LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 20 de maio de 2010

EXPORTAÇÃO -20/05/2010

Criadores de 'boi verde' de MS preparam terreno para exportar à Europa
Bettina Barros, de São Paulo
Os produtores de carne bovina orgânica do Brasil preparam o terreno para entrar no seleto mercado europeu. O chamado "boi verde" é o próximo filão de mercado dos pecuaristas, que recebem prêmios de 10% a 18% sobre os preços da carne bovina convencional.

Localizadas em Nhecolândia, na região pantaneira do Mato Grosso do Sul, 19 fazendas produzem hoje esses animais, alimentados com pasto "limpo" - sem adubo químico, herbicidas ou inseticidas - e tratados com homeopatia. "São orgânicos desde o ventre da vaca", afirma Leonardo Leite de Barros, presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), que congrega 15 associados.

Criada em 2002, a associação de pecuaristas orgânicos fechou em 2005 uma aliança comercial estratégica e vital com o frigorífico JBS. Graças ao acordo, os pecuaristas conseguiram garantia de compra, valor agregado pela arroba e, principalmente, penetração no mercado interno. O desafio, agora, é adequar-se às normais sanitárias europeias e iniciar os embarques ao continente.

"O JBS está em conversas adiantadas com representantes europeus", diz Barros. Para entrar na União Europeia, no entanto, a associação terá uma séria lição de casa pela frente. As fazendas terão de aderir ao Sisbov, o sistema de rastreamento do gado bovino, que certifica os animais com o "brinco" na orelha. Das 19 fazendas orgânicas, apenas quatro adequaram-se a esse sistema.

Os pecuaristas da ABPO entregam para abate à unidade de Campo Grande da JBS entre 300 e 500 cabeças por mês, de acordo com a demanda. Cerca de 70% da carne fica no mercado interno e os 30% restantes seguem para países árabes, com destaque para Dubai. Para Barros, a tendência é elevar as exportações, já que se trata de um nicho de mercado ao qual os estrangeiros estão atentos. "Alguns acham que o mercado de orgânicos vai crescer, mas a sua natureza é ser de nicho", diz Barros. "É uma atividade restritiva, no sentido de se reunir grande números de pecuaristas, porque é preciso controlar tudo o entra e sai da propriedade, é preciso um amplo banco de dados".

O aperfeiçoamento do negócio com ganhos tecnológicos, no entanto, são inevitáveis. Recentemente, a ABPO firmou uma parceria com a unidade Embrapa Pantanal, em Corumba, para realizar um amplo estudo de viabilidade econômica do gado orgânico no Mato Grosso do Sul.

Em outra frente, uniu-se à organização não-governamental Aliança da Terra, com a qual formará uma equipe interdisciplinar para estudar os ganhos ambientais e sociais dessa atividade rural. A certificação é a garantia, hoje, que esses produtores protegem e conservam recursos florestais e hídricos, e seguem as leis trabalhistas. "Mas percebemos que ser só orgânico não basta mais. É preciso mostrar ao consumidor o impacto ambiental e social dessa atividade", diz Barros.

Além do Brasil, EUA, Austrália, Argentina e Alemanha são produtores de "boi verde". Alguns países do Leste Europeu também já trabalham nesse mercado.
Valor Econômico



Exportação de algodão do oeste baiano deve aumentar até 65%
As vendas de algodão do oeste da Bahia para o mercado internacional podem aumentar para 120 mil a 150 mil toneladas neste ano, acréscimo de 30% a 65% ante 2009. As informações foram dadas ontem por Walter Yukio Horita, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

Horita se reuniu com jornalistas, na cidade de São Paulo, para divulgar as expectativas da Bahia Farm Show, que será realizada entre os dias 1° e 5 de junho, na Bahia.

"Ano passado exportamos cerca de 90 mil toneladas de algodão. A melhora se deve ao aumento de produção e a contrato de vendas antecipado", disse o presidente da Aiba. Ainda segundo Horita, a ampliação nas exportações representa 30% da safra de algodão.

A produção de algodão, milho e soja, segundo o executivo, também deve aumentar nesta temporada. O aumento mais expressivo será da cotonicultura (começa a ser colhida no fim deste mês): 270 arrobas por hectare, contra 220 arrobas da temporada passada.

O cultivo de soja deve ficar entre 51 e 52 sacas por hectare, ante 42 sacas de 2009. A colheita do milho também terá acréscimo: 140 sacas por hectare, enquanto a última safra ficou entre 123 e 130 sacas. "As condições climáticas no geral foram importantes para a colheita". De acordo com Horita, 30% das culturas já foram colhidas.

Diferentemente da soja e do algodão do oeste da Bahia, que são exportados, o milho fica restrito somente ao mercado interno. "Não há logística para a exportação. Hoje, a saca de milho está em torno de R$ 13, enquanto o frete para exportação custa cerca de R$ 7 ou R$ 8. Esse valor já é suficiente para tirar a rentabilidade do produtor, por isso não compensa", afirmou o presidente da Aiba, que reclamou da falta de infraestrutura local.

A edição passada da Bahia Farm Show movimentou R$ 214 milhões. "O objetivo, para este ano, é superar esse número, mas não dá para dizer em quanto", diz Alex Rasia, diretor executivo da Associação de Agricultores.

A produção total de soja no oeste da Bahia vai superar, pela primeira vez, 3 milhões de toneladas. O 3° levantamento da safra do oeste da Bahia, aponta que a produção alcançou o volume recorde de 3,213 milhões de toneladas, 28% a mais que a última temporada. Para o milho, a produção atingiu 1,479 milhão de toneladas nesta safra, 1,4% maior do que a anterior. "A área plantada do milho diminuiu por dificuldades na comercialização e preço ruim", falou Horita. A colheita do algodão cresceu 13,9%, para 983,7 mil toneladas nesta safra.
Diário do Comércio e Indústria

 
 
Complexo portuário lidera importações brasileiras de algodão

O Porto de Itajaí recebeu 38% do algodão consumido pela indústria têxtil brasileira entre janeiro e abril, perfazendo um total de 17,865 mil toneladas de algodão e produtos derivados no primeiro trimestre deste ano.

Segundo dados do Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), neste intervalo o complexo portuário acumulou US$ 56,112 milhões somente em importações do segmento, liderando o escoamento do produto em portos brasileiro no quadrimestre. Os portos de Santos, Pecém e Suape ocupam as segunda, terceira e quarta posição no ranking.

As estatísticas apontam que a Índia é o maior mercado exportador de algodão para Itajaí, com US$ 43,833 milhões, respondendo pela fatia de 78,12% dos desembarques dos produtos pelo complexo portuário. A China responde pela fatia de 14,62% - perfazendo US$ 8,204 milhões - e Taiwan por 1,47% (total de US$ 8,250 milhões).
Guia Marítimo



Ministro defende medidas para apoiar exportação de manufaturados

O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, defendeu hoje (18) medidas para estimular as exportações brasileiras de manufaturados.
De acordo com dados divulgados durante o Fórum Nacional promovido pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de janeiro a abril deste ano, as contas de vendas de manufaturados registram déficit de quase US$ 10 bilhões. Em 2009, foi registrado déficit de US$ 7 bilhões nessas transações comerciais.

Barral explicou que a queda da participação brasileira no mercado internacional tem diversas causas. Entre elas, a forte contração de demanda internacional por manufaturados, pressões protecionistas e a crise de confiança dos compradores, com o registro da maior retração do comércio mundial em 70 anos, agravada pela situação atual da Europa.

“O efeito da crise tem impacto muito grande, principalmente na confiabilidade de negócios e de garantias. Evidentemente, [a crise] ainda está centrada em alguns países europeus. Não houve alastramento pelos principais importadores do Brasil que são Alemanha e Holanda. Esperamos que haja um efeito em 30 a 60 dias, mas que estará relacionado com a expectativa e com credibilidade dos mercados mais do que com um efeito localizado”, disse Barral.

O câmbio é outro fator que preocupa o ministério. Barral disse que não existe um nível de câmbio ideal porque o conteúdo nacional vai dizer qual é a competitividade do produto no mercado internacional, mas alertou sobre a concorrência com outros mercados que têm insistido em manter uma administração do câmbio, como é o caso da China.

“O câmbio está afetando as exportações brasileiras para alguns mercados tradicionais, como é o caso da América Latina e da África, onde estamos concorrendo muito acirradamente com outros países. O grande problema não é o câmbio que temos hoje, mas administração do câmbio por alguns concorrentes do Brasil”, disse Barral.

O ministro interino lembrou ainda as medidas que já foram adotadas pelo governo brasileiro para estimular o setor, como a criação do “drawback verde-amarelo” (suspensão do IPI, PIS e COFINS, nas aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e embalagem), criação do seguro de crédito para exportação e alíquota zero para promoção comercial no exterior. Recentemente, tambem foram criados mecanismos de simplificação de financiamento.

Barral lembrou ainda que a competição por preço está cada vez mais acirrada. Ele defendeu outras iniciativas para estimular as vendas externas, como desoneração dos investimentos, estabelecimento de regras para embarques de baixo valor e reforma tributária como prioridade para o próximo governo.

“Na medida que aumenta a competição internacional, as dificuldades do sistema tributário se tornam mais visíveis e impeditivos mais notáveis para o exportadores. A carga tributária sobre a atividade produtiva é bastante elevada no Brasil, principalmente em comparação com outros países que reduziram sua carga tributária”, disse Barral.
Agência Brasil

Nenhum comentário: