Dilma
sanciona incentivos a carros, banda larga e
computadores
DA
REUTERS
A
presidente Dilma Rousseff sancionou no "Diário Oficial da União" desta
terça-feira (18) lei que cria incentivos à inovação tecnológica e de adensamento
da cadeia produtiva de veículos e que ainda institui programas de apoio à
instalação de redes de banda larga e restabelece projeto de inclusão digital em
escolas da rede pública do país.
A lei faz
parte do Plano Brasil Maior, anunciado pelo governo começo deste ano, que
estabeleceu estímulos à economia nacional por meio de incentivos tributários e
de desoneração da folha de pagamento em meio a um cenário de crise no exterior e
de fraco crescimento do Produto Interno Bruto
nacional.
O programa
Inovar-Auto foi sancionado enquanto o governo se prepara para regulamentar o
regime automotivo que vai vigorar entre o próximo ano e 2017. O programa tem
como objetivo "apoiar o desenvolvimento tecnológico, a eficiência energética e a
qualidade dos automóveis, caminhões, ônibus e
autopeças".
Segundo o
texto sancionado, o Inovar-Auto é válido até 2017 e vai conceder crédito de
recolhimento de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) com base nos
recursos gastos em cada mês com pesquisa e desenvolvimento em áreas como
ferramentaria, insumos, capacitação de fornecedores e engenharia industrial
básica.
O
benefício será estendido às empresas importadoras de veículos que possuam planos
para instalação de fábricas no país, como é o caso de montadoras como a chinesa
JAC e a alemã BMW.
O texto
afirma que o governo vai determinar os limites e condições para utilização do
crédito de IPI. Na semana passada, fontes afirmaram à Reuters que um dos
objetivos do governo com o novo regime automotivo é incentivar a redução entre
11 e 22% no consumo de combustível de veículos.
Além do
programa para veículos, o texto da lei 12.715 sancionada cria regime especial de
tributação do PNBL (Programa Nacional de Banda Larga) para implantação,
ampliação e modernização de redes de telecomunicações para as conexões de
Internet em banda larga e também suspende cobrança de tributos como IPI,
PIS/Pasep, Cofins sobre computadores e software para uso
educacional.
Há ainda
dispositivos que ampliam a abrangência de incentivos tributários a empresas
exportadoras. Passa a ser exigido que 50% da receita bruta das exportadoras
decorra de vendas para o exterior, e não mais 70%.
Folha de
São Paulo
Governo
desonera empresas e onera trabalhadores
Aline
Matheus
Dois pesos e duas medidas. Na última
semana, a imprensa noticiou que, a partir de 2013, o Governo irá desonerar a
folha de pagamento de 25 setores da economia, além dos 20 para os quais o
incentivo já está em vigência. De acordo com a imprensa, em quatro anos a
renúncia fiscal será de R$ 60 bilhões. Em contrapartida, o Governo não irá mais
isentar do IR (Imposto de
Renda) os rendimentos dos trabalhadores relativos à participação nos lucros e
resultados das empresas.
No primeiro caso, a justificativa para
a benesse é manter os empregos em tempo de crise internacional, livrando as
empresas da contribuição de 20% ao INSS, em troca de um percentual sobre o
faturamento. “Segundo o ministro [Guido Mantega], em lugar de pagar R$ 21,5 bilhões de INSS, o total de 45
setores beneficiados desembolsará R$ 8,74 bilhões sobre o faturamento”, explica
reportagem da Agência Brasil. Além de impactar positivamente o resultado do PIB
(Produto Interno Bruto) de 2013.
Já no segundo caso, o Governo alega ter
voltado atrás na renúncia fiscal, anunciada pelo ministro Gilberto Carvalho na
comemoração do 1º de Maio, em função do atendimento dos pleitos dos servidores federais que
fizeram greve.
O Sindifisco Nacional considera os dois
casos contraditórios. Primeiro porque, ao desonerar a folha de pagamento, o
Governo não pediu nenhuma contrapartida ao empresariado, sequer a de que os
empregos da iniciativa privada sejam mantidos. Sem falar que a desoneração se dá à custa do futuro da
Previdência Social, uma vez que a benesse não sai da redução de tributos que
abastecem o cofre do Tesouro, mas da previdência dos
trabalhadores.
Depois, é surpreendente e lamentável
que o Governo queira colocar trabalhadores da iniciativa privada contra servidores,
alegando que para beneficiar uma categoria é preciso prejudicar a
outra.
Para o Sindicato, a renúncia fiscal
para as empresas à custa da previdência dos empregados e a suspensão da
desoneração para os trabalhadores reflete uma postura do Governo em que a prioridade, sem nenhuma dúvida,
não é o trabalhador, mas sim o empresariado.
Sindifisco
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