Importação de aço subiu 155% até abril
Siderurgia: Produto trazido principalmente da Rússia, Ucrânia e China já atingiu 1,82 milhão de toneladas.
O consumo de aço no país, puxado pela expansão industrial e econômica, está firme, com projeção de até atingir volume recorde no ano. Se os dois próximos quadrimestres repetirem o primeiro, pode superar 25 milhões de toneladas. Mas expressiva fatia do mercado doméstico vem sendo abocanhada por material importado. Em grande parte, esse aço chega da Rússia, Ucrânia e China e de janeiro a abril o desembarque já somou 1,82 milhão de toneladas. Em todo o ano passado, o país internou 2,2 milhões de toneladas.
O aço importado ganhou espaço a partir de janeiro e deve continuar em alta até pelo menos junho. A entrada de material, trazido por tradings e distribuidoras confronta com o aço das usinas locais - ArcelorMittal, Usiminas, Gerdau e CSN. As quatro companhias respondem por 95% da produção nacional.
O montante importado no quadrimestre representa alta de 155% comparado com igual período de 2009, no auge da crise mundial, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). Sobre o consumo aparente do país, de 8,5 milhões de toneladas no mesmo período, correspondeu a 21%. A demanda bastante aquecida no país tem abafado um pouco a reclamação do avanço do importado.
Em 2008, antes da crise, ocorreu um fenômeno semelhante e até as usinas locais tiveram de importar aço para atender clientes, como Usiminas faz agora por não dispor de capacidade extra de material galvanizado para vender às montadoras. Por isso, até começo de 2011, irá trazer da japonesa Nippon Steel 100 mil toneladas.
Mas alguns mercados começam a sentir efeitos. Caso da distribuição de aços planos. Em abril, esse segmento, que responde por 30% a 35% do canal de venda, viu seu mercado encolher 10% em relação a março. "O volume de importação alto já preocupa", afirma Carlos Loureiro, presidente do Inda, de posse de dados fechados neste fim de semana. A entidade reúne cerca de 40 empresas, sendo algumas ligadas às próprias usinas.
No mês passado, as vendas da rede somaram 343 mil toneladas, ante 381 mil de março. Por dia útil, no entanto, a venda de abril cresceu 3%, para 17,1 mil toneladas, observa Loureiro, sócio da DCL Aços Laminados. Com compras de 435 mil toneladas, a rede de distribuição viu seus estoques subirem para 2,7 meses de vendas. Esse nível ainda é um patamar confortável, mas foi acesa uma luz amarela.
"A oferta de aço no mundo está subindo a um nível recorde, levando à estocagem da cadeia produtiva", diz o dirigente, lembrando que os EUA ainda não saíram totalmente da crise e a Europa já está mergulhada em outra. Em abril, o mundo produziu 121,6 milhões de toneladas, volume que, anualizado, atinge 1,46 bilhão de toneladas. "Não há demanda no mundo para tanto aço."
A China é a mola propulsora, com produção na casa de 660 milhões de toneladas de aço bruto e consumo além de 500 milhões de toneladas de produtos acabados.
O Inda admite que associados foram se suprir fora do país - 42 mil toneladas em abril, conforme Loureiro. "Os importadores viram em novembro e dezembro excelente prêmio (aço com preço baixo lá fora, câmbio favorável e preços elevados aqui)", explica. O material importado leva, desde a compra até desembarque, de quatro a cinco meses.
A expectativa é que a entrada de aços planos comece a arrefecer no próximo mês, para pouco mais de 200 mil toneladas, até julho. Importadores admitem que desde março ficou difícil fechar contratos, pois os preços do aço, no mundo, tiveram expressiva alta com as notícias de aumento da ordem de 100% na tonelada de minério de ferro a partir de abril e do carvão. A tonelada de bobina a quente, em quatro meses, subiu 50%, para US$ 750.
"No mercado interno, estamos enfrentando uma dificuldade grande para repassar o reajuste de 8% a 13% de abril e já se fala em mais 8% a 10% para o terceiro trimestre". Para Loureiro, o consumo no país deverá subir 25% este ano, sobre as 18,7 milhões de toneladas de 2009.
Sinaval
Expo Turquia – Feira de Produtos Turcos
De 26 a 29 de maio, das 10h às 19h, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A Feira é organizada pela Istanbul Chamber of Commerce (Câmara de Comércio de Istambul) e promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado.
O evento irá reunir 150 expositores turcos de diversos setores, como construção, alimentos/bebidas, têxtil, papel de derivados, energia/eletricidade, jóias, logísticas e armazéns, tecnologia da informação, eletrônica / eletroeletrônica / eletrodomésticos, turismo/hotelaria/transporte, cosméticos, telecomunicações, comércio, borracha, plástico, automotivo, presentes e decoração, máquinas e ferramentas, comércio varejista, cigarros, que estarão distribuídos em 11 mil m² no Pavilhão de Exposições do Anhembi.
Durante a Feira vai acontecer rodadas de negócios concebidas para serem uma oportunidade de aproximação, um instrumento de estímulo e fomentação de negócios entre compradores qualificados e fornecedores de produtos.
O objetivo é fomentar o fluxo de comércio Turquia-Brasil em cerca de US$ 10 bilhões/ano. Para isso, deverão formatar as parcerias durante o evento.
revistafatorbrasil.com
Trading amplia leque no mercado global
De São Paulo - Os planos de expansão do Noble Group no mercado internacional estão voltados para a distribuição de combustíveis e também para metais e minério.
Na semana passada, a divisão de petróleo e gás da companhia anunciou que está interessada na aquisição de ativos da Northville, subsidiária da americana NIC Holding Corp. A compra colocará a empresa entre as maiores distribuidoras de combustíveis dos EUA. Em setembro do ano passado, a companhia anunciou a compra dos ativos da também americana SemFuel LP. "Com as duas companhias, seremos um dos principais distribuidores de combustíveis no atacado no mercado americano", disse Ricardo Leiman, CEO global do Noble.
A trading deverá investir cerca de US$ 250 milhões em terminal líquido em Roterdã, na Holanda. Esses aportes serão feitos em duas etapas: a primeira será concluída em 2011 e, a segunda, no ano seguinte. Esse terminal terá capacidade estática para 530 milhões de litros de combustíveis.
A empresa, segundo Leiman, busca oportunidades no mundo. "Nosso modelo é de multicommodities em várias geografias. Temos ativos nos países emergentes, com baixos custos de produção, e buscamos ter distribuição em países de alto crescimento, como Índia, China e Oriente Médio", disse.
Os planos para a área de minério de ferro no Brasil continuam ambiciosos. A empresa detém 30% de participação na Mhag, no Rio Grande do Norte, que tem os outros 70% em negociação pela Steel do Brasil. Segundo Leiman, as duas empresas deverão investir em um terminal para transportar minério no Nordeste, mas o local ainda não foi definido.
Segundo ele, o grupo está crescendo e investindo globalmente em energia, com novas minas de carvão. "Nessa área temos o nosso foco na Indonésia e na Austrália. Na Indonésia também estamos olhando a palma", disse.
O grupo compra do Brasil manganês e alumínio para abastecer outros mercados. Mas, para o Noble Group, não há planos para fazer investimentos no país nesses segmentos. (MS)
Valor Econômico
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