Municípios de Senador Guiomad e Aracruz terão Zonas de Processamento de Exportação
O Conselho das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou hoje (28/6) a criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) nos municípios de Senador Guiomad (AC) e Aracruz (ES). A reunião, realizada em São Paulo (SP), foi presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do conselho, Miguel Jorge.
Acre
O município de Senador Guiomard (AC) se localiza a 24 km de Rio Branco, na parte sudoeste do Estado. A implantação da ZPE está prevista para uma área de 130 hectares, sendo que destes, 10 hectares destinavam-se à implantação de um Porto Seco, que já teve investimentos de R$ 5,1 milhões. Toda a infraestrutura prevista para o porto será utilizada para a área administrativa da ZPE.
A construção do primeiro módulo está estimada em oito meses, conforme cronograma físico financeiro apresentado pelo Governo do Acre. Após a publicação do Decreto Presidencial criando a ZPE, estima-se em 18 meses o prazo para início das operações.
O provável perfil industrial da ZPE do Acre será composto por empresas que atuem no beneficiamento e industrialização da madeira, da castanha-do-Brasil e do látex, tendo em vista que estes são os principais produtos exportados pelo Estado e há disponibilidade de insumos na região. Além do perfil apresentado, a proposta ressalta que na BR-317 (“Estrada do Pacífico) estão instaladas indústrias produtoras de álcool, frigorífico e uma empresa produtora de pisos. Com os benefícios da ZPE, estas empresas poderão aumentar sua participação nos mercados dos países vizinhos, como a Bolívia, Peru, Equador e Colômbia.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações do Estado do Acre totalizaram US$ 15,640 milhões em 2009, registrando uma redução de 24% em comparado a 2008, período em que as vendas somaram US$ 20,764 milhões. Os principais países de destino foram: Reino Unido, Bolívia, China, Estados Unidos e Bélgica.
A proposta apresentada menciona a expectativa de que a ZPE do Acre se transforme em uma plataforma de exportação de produtos brasileiros para os mercados dos países vizinhos (Bolívia, Peru, Equador e Colômbia), incentivando também a integração das cadeias produtivas sul-americanas.
Espírito Santo
O Município de Aracruz situa-se na microrregião capixaba conhecida como Pólo Linhares e faz divisa com os municípios de Linhares, Fundão, João Neiva e Ibiraçú. A proposta apresentada pela prefeitura do município destaca os principais terminais portuários utilizados na região, responsáveis pelo escoamento da produção destinada ao mercado externo, e suas respectivas distâncias da área prevista para implantação da ZPE: Portocel-Barra do Riacho (8 km), Portos da Grande Vitória (70 km), Super Porto Praia Mole (60 km), Porto de Tubarão (65 km), terminal de Vila Velha (85 km). Outra possibilidade de escoamento da produção seria a utilização do aeroporto Eurico Sales (Goiabeiras), distante 80 km do centro comercial de Aracruz e 65 km da área.
A finalidade da ZPE será atrair empresas integrantes da cadeia produtiva de petróleo e gás, em especial indústrias metais mecânicas que produzem para plataformas e embarcações utilizadas na exploração do petróleo. Também há expectativa de serem produzidas válvulas e outros equipamentos capazes de suportar grandes pressões. No Estudo da Cadeia Produtiva da indústria de exploração e produção de Petróleo e Gás Natural do Espírito Santo, foram identificadas oportunidades para empresas capixabas e estrangeiras nos campos produtivos de equipamentos e de bens voltadas à indústria do Petróleo, no curto e longo prazo.
Uma das bases da economia do Município de Aracruz foi a antiga Aracruz Celulose S.A, hoje Fibria, empresa produtora de celulose de fibra curta e branqueada de eucalipto, matériaprima para fabricação de papéis. As exportações do município, em 2009, totalizaram US$ 824,112. milhões, registrando uma redução de 20,8%, comparado ao ano de 2008, período em que as vendas somaram US$ 1,041 milhão.
Os principais países de destino das exportações de Aracruz, segundo dados do MDIC, foram: Estados Unidos (37,6%), China (31,8%) e Holanda (16,7%). A previsão das exportações, levando em consideração a capacidade industrial instalada e seus mercados potenciais identificados, foi estimada na ordem de 1 bilhão de dólares por ano.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Brasil aguarda liberação de embarques aos EUA
O governo brasileiro aguarda o sim dos EUA para retomar a exportação de carne brasileira. As vendas foram suspensas no dia 27 de maio, a pedido do Ministério da Agricultura, como medida preventiva depois que um problema foi detectado em um lote de carne processada pelo JBS.
A resposta é aguardada para o início do próximo mês pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim. Isso porque a missão que foi aos EUA para discutir a metodologia aplicada no país na análise de carne retorna no dia 30.
Jardim evitou comentar sobre possível adiamento da posição norte-americana após um segundo problema na exportação de um lote da JBS foi detectado.
Em nota enviada à imprensa, a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) salientou que a inconformidade em lotes do produto não significa que toda a carne brasileira exportada para os Estados Unidos está imprópria para o consumo. "Desde que foi detectado o problema, a Abiec tem trabalhado em estreita parceria com o Ministério da Agricultura para prestar todas as informações necessárias e correlacionadas a esse evento pontual", informou a nota.
Os jogos da Copa do Mundo têm antecipado os fins de semana de muitos torcedores, que transferem o tradicional churrasco de sábado para o meio da semana nos dias das partidas da seleção brasileira. É o que mostra levantamento divulgado pelo frigorífico Quatro Marcos. Entre os dias 13 e 15 de junho, horas antes da estreia do Brasil no Mundial contra a Coreia do Norte, a venda de carne cresceu 20% no varejo em relação ao mesmo intervalo do ano passado. No atacado, o resultado foi ainda maior, de 25% em relação ao mesmo período de 2009.
Diário do Comércio e Indústria
Fabricantes de máquinas apostam em revenda de importado para não fechar
Sem condições de competir em pé de igualdade com os chineses, empresas como a paulista Kone, fabricante de máquinas-ferramenta (tornos, furadeiras e fresadoras), apostam na revenda de equipamentos asiáticos, com o carimbo da marca, para se sustentar no mercado nacional. Há três anos importando, a empresa triplicou o faturamento e reduziu pessoal com a mudança de estratégia.
O motivo da troca das peças nacionais por importadas, de acordo o presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), com Luiz Aubert Neto não está na qualidade, mas na necessidade financeira. "Sob o ponto de vista técnico, os equipamentos nacionais são competitivos. Do ponto de vista financeiro, no entanto, a competitividade fica comprometida por questões como, por exemplo, a taxa de câmbio", diz.
O presidente da Kone, Marcelo Cruañem, justifica. "Já deixamos de fabricar a maioria dos nossos equipamentos e dentro de seis meses vamos avaliar se passaremos a ser exclusivamente importadores, coisa de que não gostaríamos". Com as importações, a empresa vem trabalhando "de vento em popa". As vendas pularam de 50 a 60 máquinas por mês para 270 a 320 unidades. O quadro de pessoal, que nos tempos áureos chegou a mais de 400 funcionários, hoje não passa de 100. Contudo, a lucratividade triplicou. "O preço de uma máquina chinesa não paga sequer a matéria-prima no Brasil. O quilo do ferro fundido aqui custa cerca de US$ 3, e eu compro máquina chinesa pronta por R$ 2,5 a R$ 3 o quilo."
Essa diferença, de acordo com um estudo recente da Abimaq, é resultado do impacto do chamado Custo Brasil maior que a indústria brasileira como um todo. De acordo com a Abimaq, o conjunto de custos internos, que só existem no País, onera em 36,27% a produção nacional de bens de capital comparada com a fabricação na Alemanha.
O caso da Kone não é um exemplo isolado. "Está havendo um processo de desindustrialização no Brasil", confirmou Neto.
Um dos segmentos mais prejudicados é o de válvulas industriais, equipamentos usados em obras de saneamento básico, indústrias de açúcar e álcool e petróleo, entre outros. "A participação de mercado dos equipamentos nacionais, que era de 60% há quatro anos, hoje não passa de 20%", disse o presidente da SMV Válvulas Industriais, Erfrides Bortolazzo Soares.
A fabricante de guindastes Madal Palfinger também sofre com o preço baixo chinês. O gerente da linha de produtos, Silvio Gatelli, diz que os equipamentos chineses custam cerca de 50% menos que os brasileiros. "O preço de um guindaste nosso de 30 toneladas é de em torno de R$ 1 milhão; por esse mesmo valor, os chineses oferecem uma máquina de 70 toneladas. Talvez a solução seja importar."
Diário do Comércio e Indústria
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