,54 mil de 2008.
O crescimento do número de empresas não ocorre somente nas faixas de maior valor de importação, formada por empresas que já importavam e passaram a trazer valores ou volumes maiores do exterior. O número de empresas também aumenta nas faixas dos pequenos importadores. A quantidade de firmas que compram até US$ 10 mil, por exemplo, cresceu 12,65% nos primeiros quatro meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2009 .
Para Welber Barral, secretário de Comércio Exterior, o aumento dos importadores é resultado de uma taxa de câmbio favorável e um mercado interno aquecido. "Os pequenos exportadores que compravam a cada três meses e passaram a comprar mensalmente, por exemplo, muitas vezes usavam tradings e agora estão fazendo a operação diretamente, entrando como novos importadores".
O aumento da disponibilidade de renda, acredita Barral, tem dado um fôlego especial para a entrada de bens de consumo. "À medida em que há aumento da classe média, cresce a demanda por produtos diferenciados. Há marcas mundiais chegando ao Brasil pela primeira vez. Estão surgindo novos importadores e quem já importava está ampliando o mix de produtos".
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) corroboram a análise ao mostrar a evolução da quantidade de empresas que desembarcaram produtos como vinho e confecções. De janeiro a maio de 2005, 150 empresas importaram vinho. No mesmo período do ano passado, foram 191 importadores. Em 2010, o número saltou para 233. O valor importado por empresa pulou de US$ 180,5 mil em 2005 para US$ 299,9 mil em 2010.
As confecções também tiveram evolução que salta aos olhos. De janeiro a maio de 2005, 907 empresas trouxeram confecções do exterior. No ano passado foram 1.490 importadores. Neste ano, 1.684. O valor médio de importação de confecções saltou de US$ 125,5 mil por empresa em 2005 para US$ 305,2 mil em 2010.
O fenômeno, porém, diz Barral, não se limita à compra de bens de consumo. O aumento da demanda interna traz elevação da competição, lembra o secretário, o que tem feito as empresas procurarem fornecedores de insumos no exterior. "Cerca de 50% das importações brasileiras são de insumos industriais. Num mercado mais competitivo, é preciso reduzir custo de produção e uma forma de fazê-lo é diminuir o custo dos insumos via importação".
A compra de bens de capital, também pode ter gerado aumento do número de importadores. Esses desembarques também estão sendo impulsionados por preços baixos e mercado interno em crescimento maior que o internacional.
Valor Econômico
Ceará tem alta de 20% nas exportações
O estado do Cerá apresentou alta de 20,5% nas exportações nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao período de janeiro a maio do exercício passado. Até o último mês, foram embarcados o equivalente a US$ 496,3 milhões - nos cinco meses iniciais de 2009, o montante somou US$ 411,8 milhões.
No ranking nacional de exportações, o Ceará figura na 12ª colocação, levando-se em conta os cinco meses de 2010. Dentre os estados da região Nordeste, o Ceará é superado apenas por Bahia (US$ 3,42 bilhões) e Maranhão (US$ 1,3 bilhão). Do início do ano até até maio, as importações fecharam em US$ 661,8 milhões, valor 29,7% maior do que o montante computado no mesmo intervalo do exercício passado, fechando a balança comercial com déficit de US$ 165 milhões.
A maior parte das exportações do estado teve como destino os Estados Unidos, registrando US$ 151,1 milhões, de janeiro a maio, correspondendo a 30% do total negociado com o mercado internacional. Reino Unido (8,8%) e Argentina (7,9%) completam o ranking.
Balanço geral por regiões
De janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,093, valor 30% maior que o registrado nos cinco primeiros meses de 2009. As exportações do Nordeste cresceram 57%, na comparação com os mesmos meses de 2009. Esse foi o melhor desempenho regional registrado no País. Os embarques nordestinos somaram US$ 6,551 bilhões.
O Sudeste continua sendo a região brasileira com maior índice de exportações, contribuindo com 55% do total nacional. Os quatro estados da região embarcaram US$ 40,280 bilhões; o Rio de Janeiro teve um crescimento de 105% dos embarques internacionais. Em seguida, aparecem o Espírito Santo (60%), com embarques de US$ 3,738 bilhões; Minas Gerais (33%), que exportou US$ 9,807 bilhões; e São Paulo (21%), com vendas internacionais de US$ 18,796 bilhões.
A região Sul apresentou incremento de 16% em suas exportações. O principal destaque foi o Paraná, cujos embarques internacionais cresceram 17,85%, valor muito próximo do desempenho do Rio Grande do Sul (17,11%). Por último, aparece Santa Catarina com crescimento de 13%. As exportações de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somaram, respectivamente, US$ 5,228 bilhões, US$ 5,650 bilhões e US$ 2,906 bilhões.
A região Centro-Oeste também apresentou acréscimo nas exportações. Mato Grosso do Sul se destacou com aumento de 55% nas vendas internacionais, em comparação ao valor registrado de janeiro a maio de 2009. As vendas do Distrito Federal aumentaram 30%, as de Goiás, 21%, e as do Mato Grosso, 5%.
As exportações do Norte cresceram 3%. Dos sete estados da região, Pará e Roraima tiveram decréscimo nos embarques, -1,4% e -1,2%, respectivamente. O Acre registrou aumento de 70% das suas vendas ao mercado externo, seguido do Amazonas 40% e Tocantins 38%.
Guia Marítimo
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