Europeus estão de olho em portos e aeroportos brasileiros
Foi o que adiantou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Segundo ela, eles estão interessados no pacote de concessão a ser lançado pelo Governo. "O porto de Roterdã, na Holanda, tem interesse em fazer investimentos no Espírito Santo. Fomos também visitar a Fraport (operadora do aeroporto de Frankfurt, na Alemanha) para que pudéssemos além de conhecer a gestão, fazer uma parceria com a nossa Infraero", explicou Gleisi. Ela contou ainda que representantes do Governo foram aos portos de Hamburgo, na Alemanha e Antuérpia, na Bélgica. "Esses portos, que são referência no mundo, podem ser referência para nós". Segundo ela, os países visitados demonstraram interesse em investir no Brasil.
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Roterdã aposta em investimento bilionário no Espírito Santo
Após desembarcar em Pernambuco em 1630, os holandeses criaram fortes laços com o Brasil. No setor portuário, mantêm vínculos empresariais com o Porto de Suape, no mesmo estado. Hoje, no entanto, a grande aposta do porto holandês de Roterdã fica mais ao Sul, no Espírito Santo. Em parceria com a empresa TPK Logística S.A., o Porto de Roterdã administrará um grande Terminal de Uso Privativo (TUP) que será construído em Presidente Kennedy.
Uma comitiva de holandeses esteve na sede da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília, para apresentar o projeto portuário. Segundo o representante do Porto de Roterdã, Peter Lugthart, o empreendimento ficará em uma área que corresponde a 64% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, terá acesso a mais de 100 milhões de pessoas e aos principais campos de óleo e gás do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. A ideia é que o chamado Porto Central comece a operar em 2015, depois de passar por todos os trâmites burocráticos. O investimento será de cerca de R$ 4,8 bilhões.
Assim como nos demais portos brasileiros, a principal preocupação é na acessibilidade terrestre ao Porto. Entretanto, os holandeses estão confiantes de garantir tarifas competitivas aos futuros clientes.
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Governo quer corte de 30% na tarifa de portos |
O governo espera redução de 30% nas tarifas portuárias após o pacote de concessões que deverá ser anunciado em meados de outubro, informou o presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo. Ele disse que são dois os objetivos perseguidos com as novas medidas: aumentar a capacidade instalada para atender ao mercado nos próximos 20 anos e estimular a competição, para baixar preços.
"Se você tem toda a capacidade concentrada em um único fornecedor, isso pode gerar distorções", comentou. "Na Europa, você tem concorrência porto a porto, e dentro dos portos os terminais disputam um com o outro, e é isso que faz os preços caírem por lá." O governo também fez um levantamento em cada porto do País para avaliar as necessidades de investimento de cada um. "A capacidade vai variar de porto para porto", disse. Também em outubro deverão ser negociadas as novas concessões em aeroportos, segundo informou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da NBR, a TV oficial do governo federal. Ela não adiantou o formato que será adotado, mas garantiu que, qualquer que seja o modelo escolhido, a Infraero terá participação. Fonte: AE
http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/portos-e-logistica/19039-governo-quer-corte-de-30-na-tarifa-de-portos
Escapando por cima
por Carlos Pimentel Mendes *
Que Santos continua sendo um porto importante, não há dúvida. Que continua crescendo em sua movimentação de cargas, quem tiver dúvida é só percorrer o sistema viário Anchieta-Imigrantes e tentar entrar na Cidade: terá diversas horas para meditar sobre os motivos pelos quais o governo de São Paulo parece querer matar sua galinha dos ovos de ouro, ao protelar indefinidamente obras de infraestrutura que já deveriam ter sido concluídas – e nem sequer estão devidamente projetadas.
Sim, porque projetos há, mas sempre há espaço para se contratar mais uma empresa que possa desenvolver alguma alternativa... de estudar alguma interferência que surgiu... em suma, de faturar, já que os projetos têm todos o mesmo destino, não saem da memória do computador.
Foto: Bruno Merlin/Portogente
Enquanto o governo paulista dorme sobre o assunto, o federal, exasperado com a lerdeza, trata de apresentar alternativas para o congestionado porto santista. Tão congestionado, aliás, que embora continue registrando recordes, está perdendo espaço de participação no mercado, o tal market-share. No conjunto dos portos nacionais, a fatia santista, que já foi superior a um terço do total, vem diminuindo seguidamente nos anos recentes, devido às dificuldades de acesso terrestre ao cais.Expansão do Porto de Santos pode esbarrar em gargalos de infraestrutura Dificuldades que significam custos. Custo que significa perda de competitividade no mercado externo, ou seja, menos vendas e menos ganhos para os produtores e embarcadores. Daí a decisão recente do Governo Federal de construir uma hidrovia que leve a produção de Mato Grosso ao Porto de Santarém, no Pará. Tal obra permitirá reduzir em R$ 2 bilhões o custo de frete de grãos, em relação ao uso do Porto de Santos. Bem, o Governo Federal também é rápido como um elefante, quando se trata de obras de infraestrutura. A Fifa que o diga... Mas, como não falta dinheiro, e o empresariado já está cansado de acumular perdas no trajeto da porta (da fazenda ou da fábrica) ao Porto, quem sabe desta vez sai. O Porto de Santos que se cuide, não é a primeira tentativa de escapar do congestionado Sudeste criando caminhos novos lá por cima. O imperador maranhense dom Sarney Norte-Sul bem sabe do que estou falando.
* Carlos Pimentel Mendes é jornalista e edita o site Novo Milênio (www.novomilenio.inf.br)
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