Fim das barreiras argentinas passa pelo equilíbrio na balança comercial
Florianópolis, Para resolver as barreiras comerciais impostas pela Argentina às exportações brasileiras é preciso equilíbrio na balança comercial entre os dois países, que é superavitária para o Brasil em quase US$ 6 bilhões, defendeu o ex-embaixador Régis Arslnaian, em encontro na Federação das Indústrias (FIESC), nesta sexta-feira (10).
Conforme ele, o protecionismo do país pode ser explicado em grande parte pelo balanço de pagamentos. A Argentina precisa fechar as contas de 2012 com um superávit de US$ 10 bilhões, caso contrário, corre o risco de repetir a moratória de 2002, o que dificultaria o acesso a empréstimos internacionais entre outras complicações. O Brasil importa anualmente mais de US$ 200 bilhões dos mais diversos países, no entanto, compra pouco do vizinho do Mercosul. Se o Brasil importasse da Argentina só 3% dos US$ 200 bilhões, já daria uma grande contribuição para fechar as contas deles.
Apesar dos produtos argentinos não terem preços tão competitivos, Arslanian defende que o Brasil deveria aumentar suas compras. Contudo, salienta que essa ação deveria ser uma estratégia de negociação que envolveria os presidentes dos dois países. Em troca, as empresas verde-amarelas ficariam livres das restrições comerciais impostas. "Trabalho há vinte anos com o Mercosul e estou convencido que hoje em dia é preciso uma solução global e política. A Argentina é fundamental para o Brasil", afirmou ele, destacando que o país tem sustentado boa parte da competitividade brasileira pelo fato de comprar muitos produtos industrializados. Para ele, o Brasil poderia privilegiar a Argentina nas compras de trigo, por exemplo, que, em grande parte vem do Canadá, além de lácteos e vinhos.
O ex-embaixador, que trabalha como consultor em comércio exterior, disse que sempre houve problemas nas relações com a Argentina. Na opinião dele, quanto maior o comércio, maiores serão os obstáculos, mas que isso faz parte da intensificação das relações mercantis. "O Mercosul é muito mais que um acordo de livre comércio. Vamos além disso, o que implica liberalização comercial. Temos a responsabilidade de cuidar e fazer com que os parceiros estejam bem. Não adianta estarmos bem se os vizinhos estiverem mal. Tem que haver integração na América do Sul", enfatizou Arslanian, destacando que a integração é um projeto que se constrói em décadas.
Na visão dele, as relações entre os dois países têm problemas maiores do que deveriam ter e isso já passou dos limites toleráveis. Não há uma solução à vista. Esse imbróglio só vai se resolver a partir de negociações estruturadas no âmbito político, com a formulação de um acordo para eliminar as retaliações e liberar as mercadorias de forma geral, e não buscado uma solução para cada caso, para cada empresa, disse. Por isso, o equilíbrio no comércio seria uma saída, argumentou.
Arslanian disse que cada vez que o Brasil senta com o governo argentino para negociar questões comerciais, os vizinhos reclamam do desequilíbrio no comércio bilateral e como isso afeta o balanço de pagamentos. Se nenhuma medida for tomada, a tendência é que o protecionismo aumente, pois não há perspectivas de a economia interna da Argentina melhorar. "O governo tem consciência que precisamos comprar mais da Argentina. Mas isso tem que ser formalizado. Assim se consegue um entendimento e se resolve esse problema", finalizou ele.
SC x Argentina: a Argentina é um importante mercado também para Santa Catarina. As restrições que o país vizinho adotou no início do ano refletiram nas exportações do Estado. No acumulado do ano até junho, os embarques catarinenses para a Argentina somaram US$ 303 milhões, valor 7% menor que o registrado no mesmo período em 2011. O país é o terceiro mercado para quem o Estado mais exporta.
Os principais produtos embarcados no período foram motores e geradores elétricos, motocompressores, laminados de ferro e aço e energia elétrica.
De janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período em 2011, as importações catarinenses da Argentina registraram queda de 14,6%, para US$ 520,8 milhões. Entre os produtos importados pelo Estado estão polietilenos sem carga ou linear, polímeros de etileno e farinha de trigo.
Conforme ele, o protecionismo do país pode ser explicado em grande parte pelo balanço de pagamentos. A Argentina precisa fechar as contas de 2012 com um superávit de US$ 10 bilhões, caso contrário, corre o risco de repetir a moratória de 2002, o que dificultaria o acesso a empréstimos internacionais entre outras complicações. O Brasil importa anualmente mais de US$ 200 bilhões dos mais diversos países, no entanto, compra pouco do vizinho do Mercosul. Se o Brasil importasse da Argentina só 3% dos US$ 200 bilhões, já daria uma grande contribuição para fechar as contas deles.
Apesar dos produtos argentinos não terem preços tão competitivos, Arslanian defende que o Brasil deveria aumentar suas compras. Contudo, salienta que essa ação deveria ser uma estratégia de negociação que envolveria os presidentes dos dois países. Em troca, as empresas verde-amarelas ficariam livres das restrições comerciais impostas. "Trabalho há vinte anos com o Mercosul e estou convencido que hoje em dia é preciso uma solução global e política. A Argentina é fundamental para o Brasil", afirmou ele, destacando que o país tem sustentado boa parte da competitividade brasileira pelo fato de comprar muitos produtos industrializados. Para ele, o Brasil poderia privilegiar a Argentina nas compras de trigo, por exemplo, que, em grande parte vem do Canadá, além de lácteos e vinhos.
O ex-embaixador, que trabalha como consultor em comércio exterior, disse que sempre houve problemas nas relações com a Argentina. Na opinião dele, quanto maior o comércio, maiores serão os obstáculos, mas que isso faz parte da intensificação das relações mercantis. "O Mercosul é muito mais que um acordo de livre comércio. Vamos além disso, o que implica liberalização comercial. Temos a responsabilidade de cuidar e fazer com que os parceiros estejam bem. Não adianta estarmos bem se os vizinhos estiverem mal. Tem que haver integração na América do Sul", enfatizou Arslanian, destacando que a integração é um projeto que se constrói em décadas.
Na visão dele, as relações entre os dois países têm problemas maiores do que deveriam ter e isso já passou dos limites toleráveis. Não há uma solução à vista. Esse imbróglio só vai se resolver a partir de negociações estruturadas no âmbito político, com a formulação de um acordo para eliminar as retaliações e liberar as mercadorias de forma geral, e não buscado uma solução para cada caso, para cada empresa, disse. Por isso, o equilíbrio no comércio seria uma saída, argumentou.
Arslanian disse que cada vez que o Brasil senta com o governo argentino para negociar questões comerciais, os vizinhos reclamam do desequilíbrio no comércio bilateral e como isso afeta o balanço de pagamentos. Se nenhuma medida for tomada, a tendência é que o protecionismo aumente, pois não há perspectivas de a economia interna da Argentina melhorar. "O governo tem consciência que precisamos comprar mais da Argentina. Mas isso tem que ser formalizado. Assim se consegue um entendimento e se resolve esse problema", finalizou ele.
SC x Argentina: a Argentina é um importante mercado também para Santa Catarina. As restrições que o país vizinho adotou no início do ano refletiram nas exportações do Estado. No acumulado do ano até junho, os embarques catarinenses para a Argentina somaram US$ 303 milhões, valor 7% menor que o registrado no mesmo período em 2011. O país é o terceiro mercado para quem o Estado mais exporta.
Os principais produtos embarcados no período foram motores e geradores elétricos, motocompressores, laminados de ferro e aço e energia elétrica.
De janeiro a junho deste ano em relação ao mesmo período em 2011, as importações catarinenses da Argentina registraram queda de 14,6%, para US$ 520,8 milhões. Entre os produtos importados pelo Estado estão polietilenos sem carga ou linear, polímeros de etileno e farinha de trigo.
Dâmi Cristina Radin
Assessoria de Imprensa do Sistema FIESC
Assessoria de Imprensa do Sistema FIESC
Exportação de milho cresce 65% em Paranaguá |
O aumento da área plantada e condições climáticas favoráveis estão fazendo com que a segunda safra de milho no Brasil seja recorde em 2012. O porto de Paranaguá, segundo maior exportador de milho do país, fechou o mês de julho com o escoamento de 1,3 milhão de toneladas do produto, volume 65% superior ao registrado em 2011.
O Paraná, que é segundo maior produtor nacional do produto, deve colher cerca de 10,5 milhões de toneladas de milho, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. Já o Mato Grosso, líder nacional na produção de milho, deve colher entre 13 e 14 milhões de toneladas do produto. O recorde na produção também deve permitir o recorde nas exportações de milho pelo Brasil em 2012, que deve ocupar a segunda posição mundial nas exportações do grão, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A previsão desta super-safra – e que agora se comprova – também foi responsável por impulsionar as exportações da soja, com o objetivo de desafogar os armazéns e preparar a logística de exportação do produto. De janeiro a julho, o Porto de Paranaguá exportou 5,6 milhões de toneladas de soja, um volume 23% superior ao registrado em 2012. “Esta foi uma das melhores temporadas para o exportador de soja, que viu o preço da saca do produto passar a casa dos R$ 80. Com o bom preço do produto no mercado externo e a necessidade de liberar espaços para receber o milho, tivemos este grande aumento nas exportações da soja nos últimos meses”, explica o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino. “A Appa está trabalhando intensamente para atender este aumento na movimentação de cargas, estamos cumprindo a determinação do Governar Beto Richa de atender o setor agrícola do Estado do Paraná”, completa o superintendente. Das 24,6 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas pelos portos paranaenses até julho, 12,5 milhões de toneladas correspondem aos granéis sólidos exportados, cuja movimentação cresceu 10% no comparativo com 2011. Recuperação – A importação de fertilizantes no mês de julho pelo Porto de Paranaguá foi de 877 mil toneladas, 11% superior à registrada no mesmo mês em 2011. Aos poucos, a importação de fertilizantes passa a se recuperar, após a estagnação dos primeiros meses do ano, quando o mercado se comportou de maneira incomum e deixou de importar o produto por conta da alta no preço do dólar e os bons estoques. Por conta desta manifestação atípica de mercado, os números de importação de fertilizantes no acumulado do ano ainda apresentam queda em relação ao ano passado. Até agora, entraram pelo porto de Paranaguá 4,7 milhões de toneladas de fertilizantes, volume 11% inferior ao importado no ano passado. |
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