Greve ameaça entrega de encomendas da BrasFels
Os cerca de 8 mil trabalhadores do estaleiro BrasFels, de Angra dos Reis (RJ), controlado por capitais de Cingapura, completaram ontem o 16º dia de greve. A paralisação, motivada por impasses nas negociações salariais, preocupa a direção da Keppel Offshore & Marine, empresa cingapuriana que controla a subsidiária brasileira, a KeppelFels Brasil, arrendatária do estaleiro. O presidente da Keppel O&M, Tong Chong Heong, está desde quarta-feira no Rio para acompanhar a evolução da greve.
A situação é preocupante uma vez que o estaleiro tem em carteira cerca de US$ 4 bilhões em encomendas, a maioria de plataformas da Petrobras, algumas das quais fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As plataformas em construção no BrasFels são P-56, P-57 e P-61. O receio é de que a greve aumente os custos e atrase a entrega dos projetos. A P-56 e a P-57 estão previstas para entrar em operação em 2011. Já a P-61 tem previsão de entrada em operação em 2014.
A greve poderia fazer, inclusive, com que parte das obras do estaleiro fossem transferidas para outras unidades de construção e montagem do setor naval no Rio e em outros Estados. Também existe apreensão sobre o efeito que a greve poderia ter sobre novos contratos. A KeppelFels Brasil está na disputa pela sondas de perfuração que estão sendo licitadas pela Petrobras. Fontes do setor disseram que a estatal vem pressionando o BrasFels a chegar a um acordo com os trabalhadores, que são ligados ao Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis. Procurada, a estatal disse que não iria comentar a greve no estaleiro.
A KeppelFels Brasil também não se posicionou. José Antonio Gomes, advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra, disse que ontem representantes da entidade e do BrasFels voltaram a reunir-se para tentar chegar a um acordo. Segundo ele, mesmo que houvesse um entendimento, a greve só poderá ser encerrada na segunda-feira, quando haverá nova assembleia dos trabalhadores. Os funcionários do BrasFels pedem aumento de 11%, elevação na participação nos lucros e resultados e aumento no valor da cesta básica. O BrasFels teria chegado a ofertar 8%, proposta que foi rejeitada pelo sindicato.
O deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) disse que em 2000, quando a KeppelFels assumiu o estaleiro, negociou que a admissão dos funcionários se daria via sindicato. No setor, há quem avalie que o sindicato errou ao tentar equiparar os ganhos dos trabalhadores do estaleiro aos dos funcionários da Petrobras. Fontes próximas ao BrasFels dizem que o conflito entre os trabalhadores e os cingapurianos pode ser explicado por razões culturais. Há dez anos presente no Brasil, a KeppelFels não teria conseguido criar um "espírito de equipe" com os trabalhadores em Angra dos Reis.
Em cinco anos, o estaleiro teve três presidentes. Hoje a presidência é ocupada por um cingapuriano. Quem conhece o negócio diz que a KeppelFels não conseguiu montar formas de aumentar a produtividade do estaleiro e que haveria um choque de culturas entre a forma de pensar dos executivos de Cingapura e os trabalhadores, representados pelo sindicato de Angra, que não mudou muito nos últimos anos. A KeppelFels tem contrato de arrendamento do estaleiro por 30 anos.
Valor Econômico/ Francisco Góes, do Rio
Movimento de contêineres no Porto de Xangai cresce 17%
A movimentação de contêineres no Porto de Xangai cresceu 17%, para 8,9 milhões de Teus (unidade equivalente a um equipamento de 20 pés), nos primeiros quatro meses do ano, em relação aos 7,6 milhões de Teus registrados no mesmo período do ano passado.
Apesar do montante computado, a performance do porto permaneceu um pouco abaixo dos níveis de crescimento do país. Segundo o Ministério de Transportes, no período de janeiro a abril os principais portos chineses tiveram incremento de 20% nas movimentações de carga, em relação ao mesmo período do ano passado.
Os principais portos do país movimentaram 2,4 bilhões de toneladas de carga, em comparação com 1,9 bilhão de toneladas do ano passado. Deste total, os portos internacionais movimentaram 1,7 bilhão de toneladas de carga, um crescimento de 21% em relação a 1,4 bilhão de toneladas de carga do ano anterior.
O movimento interno dos portos chineses cresceu 18,6%, passando de 629,8 milhões de toneladas para 747 milhões de toneladas. O crescimento do tráfego de contêineres foi um pouco maior: 22,4%, para 43,7 milhões de Teus, ante 35,7 milhões de Teus no período anterior.
Grupo Intermodal - Guia Marítimo
Imbituba consegue manter escalas e prevê recorde, apesar das chuvas
O Porto de Imbituba (SC) manteve o ritmo de operação mesmo com o mau tempo registrado nas últimas duas semanas. Entre os dias 2 e 20 deste mês, 13 navios atracaram e movimentaram 186 mil toneladas no porto. E até o final de maio, outras 66 mil toneladas serão escoadas pelo complexo.
Além disso, em nota divulgada, o Porto destacou que mantém a expectativa de bater o recorde dos últimos 21 anos e movimentar 250 mil toneladas no mês. O melhor desempenho mensal foi em novembro de 1988, quando 318.476 toneladas passaram pelo porto.
"Nossa movimentação é crescente e as condições naturais de nosso porto se destacam. Hoje os armadores vêm para Imbituba em busca de segurança na atracação e cumprimento de escalas, os agentes de carga escolhem este porto porque têm certeza quanto à realização das operações nos prazos estipulados. Além disso, dispomos de um entorno qualificado, com excelente mão-de-obra dos trabalhadores portuários de Imbituba e no que tange à prestação de serviços de despacho aduaneiro, agenciamento marítimo, operadoras, etc", afirma o Administrador do Porto de Imbituba, Jeziel Pamato de Souza.
Por enquanto, o destaque da movimentação de maio ficou por conta dos contêineres, com 2,4 mil unidades de 20 pés, e dos granéis sólidos. As operações de coque, cevada e sal totalizaram cerca de 126 mil toneladas nos primeiros 20 dias de maio.
Guia Marítimo
CAP estuda prazo para ISPS Code
O Conselho de Autoridade Portuária (CAP) definirá, no dia 22 de junho, a data para ampliar o rigor no controle do acesso ao cais santista, como exige o ISPS Code, legislação internacional do setor. A partir do dia a ser determinado pelo colegiado, os portuários avulsos só poderão entrar na região do complexo onde vão trabalhar.
E o Porto de Santos deverá passar por uma inspeção prévia da Comissão Estadual de Segurança em Portos e Terminais Privativos (Cesportos) entre os dias 28 e 30 do próximo mês. Um mês depois, será fiscalizado em definitivo pela Conportos, a versão nacional do órgão, para obter a Declaração de Cumprimento (DC) do ISPS Code.
Esses prazos foram cravados ontem, na reunião mensal do CAP. “Sinalizamos um cronograma para, no final de julho, (o Porto) ter a visão da certificação da DC”, disse o presidente do conselho, Sérgio Aquino. Conforme o executivo, nos próximos 30 dias serão finalizados e testados os sistemas de controle de acesso eletrônico, inclusive com a escala de trabalho de todas as categorias de avulsos, entre elas a dos estivadores.
A Tribuna
Complexo portuário de Itajaí amplia suas rotas marítimas de comércio
O Porto de Itajaí confirmou para esta quinta-feira, a primeira escala do serviço Mesa em Itajaí, com a atracação do cargueiro Sambhar, do armador CMA CGM no Terminal de Contêineres do Vale do Itajaí (Teconvi/APM Terminals). O novo serviço conta com escalas semanais entre a costa leste da América do Sul e o Mediterrâneo, e é operado por consórcio entre os armadores Hamburg Süd, Zim, CMA CGM, CSAV e outros.
A rota conta com os seguintes destinos: Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai), Rio Grande, Itajaí, Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Pecém, Tânger (Marrocos), Valência, Barcelona (Espanha), Gênova e Livorno (Itália).
Para o serviço, o Porto de Itajaí conta com sete navios porta-contêineres com capacidade nominal para cerca de 4,2 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e, em média, 540 plugs para contêineres reefers. Os navios têm entre 262 e 268 metros de comprimentos e 32 metros de largura. Com esse trabalho, a Hamburg Süd aumentará para seis o número de rotas oceânicas com escalas regulares no complexo catarinense.
A Tribuna
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