LEGISLAÇÃO

terça-feira, 22 de junho de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 22/06/2010

Terceira semana de junho registra superávit de US$ 806 milhões
Entre os dias 14 e 20 de junho de 2010, terceira semana do mês, a balança comercial brasileira registrou superávit (diferença entre as exportações e importações) de US$ 806 milhões, com média diária de US$ 161,2 milhões. No período, as exportações somaram US$ 4,075 bilhões (média diária de US$ 815 milhões) e as importações US$ 3,269 bilhões (média diária de US$ 653,8 milhões). Nos cinco dias úteis, a corrente de comércio (soma das duas operações) chegou a US$ 7,344 bilhões (média diária de US$ 1,468 bilhão).

A média diária das exportações na terceira semana de junho foi 6,4% menor que a observada até a segunda semana do mês (US$ 871,1 milhões). A retração foi justificada pelos embarques de produtos básicos (-13,3%) – principalmente, minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja e carnes de frango, bovina e suína – e bens manufaturados (-5,5%) – por conta de autopeças, bombas e compressores, veículos de carga, óleos combustíveis, motores e geradores, pneus e calçados. Entretanto, na mesma comparação, cresceram as vendas de semimanufaturados (+17,6%), com destaque para açúcar em bruto, celulose, ferro-ligas, alumínio em bruto e ferro fundido.

Na mesma comparação, as importações, também pela média diária, registraram queda de 12,7%, motivada pelas aquisições de combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos, automóveis e partes, produtos químicos orgânicos e inorgânicos e siderúrgicos.

Mês
Nas três primeiras semanas do mês, as exportações totalizaram US$ 11,044 bilhões, com média diária de US$ 849,5 milhões. Esse desempenho foi 23,3% maior que o registrado em todo mês de junho de 2009 (US$ 689 milhões), devido ao crescimento das vendas de produtos das três categorias: semimanufaturados (+67,6%), básicos (+18,3%) e manufaturados (+14,8%).

No grupo de semimanufaturados, cresceram as exportações de semimanufaturados de ferro e aço, ferro-ligas, açúcar em bruto, couros e peles, óleo de soja em bruto e celulose. Dentre os básicos, aumentaram as vendas de minério de ferro, petróleo em bruto, carne bovina, suína e de frango e minério de cobre. Já os manufaturados registraram as principais altas devido aos embarques de óleos combustíveis, motores para veículos, máquinas e aparelhos para terraplanagem, veículos de carga, autopeças, bombas e compressores, automóveis e açúcar refinado.
Na comparação com maio deste ano – quando a média diária foi de US$ 843 milhões – as exportações, nas três primeiras semanas de junho, cresceram 0,8%. Esse desempenho pôde ser observado nos embarques de produtos semimanufaturados (+20,2%) e manufaturados (+1,4%). No entanto, as vendas de básicos caíram 6,5%.

As importações acumularam US$ 9,259 bilhões (média diária de US$ 712,2 milhões), valor que foi 51,6% superior ao verificado em junho do ano passado (US$ 469,7 milhões), justificado pelas aquisições de produtos de borracha (+82,5%), siderúrgicos (+75,7%), combustíveis e lubrificantes (+64,2%), equipamentos mecânicos (+60%), automóveis e partes (+57%), equipamentos eletroeletrônicos (+54%) e produtos plásticos (+52,8%).

Na comparação com maio deste ano, cuja média diária das importações foi de US$ 679 milhões, houve crescimento de 4,9% devido aos desembarques de produtos plásticos (+15,9%), equipamentos mecânicos (+12,1%), automóveis e partes (+10%), instrumentos de ótica e precisão (+8,4%), produtos químicos orgânicos e inorgânicos (+4,2%) e combustíveis e lubrificantes (+3,4%).

O superávit comercial acumulado no mês, até a terceira semana, foi de US$ 1,785 bilhão, com média diária de US$ 137,3 milhões. Em todo o mês de junho do ano passado, foi registrado saldo comercial de US$ 4,604 bilhões, com média diária de US$ 219,2 milhões. Por esse critério, o superávit decresceu 37,4%. Na comparação com maio deste ano – US$3,444 bilhões, com média diária de US$ 164 milhões – a retração foi de 16,3%.

Ano
Nos 115 dias úteis acumulados de janeiro até a terceira semana de junho, as exportações brasileiras chegaram a US$ 83,138 bilhões, com média diária de US$ 722,9 milhões. Esse desempenho foi 28% superior ao registrado no mesmo período de 2009 (US$ 564,9 milhões).

As importações, no mesmo período, somaram US$ 75,744 bilhões, com um desempenho médio diário de US$ 658,6 milhões, valor 44,1% maior que o verificado no mesmo período de comparação (US$ 457,2 milhões).

O saldo comercial, no acumulado do ano, chegou a US$ 7,394 bilhões, com média diária de US$ 64,3 milhões, cifra 40,3% menor que a média diária observada no mesmo período de 2009 (US$ 107,6 milhões).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC



China já representa 16% da corrente de comércio paranaense
China é responsável por boa parte das comercializações realizadas pelo Paraná. Segundo os números divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, durante os cinco primeiros meses

do ano, 16% da corrente de comércio paranaense foram com o país asiático. Os chineses compraram 18% dos produtos embarcados pelo Estado no período, ou cerca de US$ 950 milhões.

Nos primeiro cinco meses do ano passado, as exportações para a China representavam 11,4% do total, somando US$ 506 milhões. Em 2008, o peso do mercado chinês era de 10%. O Estado também tem importado mais da China, o que ajuda a explicar a ascensão do país asiático como maior parceiro comercial do Paraná - a segunda colocada é a Argentina, com 10,3% da corrente de comércio.

Entraram nos primeiros cinco meses do ano, US$ 665 milhões em produtos chineses, o que representa 14,2% do total importado pelo Paraná. Em 2008, a China fornecia cerca de 9,5% das compras do Estado.

As exportações paranaenses se concentram no complexo soja, em especial na soja em grão, que representa mais de 90% da pauta, enquanto as importações são mais variadas, dispersas por uma lista de mais de 2 mil produtos.

Assim, a posição ocupada pela China no comércio com o Estado é marcada por uma especialização na venda de grãos para o país asiático.

Recuperação
Os dados do Ministério do Desenvolvimento também reforçam a noção de que o comércio exterior do Paraná saiu do período de contração severa provocada pela crise. As exportações em maio cresceram pelo quarto mês consecutivo, atingindo US$ 1,36 bilhão, com uma elevação de 4,8% sobre abril e de 22,2% sobre maio de 2009. As importações somaram US$ 1,05 bilhão, mantendo o ritmo forte de aceleração, com alta de 5% em relação a abril e de 54,9% em relação a maio de 2009.

Nos primeiros meses deste ano, houve uma melhora sensível nos embarques de produtos manufaturados, em especial dos materiais de transporte - a alta neste caso foi de 51%, para US$ 773 milhões. Houve incrementos importantes também em itens do segmento de mecânica (50%), produtos têxteis (33%), e papel e celulose (29%). Com isso, foi amenizado o movimento que levou os itens básicos à liderança da pauta de exportação. Até maio, os básicos representaram 45% dos embarques, contra 43% dos produtos manufaturados.
A Tribuna




Aço brasileiro é 30% mais caro que o europeu
O governo fez dois anúncios que tiveram o efeito de "bate e assopra" sobre as indústrias de bens de capital e automobilística.

O primeiro foi o da decisão de manter as atuais taxas de importação de aço, na casa dos 14%, ao contrário do que esperavam os dois setores.

A segunda foi o da extensão do programa de financiamento PSI/Finame até o final do ano, com taxa de 5,5%, para máquinas e equipamentos, e de 8%, para caminhões, como anunciado anteriormente, e não com taxas de juro mais elevadas, como chegou a ser cogitado.

O PSI/Finame é um dos principais motores de vendas e máquinas e equipamentos e de caminhões no Brasil atualmente. E, em função disso, sua manutenção com juro de 5,5% é avaliada como um dos poucos acertos na política industrial do atual governo.

"O Luciano Coutinho merece uma estátua por isso", afirma José Velloso Dias Cardoso, primeiro vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"É a única ferramenta de competitividade que o governo nos dá. A política monetária tira a competitividade de toda a indústria de transformação do país", diz.

Já no que diz respeito à manutenção da tarifa de importação do aço, o discurso é diferente. "Apesar de ser o maior produtor de ferro, o Brasil tem o aço mais caro do mundo, e não é de hoje. Não é manchete de jornal. Falamos disso há muito tempo. Mas só agora que a indústria automobilística vem a público reclamar é que dão essa importância toda ao fato", diz Velloso.

Segundo o dirigente, muitas grandes empresas do setor já estão importando aço. "A minha, por exemplo, compra 40% fora", diz.

O problema é que as pequenas e médias, que representam 90%das cerca de 4,5 mil empresas do setor, não têm poder de fogo para tanto, e são obrigadas a se abastecer no mercado interno.

"É quase uma reserva de mercado para as siderúrgicas brasileiras", afirma.

Apenas este ano, Velloso diz que já foram repassados sem negociação dois aumentos de preço, que somam entre 15% e 20%, dependendo do tipo de aço e do distribuidor. E novas altas são esperadas.

Na indústria automobilística, a resposta à alta do insumo poderá vir na forma de aumento das importações.
Segundo Garcia Sanz, responsável pela área de compras do Grupo Volkswagen mundial, 30% da matéria-prima usada pela companhia no Brasil este ano será importada. "Os custos na Europa são 30% mais baixos", diz o executivo.

Além disso, a montadora compra aço junto com fornecedores, para ampliar a competitividade de sua cadeia produtiva.

"Os asiáticos chegam ao Brasil completos. Lá o aço é muito mais barato. Por isso adotamos essa medida", diz.

Outra ação em andamento na Volks, segundo Sanz, é a busca por novos fornecedores asiáticos e europeus que queiram investir no Brasil.
Em especial de faróis, plásticos e tecnologia eletrônica do motor. Além da questão dos custos, de acordo com Thomas Schmall, presidente da montadora no Brasil, o parque de autopeças está produzindo no limite.

"Está havendo muito retrabalho, o que implica em perda de tempo e alta dos custos de produção", diz.
Brasil Econômico




Governo apoia ações para exportação de máquinas
Programa da Apex aproxima fabricantes de compradores externos
Adriana Lampert
Aumentar as exportações brasileiras, apoiando micro e pequenas empresas. Fazer com que o setor de máquinas para calçados e couros tenha maior participação no mercado internacional e gere emprego e renda dentro do País. Estes são os principais objetivos do novo acordo do governo federal, através da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) junto à Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores de Couro, Calçados e Afins (Abrameq).

A parceria visa também a capacitar os novos fornecedores de tecnologia para as indústrias de curtume e calçados. A próxima edição da Francal, uma das maiores feiras calçadistas da América Latina – que acontece de 5 a 8 de julho, em São Paulo – é a primeira ação do Projeto Setorial Integrado para a Indústria de Máquinas de Fabricação de Calçados, Couros e Afins. Na ocasião, estão agendadas rodadas de negócios entre 14 empresas brasileiras com importadores de países da América Latina e México. “Entre as mais de 30 ações projetadas para ocorrerem nos próximos dois anos, a mais importante é o Projeto Comprador, em que cada um destes expositores pode indicar até dois compradores para a feira”, destaca Isabel Aguiar, diretora-executiva da Abrameq.
Segundo ela, os mercados-alvos das 38 pequenas e médias empresas que participam do projeto são México, Peru, Bolívia, Argentina, Índia e Equador. A vinda dos executivos internacionais será custeada pelo projeto, resultado de um convênio de cooperação técnica que receberá investimentos, até 2012, na ordem de R$ 800 mil por parte da Apex-Brasil e de R$ 1,250 milhão em contrapartida da Abrameq.

A participação em feiras internacionais no âmbito latino-americano é outra ação que será desenvolvida pela parceria. Desta vez, o Projeto Vendedor irá levar empresários brasileiros até Peru, Colômbia, Equador e México.

“Em breve haverá uma jornada técnica de negócios no Peru, seguida de seminários ministrados pelos próprios executivos”, ressalta Geraldo Eustáquio de Oliveira, gestor da Unidade de Projetos da Apex-Brasil. Segundo ele, 80% das empresas que aderiram ao plano estão em Novo Hamburgo, 10% na Serra gaúcha, duas em Santa Catarina e duas em São Paulo. “A Bolívia, país com foco nos curtumes, é outro alvo de nossos associados”, lembra a diretora da Abrameq.

Oliveira ressalta outra ação do projeto, vinculada ao mercado indiano. “Realizamos, em todo o mundo, o que se chama de inteligência comercial, com prospecção quantitativa de mercado, para detectar quem compra máquinas para calçados e couro. Há 30 mercados, e decidimos que iremos trabalhar em nove deles, incluindo a Índia”, adianta.
Jornal do Comércio

 
 
China sob suspeita de burlar restrições brasileiras à importação de calçados
Empresários do setor acreditam que outros países possam estar sendo usados para trazer produtos chineses ao Brasil.

Após nove meses da entrada em vigor da sobretaxa aos calçados importados da China, novos países asiáticos ganharam representatividade nos desembarques do produto no Brasil. Segundo o setor calçadista, por trás desse crescimento, há forte evidência de que esteja ocorrendo triangulação nas exportações do produto chinês para o Brasil, por meio de outros países, para fugir da tarifa antidumping de US$ 13,85 sobre cada par.

As compras externas de sapatos da Malásia, por exemplo, subiram de mil para 2,129 milhões de pares entre janeiro e maio de 2009 em relação ao mesmo período deste ano – alta de 212,8%.

– As importações da Malásia saíram de praticamente zero para milhões de pares – diz o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso.

Segundo ele, o preço médio do calçado importado da Malásia – que recuou no período de US$ 78 para US$ 4,01 – ficou muito próximo do valor praticado pela China há um ano, ao redor de US$ 6,50, quando a tarifa antidumping não estava em vigor. Em termos de valores gastos com importações de calçados da Malásia, o aumento chegou a 10.843% entre janeiro e maio, em comparação com igual período de 2009. O valor saltou de US$ 78 mil para US$ 8,536 milhões.

Os empresários do setor comunicaram o governo brasileiro sobre o avanço das importações de calçados de países vizinhos à China.

– As evidências são tão fortes que merecem uma ação imediata do governo – diz Cardoso.

A compilação feita pela Abicalçados tem como base dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O dumping – exportação a preços inferiores aos praticados no mercado de origem para conquistar mercado – é considerado uma prática desleal pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Desde setembro do ano passado, os sapatos chineses passaram a pagar uma sobretaxa de US$ 12,47, valor que foi elevado a US$ 13,85 em março. Os calçados provenientes de qualquer destino também pagam 35% de tarifa de importação para entrar no Brasil.
Zero Hora

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