LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 23 de junho de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 23/06/2010

Indústria de máquinas lança marca para retomar exportações
Para Abimaq, iniciativa é um passo para mitigar baixa nas exportações do setor, que sente perda de competitividade no exterior devido à valorização do real e à alta carga tributária

Em meio à queda das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, a indústria de bens de capital anunciou na última sexta-feira (18/06) uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) para promover os produtos do setor no exterior.
Ao todo, a agência, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), investirá R$ 8 milhões no programa, que vai durar até junho de 2012. Em contrapartida, a iniciativa privada promete aportar o mesmo montante.
Os recursos serão destinados a ações como a participação de empresas brasileiras em feiras de negócios internacionais, à realização de missões empresariais no exterior e a ações de marketing.
Dentro de uma aspiração do setor em entrar no seleto grupo de países reconhecidos como fornecedores de soluções customizadas em produtos de bens de capital, até uma marca foi criada para identificar a indústria brasileira de máquinas e equipamentos lá fora, a Brazil Machinery Solutions.

Como alvo dessas ações, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) - entidade que representa o setor e responsável pelo desenvolvimento do projeto com a Apex - selecionou 12 mercados prioritários.

O foco está nos países da América do Sul, onde os trabalhos de promoção serão concentrados na Argentina, no Chile, no Peru, na Venezuela e na Colômbia.

"A América do Sul é a nossa prioridade número 1", disse o diretor-executivo de comércio exterior da Abimaq, Klaus Curt Müller, acrescentando, no entanto, que o projeto também incluiu entre os mercados-alvo a América Central, o México, a Angola, a África do Sul, a Índia e a Rússia, além dos Estados Unidos.

Segundo o executivo, a ideia é aumentar em 5 pontos percentuais a participação brasileira nas importações de máquinas dos mercados sul-americanos prioritários. As empresas que participarem das ações - estima-se que serão 250 - deverão ter um crescimento médio nas exportações 5% superior àquelas que ficarem de fora, estimou Müller.

Durante entrevista coletiva à imprensa, o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, assinalou que o grande desafio será encorajar as exportações das empresas de pequeno e médio porte, que correspondem a 80% dos associados da entidade. "Nós pedimos para que essas empresas participem dessas feiras", disse.

De acordo com ele, a iniciativa é um passo direcionado a mitigar a baixa nas exportações do setor, que sente uma perda de competitividade no exterior devido à valorização do real e à carga tributária elevada. "Não podemos deixar que as empresas (de fora) percam o interesse no Brasil".

"A inovação tecnológica dá perenidade ao setor. Não podemos perder o que é exportado, 30% do nosso faturamento vem da exportação. Quase metade das exportações vai para o primeiro mundo, isso mostra que temos qualidade", disse o presidente da entidade.

Segundo Aubert Neto, o Brasil, que chegou a ser o quinto maior produtor mundial de máquinas e equipamentos na década de 1980, ocupa hoje a 14ª posição nesse ranking.

"Não existe uma grande nação ou um grande país que não tenha um setor de máquinas e equipamentos forte", declarou Alessandro Teixeira, presidente da Apex. Segundo ele, este setor vem se modernizando no Brasil e é preciso transmitir essa mensagem aos importadores. "O trabalho que vai ser feito com esse novo convênio é trabalhar a marca da nossa qualidade e inovação".
Valor Econômico



A invasão dos produtos chineses deve continuar 

Segundo professor, China vive um momento diferente. Queda das vendas da UE para países como EUA e Brasil são uma oportunidade de entrada maior dos produtos chineses, diz analista

A expectativa pelo fim da invasão de produtos chineses desvalorizados no comércio mundial não deve se concretizar. Economistas acreditam que a apreciação do yuan será pequena; o necessário para estabilizar o mercado interno e conter a inflação do País asiático. A divulgação da maior flexibilidade do yuan pelo Banco Popular da China no sábado - uma semana antes da reunião do G-20 (20 maiores economias do mundo) - soou ainda como jogada estratégica do país para se livrar de críticas internacionais.

O yuan subiu 0,42% , para 6,7976 por dólar - o maior valor desde a mudança cambial de julho de 2005, quando a China permitiu que a taxa de câmbio valorizasse 20% em relação à moeda americana. A medida durou até julho de 2008, momento em que o BC chinês fixou o dólar em 6,8 yuans para ajudar a indústria manufatureira a conservar os postos de trabalho durante a crise.
Entretanto, valorizações de até 5% não devem trazer grandes impactos para o resto do mundo, explica o professor de economia da Universidade Federal do ABC (UFABC) Giorgio Romano Schutte. Para ele, seria necessário uma apreciação em torno de 20%, como ocorreu no passado.

"Mas vivemos um momento diferente, com a crise na europa provocando a desvalorização do euro", analisa Schutte. "Além disso, a queda das vendas da UE para países como EUA e Brasil são uma oportunidade de entrada maior dos produtos chineses".

Juros e compulsório
O ex-diretor de Política Monetária do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, destaca que a China, preocupada com a inflação, já sinalizou a necessidade de mudar sua política monetária, com o aumento dos juros e do compulsório. Quando o País produz em grande escala para a exportação e também dificulta a entrada de mercadorias extrangeiras, por causa do câmbio desvalorizado, a demanda fica maior que a oferta, o que provoca o aumento dos preços.
"A China não está se curvando às necessidades das economias mundiais, e sim, cuidando da saúde interna do País", analisa Carlos Thadeu. "A valorização do yuan deve acontecer lentamente, mas mesmo assim pode trazer reflexos positivos para o Brasil".

Produtos brasileiros como eletroeletrônicos, brinquedos e calçados vão ficar mais competitivos internamente, aponta o professor da FGV Management Robson Gonçalves. Os exportadores de soja, aço e minério de ferro para a China também serão favorecidos com o yuan mais caro, lembra o economista.

As reservas internacionais da China são de cerca de US$ 2 trilhões, patamar mais que suficiente para o País promover uma alta cautelosa da moeda. Gonçalves disse que o BC chinês apresentou "uma situação pronta, típica de um regime fechado, e não deu detalhes do que vai acontecer, sem propor uma negociação". Segundo o professor, provavelmente os chineses já sabem a margem de flexibilização da moeda e só vão divulgar quando for mais oportuno.

Para Gonçalves, a pressão dos EUA para a apreciação do yuan é dúbia. Os dólares acumulados pela China também favorecem os americanos. "Muitas fábricas americanas, e até mesmo grandes redes de comércio, estão instaladas em território chinês".
Jornal do Brasil



Exportações de industrializados cresceram 70% em maio

No mês de maio as exportações de produtos industrializados por Mato Grosso do Sul aumentaram 70% em relação ao mesmo período do ano passado, de US$ 106,2 milhões para US$ 180,1 milhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Foi um recorde. Segundo o Radar da Fiems, no comparativo com abril deste ano, o crescimento de maio foi de 34%, pois no quarto mês deste ano a receita obtida alcançou o equivalente a US$ 134,5 milhões.

No acumulado do ano, as receitas totais alcançam US$ 654,4 milhões contra US$ 386,7 milhões em igual intervalo de 2009, crescimento nominal de 69%.

Com relação ao volume, no mês de maio a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 612,1 mil toneladas, indicando, deste modo, um crescimento de 89%, em volume, sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas somaram 324,5 mil toneladas.
O destaque foi para o grupo “Carnes e miudezas, cortes, peças e carcaças – Complexo frigorífico”, especialmente nas vendas de pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas e carnes desossadas e congeladas de bovinos, que proporcionaram uma expansão, em receita, no comparativo com igual período de 2009, equivalente a 32% e 30%, respectivamente.

Em valores, o ganho adicional somado, decorrente das expansões observadas foi da ordem de US$ 53,9 milhões, crescimento de 27% sobre o saldo observado no último levantamento. No caso do grupo “Papel e celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel”, o destaque, naturalmente, continua por conta da pasta química de madeira semibranqueda (celulose) que foi incorporada à pauta de industrializados no fim do primeiro quadrimestre do ano passado e que registrou, somente em 2010, uma receita de exportação equivalente a US$ 116,9 milhões ou 94% da receita total do grupo. Outro importante produto é o papel fibra, que começou a ganhar destaque no final de 2009 e neste ano até o mês de maio alcançou a marca de US$ 5,4 milhões ou 4,4% do total.

Já no grupo “Extrativo mineral – Minerais metálicos”, o valor alcançado, no ano, equivale a US$ 99,4 milhões, tendo como reflexo, em maior medida, a retomada das exportações de minérios de ferro em bruto, condição que vem se fortalecendo nos últimos meses, tanto que somente em maio as vendas do produto foram da ordem de US$ 32,2 milhões, totalizando, no ano, US$ 87,4 milhões ou 88% da receita total do grupo, resultando num volume 3,4 vezes maior que o obtido em igual período do ano passado, com uma receita, na mesma comparação, superior em 2,7 vezes.

No grupo “Açúcar e álcool”, no acumulado do ano, a receita de exportação alcança o equivalente a US$ 49,7 milhões, indicando, sobre igual período de 2009, um crescimento nominal de 36%, resultando em um valor adicional de US$ 18,5 milhões. Já em volume, na mesma comparação, a variação foi de 6%, aumento superior a 6 mil toneladas.
NetMarinha



Comércio exterior registra ‘boom’ de importadoras de janeiro a maio

O aquecimento do mercado doméstico, a valorização do real frente ao dólar e os baixos preços dos produtos chineses já causam forte impacto no comércio exterior brasileiro, quando o assunto é o número de empresas que atuam na área. De janeiro a maio de 2010, enquanto 301 deixaram de exportar, nada menos do que 3.728 empresas entraram no universo de importadoras, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A quantidade de firmas que começaram a importar – de forma geral matérias-primas, intermediários e bens de consumo duráveis, como automóveis – supera as 889 empresas registradas em 2009 e fica próxima à de 2008, quando foram contabilizadas novas 4.214. Entre razões que justificam o salto deste ano, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, citou grandes supermercados que passaram a comprar produtos no exterior e empresários que antes usavam tradings para as aquisições lá fora, mas agora importam diretamente do fornecedor
Nicomex

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