Exportações portuguesas para o Brasil crescem 40%
Venda de produtos lusos para o mercado brasileiro cresceu face a junho, mas não chegou para cobrir as exportações brasileiras para Portugal.
Brasília - As exportações portuguesas para o Brasil ascenderam em julho a US$ 72,2 milhões, mais 40,5% do que no mês anterior, revelam os dados publicados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em comparação com julho de 2011, o crescimento foi de 5,5%.
Com o desempenho de julho, o valor total das exportações lusas para o mercado brasileiro em 2012 ultrapassa os US$ 545 milhões, apresentando um crescimento de cerca de 27% face aos primeiros sete meses de 2011. Até agora os meses em que Portugal mais vendeu para o Brasil foram janeiro e maio, com US$ 104 milhões e US$ 101 milhões, respectivamente.
O crescimento das vendas lusas para o Brasil não foi, contudo, suficiente para garantir a Portugal um saldo positivo na balança bilateral. O Brasil exportou para Portugal em julho mais de US$ 92 milhões, cifra que representa uma queda de 36% face a junho e que fica ainda mais distante dos US$ 290 milhões de vendas que o Brasil tinha tido em julho de 2011.
As exportações brasileiras para Portugal entre janeiro e julho de 2012 totalizam US$ 918 milhões, menos 27% do que em igual período do ano passado, de acordo com as informações do MDIC.
Desde o início do ano o Brasil acumula um saldo positivo nas trocas comerciais com Portugal de US$ 373 milhões. Só em fevereiro houve um registro favorável a Portugal, no valor de US$ 18 milhões. Em todos os outros meses o Brasil alcançou superávit.
A corrente de comércio entre os dois países ascende agora, já incluindo as trocas de julho, a US$ 1,46 bilhão. Em 2011 as trocas comerciais luso-brasileiras tiveram o registro mais alto de sempre, com a marca de US$ 2,89 bilhões.
O azeite, com 19% de participação, as gasolinas, os fornos industriais e o bacalhau lideram a lista das exportações portuguesas para o Brasil. No sentido inverso, o petróleo, com um peso de 45%, a soja e o açúcar são os itens que as empresas brasileiras mais vendem para Portugal.
Participação de produtos importados no consumo volta a atingir nível recorde na série histórica, aponta CEI
Coeficiente de Importação fecha segundo trimestre em 24%, aponta análise do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp.
A participação de mercadorias importadas no consumo brasileiro voltou a atingir o nível recorde da série história, ao fechar o segundo trimestre do ano em 24%, de acordo com os Coeficientes de Exportação e Importação (CEI) da Fiesp, divulgados no dia 13 de agosto (segunda-feira). Patamar semelhante foi apontado, pela primeira vez, no quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o mesmo período de 2011, o aumento foi de 1,2 p.p. Quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, o Coeficiente de Importação (CI) da indústria geral apresenta alta de 1,5 p.p..
A análise, realizada trimestralmente pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da entidade, tem mostrado constantes altas no nível de participação dos importados no consumo doméstico, indicando a persistente perda de oportunidade para o crescimento da indústria.
Segundo o diretor do Derex, Roberto Giannetti, “o aumento consistente das importações ocorre tanto em bens finais quanto em insumos, enfraquecendo a agregação de valor na indústria”.
O Coeficiente de Importação (CI) para a indústria de transformação também apresentou alta (de 1,1 p.p), passando de 21,5% no segundo trimestre de 2011 para 22,6% no mesmo período deste ano. Já na comparação com os três primeiros meses de 2012, a variação foi positiva em um ponto percentual.
Em relação às exportações, a participação das vendas externas na produção total da indústria geral cresceu de 19,9% para 20,5%, na comparação segundos trimestres de 2011 e de 2012. O Coeficiente de Exportação (CE) para a indústria de transformação cresceu 0,7 p.p atingindo as marcas de 17,7%
Apesar da leve alta do CE no segundo trimestre, houve queda na quantidade de produtos brasileiros enviados para o exterior. Giannetti explica que, com a retração mais intensa da produção física da indústria no período, a quantidade exportada permaneceu a mesma, à medida que a fatia enviada ao mercado internacional ficou, proporcionalmente, maior em relação ao total produzido.
“A diminuição da indústria dá uma falsa impressão de que estamos exportando mais. Apesar do acréscimo na parcela exportada da produção industrial no segundo trimestre, houve queda da quantidade exportada”, conta. “Por outro lado, a contração ainda mais forte da produção industrial no período puxou o coeficiente para cima. O que aconteceu neste trimestre foi que tanto o bolo como a fatia dele destinada ao mercado externo diminuíram, só que o bolo contraiu mais intensamente.”
De acordo com os dados do Derex, a produção industrial caiu 3,8% ante ao primeiro semestre de 2011. O índice acumulado nos últimos doze meses mostrou retração de 2,3% em junho de 2012, a taxa negativa mais intensa desde fevereiro de 2010.
Setores -O coeficiente de importação apresentou alta em 21 dos 33 setores analisados. Destaque para o setor de tratores, máquinas e equipamentos para agricultura, cuja participação dos importados atingiu o terceiro maior nível da série histórica, crescendo de 46,1% no segundo trimestre de 2011 para 54% no mesmo período de 2012.
Dos 12 setores que mostraram retração, peças e acessórios para veículos automotores e outros equipamentos de transporte registraram as maiores quedas ante ao mesmo período de 2011 (2,7 p.p. e 2,5 p.p., respectivamente). Vale destacar que o CI do setor de autopeças vem apresentando redução trimestral interanual desde o início deste ano.
“Na abertura setorial, chamou atenção o fato de o setor de autopeças ter apresentado a segunda queda consecutiva do seu Coeficiente de Importação, inclusive com maior intensidade no segundo trimestre”, destaca o diretor do Derex. “Isto pode ser um sinal positivo de que o incentivo dado aos produtores nacionais do setor – que exige 65% de conteúdo regional nos veículos para evitar majoração da alíquota do IPI –, concedido pelo governo no final de 2011, esteja produzindo efeito”.
Dos 33 setores analisados pelo coeficiente de exportação, 12 apresentaram alta em relação a 2011. Destaque para o de ferro-gusa e ferroligas e o de aeronaves, cujos coeficientes de exportação se elevaram 14,6 p.p. e 10,8 p.p., respectivamente. Na comparação entre os segundos trimestres, o setor de produtos têxteis também se destacou por registrar alta de 4,9 p.p. no CE, passando de 6,5% para 11,5%, após consecutivas reduções do coeficiente.
Já entre os 21 setores que apresentaram queda no CE, o setor de outros equipamentos de transporte – que envolve embarcações, veículos ferroviários, motocicletas, motociclos, carrocerias e reboques – registrou a maior baixa em bases anuais (24,2 p.p.), atingindo o segundo menor nível da série histórica. O setor de fundição e tubos de ferro e aço vem logo em seguida, com recuo de 3,9 p.p. na mesma base de comparação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário