Fretes altos |
Pode a sexta economia do mundo ir avante sem frota própria? É admissível que o Brasil tenha um déficit de fretes espantoso - que se avalia em US$ 15 bilhões por ano? O governo acertou ao apoiar a construção naval, com encomendas para a estatal Transpetro e plataformas para a Petrobras. A navegação acaba de ganhar benefício, com o gasto com INSS limitado a percentual sobre o faturamento - o que ainda vai ao Senado e depois à sanção presidencial. O próximo passo tem de ser a formação de frota própria, através de incentivos.
As grandes empresas mundiais de navegação estão reagindo à crise a seu jeito. Algumas gigantes estabeleceram serviços conjuntos cada vez mais abrangentes - o que reduz a competição. Outros, como anuncia a Hapag-Lloyd para 15 de agosto, aplicam aumento de fretes (freight restauration). Todas as potências têm um sistema de apoio. Os Estados Unidos tanto dão subsídios a sua modesta frota e estimularam empresas a usarem bandeira de conveniência. Outros países criaram sua segunda bandeira, com menores custos - casos de Alemanha e Noruega. E os asiáticos adotam normas obscuras para criar grandes frotas nacionais, cujos fretes variam de acordo com o interesse nacional. É o caso de Coréia, Japão e China. O Brasil tem de fazer algo, que pode ser o novo Registro Especial Brasileiro, chamado de Pró-REB. Não se pode admitir potência sem frota. Fonte: Monitor Mercantil / Sérgio Barreto Motta |
Porto de Santos movimenta recorde histórico de cargas entre janeiro e junho deste ano |
No primeiro semestre deste ano, o Porto de Santos movimentou 47,04 milhões de toneladas de carga, recorde histórico, segundo a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). O número foi 3,1% superior ao foi registrado entre janeiro e junho do ano passado.
Nesse período, 31,5 milhões de toneladas foram destinadas à exportação, valor 7,9% superior ao que ocorreu no primeiro semestre de 2011. O restante, cerca de 15,5 milhões de toneladas, foi movimentado na importação, que apresentou uma redução de 5,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A soja em grãos foi a carga mais movimentada no Porto de Santos, com 9,97 milhões de toneladas, seguida pelo açúcar, com 5,16 milhões de toneladas. Na operação de contêineres, o Porto de Santos apresentou crescimento de 8,1%, movimentando 1,5 milhão de toneladas nos primeiros seis meses do ano. Segundo a Codesp, esse crescimento é importante porque os contêineres, muito usados para acondicionar cargas de maior valor agregado, como café, carne bovina e peças de carro, têm grande influência na contribuição do porto para a balança comercial brasileira. Entre janeiro e junho, as cargas movimentadas em Santos totalizaram US$ 57 bilhões em valor comercial, somando-se importações e exportações. Com isso, cresceu a contribuição do Porto de Santos para o comércio exterior brasileiro, passando de 24,1% no primeiro semestre do ano passado para 25,1% este ano. Fonte: Agência Brasil / Elaine Patricia Cruz |
Comissões na Câmara debatem risco de paralisação na marinha mercante |
O risco de paralisação na navegação marítima brasileira será discutido nesta quinta-feira (2) por duas comissões da Câmara: de Viação e Transportes; e de Trabalho, de Administração e Serviço Público. O debate será realizado às 10 horas, no Plenário 11.
A ameaça vem da falta de mão-de-obra para operar navios, segundo o deputado Edinho Bez (PMDB-SC), que pediu a realização do debate. Ele é integrante da Frente Parlamentar Mista de Defesa da Infraestrutura Nacional, grupo que já fez um diagnóstico do setor e previu que a marinha mercante, em breve, sofrerá com a falta de pessoal qualificado. "Vamos levantar esses questionamentos e saber por que as pessoas não querem mais trabalhar nessa área”, diz o deputado. “Se não investirmos na área de infraestrutura, vamos estar impedidos de crescer. Estamos nos antecipando antes que o mal aconteça." Edinho Bez destaca um estudo feito a pedido da Petrobras Transportes (Transpetro) e divulgado no fim do ano passado. A pesquisa confirma o risco de paralisações futuras na navegação marítima brasileira por falta de tripulação. De acordo com o ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, o transporte aquaviário representa 3% do total do transporte de cargas no País. Segundo ele, a meta do governo para os próximos dez anos é dobrar a quantidade de produtos administrados em portos brasileiros, chegando a 1,7 bilhão de toneladas. Além do ministro da Secretaria de Portos, foram convidados para a audiência pública do dia 2 de agosto: - o ministro do Trabalho, Brizola Neto; - o presidente da Transpetro, Sérgio Machado; - o diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza; - o diretor de portos e costas da Marinha, vice-almirante Ilques Barbosa Júnior; - o diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Pereira Lima; - o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Bruno Bastos Rocha; - o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), Severino Almeida Filho. Fonte: Agência Câmara |
Projetos de logística terão mais crédito do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar em condições "bastante favoráveis" os projetos na área de logística que deverão ser concedidos à iniciativa privada ainda neste ano, afirmou ontem, em São Paulo, o presidente da instituição, Luciano Coutinho.
"Este é um setor prioritário para o governo, porque os gargalos nos sistemas logísticos brasileiros afetam os custos da indústria de serviços e precisam de investimentos com urgência", afirmou, após participar de seminário promovido pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) sobre o papel do BNDES no estágio atual da economia brasileira.
Coutinho disse ainda que "o governo federal pretende incentivar muito a participação do setor privado em concessões da área de logística no país, principalmente portuária, ferroviária e nas rodovias, para acelerar os investimentos".
Apesar do discurso do governo, que enfatiza a preocupação com os projetos de infraestrutura, os desembolsos do BNDES para projetos desse tipo recuaram nos 12 meses até junho de 2012, somando R$ 54,6 bilhões. Se mantido o ritmo até o fim do ano, o resultado será de queda em relação ao ano passado, quando o BNDES concedeu R$ 56,1 bilhões nessa rubrica.
Segundo Coutinho, a comercialização de caminhões comprometeu o desempenho no período, já que as aquisições desses veículos é contabilizada como investimento. A introdução, em janeiro deste ano, do novo padrão de emissão de poluentes, o Euro 5, levou a uma forte concentração de vendas em dezembro do ano passado. A formação de estoques elevados prejudicou o desempenho do setor no primeiro trimestre deste ano.
"A mudança de padrão comprometeu um pouco o resultado no primeiro semestre, mas com certeza os desembolsos vão voltar a crescer nos próximos anos. Esses projetos são essenciais para o Brasil e exigem apoio do sistema privado", disse Coutinho.
O presidente do BNDES também voltou a afirmar que o Brasil tem uma fronteira de investimentos rentáveis a ser explorada nos próximos anos. Isso somado à saudável situação fiscal do país, a existência de um Banco Central competente e capacitado e o processo "histórico" de redução dos juros o deixam "convicto de que o Brasil é uma economia com todas as condições para sustentar uma taxa expressiva de crescimento nos próximos anos, superior a 4%". Em relação às perspectivas para este ano, o presidente do BNDES limitou-se a dizer que a economia "vai se recuperar".
Pelas projeções do banco de fomento, os investimentos no país devem crescer a uma taxa anual de 6% entre 2012 e 2015, "mas vamos trabalhar duro para ampliar esse crescimento para algo entre 8% e 10%", disse Coutinho. No total, os investimentos no período devem somar R$ 1,8 trilhão.
Fonte: Valor Econômico
Governo prepara cronograma de investimentos em transporte até 2030
BRASÍLIA - O governo anunciará nas próximas semanas um cronograma de investimentos no setor de transportes para o qual quer atrair a iniciativa privada como investidora em licitações, concessões, Parcerias Público-Privadas ou como Operadora de Transporte Multimodal (OTM), como são chamadas as empresas que oferecem soluções logísticas. Uma reunião nesta terça-feira na Casa Civil deverá bater o martelo sobre quais obras entrarão nesse pacote. Posteriormente, o projeto será levado à presidente Dilma Rousseff.
Pelo menos os marcos regulatórios de portos e ferrovias deverão ser revistos para receber com maior segurança jurídica os investimentos privados, principalmente estrangeiros, como espera o governo. São previstos dezenas de bilhões de reais a serem investidos em ferrovias, hidrovias, rodovias, portos e aeroportos prioritários até 2030.
Entre as obras que deverão ser oferecidas à iniciativa privada estarão pelo menos a Extensão Sul da Ferrovia Norte-Sul, que deverá chegar até o porto do Rio Grande; e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que corta a Bahia até o porto novo que será construído no Sul do Estado. Também esse porto e outros dois novos, em Manaus e no Espírito Santo , serão oferecidos à iniciativa privada. Entre os aeroportos, serão concedidos o Galeão e Confins, pelo menos.
Os novos marcos regulatórios de ferrovias e portos vão prever uma maior proteção ao investimento privado e maior concorrência nos setores. No caso das ferrovias, será concedida apenas a infraestrutura de trilhos, enquanto que as empresas que vencerem os leilões serão livres para negociar a circulação de equipamentos sobre seus trilhos, sob determinadas regras.
Os portos poderão concorrer entre si oferecendo melhores condições de acesso a cargas e também em tarifas. Regras também serão revistas para se relicitar os terminais privados que estão com licenças vencidas ou por vencer. Aperfeiçoamentos nos marcos regulatórios serão feitos, ainda, para reduzir burocracias que travam investimentos em infraestrutura.
- O governo está há alguns meses estudando uma forma para que os portos sejam mais eficientes e os custos sejam reduzidos - disse o ministro Leônidas Cristino, da Secretaria Especial dos Portos (SEP), durante o balanço do PAC 2, na semana passada.
O Plano Nacional de Logística Integrada (PNLI), nome ainda provisório, vai prever uma interligação nacional de ferrovias e rodovias, de forma que uma carga do interior do país possa chegar em qualquer porto, aumentando a concorrência.
Paralelamente a isso, os ministérios fizeram estudos que apontam qual o caminho natural de cada carga, produzida em cada região, de forma a extrair maior eficiência do uso da infraestrutura. Dessa forma, o governo pretende apresentar à iniciativa privada uma certa garantia de receitas, assegurando volumes de cargas para pagar os investimentos. Empresas nacionais e estrangeiras foram sondadas e indicaram intenção de participar de concessões de portos, aeroportos e ferrovias.
- Cada real investido no sistema de transportes tem de seguir uma lógica do fluxo de cargas natural. É a primeira vez que o sistema logístico brasileiro é visto de uma forma integrada, de olho em custos ao produtor que tornem nossas exportações mais competitivas - disse uma fonte do governo.
Para ela, é natural, por exemplo, que a malha de hidrovias e rodovias no estado de São Paulo e o porto de Santos permaneçam como rota frequente para exportação de derivados de cana-de-açúcar, mas as novas ferrovias e os portos em direção norte da Bahia tenderão a atrair a crescente produção de grãos do interior do país, notadamente Mato Grosso.
O governo trabalha, porém, para que não haja competição predatória entre os modais de transporte, por exemplo, com uma ferrovia extinguindo o uso de uma potencial hidrovia. No PNLI, mira-se o ganho de todos os modais.
- Mas é claro que o gestor de cada um desses sistemas de transporte vai ter de ser competitivo para atrair seus clientes. Vai ter que ter uma área comercial. Não vai adiantar mais ficar sentando olhando os produtos irem e virem de seu sistema cativo - disse a fonte.
- Essa nova rodada de concessões dará novo impulso ao segmento de infraestrutura, que já tem investimentos elevados ano a ano - disse o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antônio Henrique Pinheiro Silveira, também no balanço do PAC.
http://br.noticias.yahoo.com/governo-prepara-cronograma-investimentos-transporte-2030-110000811.html
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