O QUE É REMICEX
SP,
fevereiro de 2.013 – DO EDITOR – gueirosh@terra.com.br
CONCEITO
Por REMICEX devemos entender a operação que permite
suspensão do pagamento do PIS/COFINS pelo fabricante de material de embalagem
empresa que se comprometa a exportar o produto acondicionado nessa embalagem. A
suspensão será convertida em alíquota zero quando da efetiva exportação.
A
empresa adquirente do material de embalagem tem 6 meses para realizar a
exportação. Na hipótese do inadimplemente a responsabilidade pelo pagamento do
imposto suspenso, juros e multa de mora é da empresa adquirente do material de
embalagem e não do fabricante vendedor. É considerada reponsável solidária.
O
art. 49 da Lei n. 11.196/05 , que criou essa possibilidade, porém sem o
nome de REMICEX, tem o seguinte teor:
Art.
49. Fica suspensa a exigência da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins incidentes sobre a receita auferida por fabricante na venda a empresa sediada no exterior para
entrega em território nacional de material de embalagem a ser totalmente
utilizado no acondicionamento de mercadoria destinada à exportação para o
exterior.
§
1º A suspensão de que trata o caput deste artigo converte-se em alíquota 0 (zero) após a
exportação da mercadoria acondicionada.
§
2º Nas notas fiscais relativas às vendas com suspensão de que trata o caput
deste artigo deverá constar a expressão “Saída com suspensão da exigência da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação do dispositivo
legal correspondente.
§
3º O benefício de que trata este artigo somente poderá ser usufruído após
atendidos os termos e condições estabelecidos em regulamento do Poder
Executivo.
§
4º A pessoa jurídica que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da
data em que se realizou a operação de venda, não houver efetuado a exportação
para o exterior das mercadorias acondicionadas com o material de embalagem
recebido com suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
fica obrigada ao recolhimento dessas contribuições, acrescidas de juros e multa
de mora, na forma da lei, contados a partir da referida data de venda, na
condição de responsável.
§
5º Na hipótese de não ser efetuado o recolhimento na forma do § 4º deste artigo,
caberá lançamento de ofício, com aplicação de juros e da multa de que trata o
caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
§
6º Nas hipóteses de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo, a pessoa jurídica
fabricante do material de embalagem será
responsável solidária com a
pessoa jurídica destinatária desses produtos pelo pagamento das contribuições
devidas e respectivos acréscimos legais.
AS REGRAS OPERACIONAIS
O
Dec. 6.127/07 praticamente repetiu os termos da lei, acrescentando os tres
artios abaixo e no último delegando à Secretaria da Receita Federal do Brasil
detalhar os demais aspectos operacionais.
Art.
3º Nas notas fiscais relativas às vendas com suspensão de que trata o art. 1º,
deverá constar a expressão “Saída com suspensão da exigência da Contribuição
para o PIS/PASEP e da COFINS”, com a especificação do dispositivo legal
correspondente.
Art.
4º A pessoa jurídica que receber embalagens beneficiadas com a suspensão
prevista no art. 1º deve manter escrituração de estoques que discrimine os
ingressos e as saídas de material de embalagem beneficiados, registrando, no
caso das saídas, se as embalagens foram aplicadas em produtos exportados ou
saíram para o mercado interno.
Art.
5º O descumprimento das regras relativas às obrigações acessórias estabelecidas
nos termos dos arts. 3º e 4º implicará o não-reconhecimento da suspensão da
exigibilidade das contribuições para o PIS/PASEP e da COFINS referida no art.
1º.
Parágrafo
único. Na hipótese de que trata o caput, aplicam-se as disposições contidas nos
§§ 1º e 2º do art. 2º.
Art.
6º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará os procedimentos
necessários à aplicação das disposições deste Decreto.
Atendendo
a essa delegação de competência a SRFB editou a IN RFB 773/07 disciplinando a
operação. Esta norma é que deu à operação o nome deREMICEX, que corresponde a REGIME DE ENTREGA DE EMBALAGENS NO MERCADO INTERNO E
RAZÃO DA COMERCIALIZAÇÃO A EMPRESA SEDIANA NO EXTERIOR.
Tratando-se
de norma eminentemente didática dispensa qualquer dissertação a respeito. Vamos
deixar para leitura do usuário deste Blog todo texto da IN ante a clareza e
perfeito detalhamento do aspecto operacional:
Seção I
Da Obrigatoriedade de Habilitação
Da Obrigatoriedade de Habilitação
Art. 2º Somente a pessoa jurídica previamente
habilitada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) é beneficiária do
Remicex.
Seção II
Das Pessoas Jurídicas que Podem Requerer a Habilitação
Das Pessoas Jurídicas que Podem Requerer a Habilitação
Art. 3º A habilitação ao Remicex somente será
permitida às seguintes pessoas jurídicas:
I - fabricante de embalagens; eII - exportador.
Parágrafo
único. As pessoas jurídicas mencionadas no caput serão habilitadas no Remicex,
respectivamente, nos perfis de:
I - entregador, no caso de fabricante de embalagens; eII - embalador, quando se tratar de exportador.
Seção III
Do Requerimento da Habilitação
Do Requerimento da Habilitação
Art. 4º A habilitação ao Remicex, nos perfis
referidos no parágrafo único do art. 3º, deve ser requerida por meio de
formulário próprio, constante do Anexo Único, que será apresentado à Delegacia
da Receita Federal do Brasil (DRF) ou à Delegacia da Receita Federal do Brasil
de Administração Tributária (Derat) com jurisdição sobre o estabelecimento
matriz da pessoa jurídica.
Seção IV
Dos Procedimentos para Concessão da Habilitação
Dos Procedimentos para Concessão da Habilitação
Art. 5º Para a concessão da habilitação, a DRF ou
Derat deve:
I - verificar o correto preenchimento do formulário de que trata o art. 4º;II - confrontar as informações constantes do formulário com o Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ);III - verificar a regularidade fiscal da pessoa jurídica requerente em relação aos tributos administrados pela RFB;IV - deliberar e despachar o pedido, concedendo ou denegando a habilitação; eV - dar ciência ao interessado do despacho exarado.
§ 1º
No caso da pessoa jurídica não atender ao disposto nos incisos I a III do caput,
a DRF ou Derat notificará o requerente, que deverá providenciar a regularização
no prazo de 20 (vinte) dias contados do recebimento da notificação.
§ 2º
A não regularização no prazo de que trata o § 1º resultará no indeferimento do
pedido de habilitação ao Remicex, com ciência ao interessado.
Art. 6º A habilitação será concedida por meio de Ato
Declaratório Executivo (ADE), editado pelo Delegado da DRF ou da Derat,
publicado no Diário Oficial da União (DOU), e no sítio da RFB na Internet, no
endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>.
Parágrafo
único. A habilitação referida no caput será efetuada em nome do estabelecimento
matriz da pessoa jurídica requerente, com indicação do perfil do habilitado, da
indicação do número de seu CNPJ, e se estenderá a todas as suas filiais.
Capítulo III
DA Desabilitação a pedido
DA Desabilitação a pedido
Art. 7º O pedido de desabilitação deverá ser
apresentado à DRF ou à Derat com jurisdição sobre o estabelecimento matriz da
pessoa jurídica.
Parágrafo
único. A desabilitação será formalizada por meio de ADE emitido pelo Delegado da
DRF ou da Derat e publicado no DOU e no sítio da RFB na Internet, no endereço
referido no caput do art. 6º.
Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 8º Aplicam-se ao Remicex, no que couber, as
sanções de advertência, suspensão e cancelamento de registro, previstas nos
incisos I, II e III do art. 76 daLei
nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
Capítulo v
DO REMICEX
DO REMICEX
Art. 9º O Remicex suspende a exigência da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita auferida
por contribuinte habilitado ao Remicex, perfil entregador, na venda a empresa
sediada no exterior para entrega em território nacional de material de embalagem
a ser totalmente utilizado por pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil
embalador, no acondicionamento de mercadoria destinada à exportação para o
exterior.
Parágrafo
único. A suspensão de que trata o caput converte-se em alíquota zero após a
exportação efetiva da mercadoria acondicionada por pessoa jurídica habilitada ao
Remicex, perfil embalador.
Capítulo VI
Da aplicação
Da aplicação
Art. 10. Nas notas fiscais de simples remessa,
emitidas pelo contribuinte habilitado ao Remicex, perfil entregador, e
destinadas a acompanhar as embalagens até o estabelecimento da pessoa jurídica
habilitada ao Remicex, perfil embalador, deverá constar a expressão “saída com
suspensão da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins”, com menção
expressa ao art. 49 da Lei
nº 11.196, de 2005.
Parágrafo
único. Também deverá constar da nota fiscal de que trata o caput os números dos
ADE relativos aos perfis entregador e embalador, bem assim o número da nota
fiscal de venda que instruiu a Declaração de Exportação (DE) elaborada pelo
entregador quando da exportação das embalagens para a empresa no exterior.
Art. 11. A pessoa jurídica habilitada ao Remicex,
perfil entregador, deverá:
I - manter registro de estoques que discrimine as saídas de embalagens, registrando se as mesmas saíram para o mercado interno, diretamente para exportação ou foram entregues à pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil embalador, segregando, neste último caso, por pessoas jurídicas;II - no caso de embalagens exportadas ao abrigo do Remicex, manter registro do número da DE bem como o correspondente Registro de Exportação (RE) das embalagens exportadas; eIII - manter, em seus arquivos, demonstrativo de todas as vendas efetuadas a pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil embalador, ao abrigo do referido regime, que deverá conter:a) data de emissão e número das notas fiscais, de venda e de simples remessa;b) a identificação da empresa do exterior destinatária da venda, bem como a nota fiscal de venda e os demais documentos comprobatórios da exportação; ec) demonstrativo das quantidades e tipos de embalagens vendidas para empresa no exterior, bem como as embalagens efetivamente entregues.
Art. 12. A pessoa jurídica habilitada ao Remicex,
perfil embalador, deverá:
I - manter, em seus arquivos, demonstrativo de todas as exportações efetuadas ao abrigo do Remicex, que deverá conter:a) data de emissão e número da nota fiscal de venda que instruiu cada uma das DE efetuadas;b) identificação da empresa adquirente no exterior, destinatária da exportação; ec) os documentos relacionados a cada uma das DE efetuadas;II - informar a concretização da exportação à pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil entregador, para poder evidenciar a conversão do regime de suspensão em alíquota zero;III - manter registro de estoques, segregado por pessoas jurídicas habilitadas ao Remicex, perfil entregador, que discrimine os ingressos e as saídas de embalagens, onde se verifique:a) os tipos e as quantidades das embalagens recebidas e utilizadas nas exportações efetuadas ao abrigo do Remicex;b) as embalagens adquiridas, não beneficiadas pelo regime e destinadas ao acondicionamento de produtos a serem revendidos no mercado interno;c) as embalagens adquiridas e destinadas ao acondicionamento de produtos a serem exportados, mas que não são de propriedade de pessoa jurídica sediada no exterior; ed) as embalagens recebidas que são de propriedade de pessoa jurídica sediada no exterior e destinadas ao acondicionamento de produtos a serem exportados.
§ 1º
O furto, roubo, dano ou perda de embalagens acobertadas pelo Remicex deverá ser
comunicada pela pessoa jurídica habilitada no perfil entregador, para fins de
exclusão do regime de suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, e
conseqüente recolhimento das contribuições e seus acréscimos legais.
§ 2º
O registro de que trata o inciso III do caput deverá ser individualizado por
tipo de embalagem e por fornecedor.
§ 3º
O controle de baixa dos tributos suspensos será efetuado de acordo com o
critério contábil “primeiro que entra, primeiro que sai” (PEPS), referido à
ordem cronológica de registro das notas fiscais de embalagens recebidas e as
pertinentes declarações de exportação de produtos acondicionados por essas
embalagens.
capítulo VII
Da responsabilidade
Da responsabilidade
Art. 13. A pessoa jurídica habilitada ao Remicex,
perfil embalador, que houver recebido de pessoa jurídica habilitada ao Remicex,
perfil entregador, embalagens com suspensão de que trata o art. 9º, ficará
sujeita ao recolhimento, na condição de responsável, da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins que deixaram de ser pagas pela pessoa habilitada ao
Remicex, perfil entregador, na hipótese de:
I - não efetuar a exportação para o exterior das mercadorias acondicionadas com o material de embalagem recebido, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que se realizou a operação de venda desse material pela pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil entregador;II - por qualquer forma, revender no mercado interno as embalagens recebidas sob o amparo do Remicex.
§ 1º
O pagamento a que se refere o caput deve ser efetuado acrescido de juros e de
multa de mora, calculados na forma da legislação que rege a cobrança de
contribuições não pagas e contados a partir da data em que a pessoa jurídica
habilitada ao Remicex, perfil entregador, realizou a operação de venda a empresa
sediada no exterior.
§ 2º
Na hipótese de não ser efetuado o recolhimento na forma do caput e § 1º, caberá
lançamento de ofício, com aplicação de juros de mora e da multa de que trata o
caput do art. 44 da Lei
nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
§ 3º
Nas hipóteses de que tratam o inciso I do caput e os §§ 1º e 2º, a pessoa
jurídica fabricante do material de embalagem será responsável solidária com a
pessoa jurídica destinatária desses produtos pelo pagamento das contribuições
devidas e respectivos acréscimos legais.
§ 4º
O pagamento das contribuições na forma desse artigo não importa em presunção de
pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas pela pessoa
jurídica habilitada ao Remicex, perfil embalador, na condição de contribuinte,
em razão de venda no mercado interno de mercadorias acondicionadas com
embalagens adquiridas no âmbito do Remicex.
§ 5º
O valor pago a título de acréscimos legais e de penalidade de que trata o § 1º
não gera, para a pessoa jurídica habilitada ao Remicex, perfil embalador,
direito ao desconto de créditos apurados na forma do art. 3º da Lei
nº 10.637, de 2002, e do art. 3º da Lei
nº 10.833, de 2003, no caso de ser tributada pelo regime de apuração
não-cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
Art. 14. O despacho aduaneiro de exportação de
embalagens vendidas com a utilização do Remicex será processado com base em DE
registrada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), instruída com a
nota fiscal de venda dessas embalagens a empresa sediada no exterior.
§ 1º
A declaração a que se refere o caput deverá ser registrada na unidade da RFB
responsável pela fiscalização de tributos sobre o comércio exterior com
jurisdição sobre o domicílio do estabelecimento do beneficiário.
§ 2º
Deverão ser informados no campo “Observações” do RE o número da nota fiscal que
amparou a remessa ao exportador, dos produtos a serem acondicionados com o
material de embalagem, além da Razão Social e do número no CNPJ.
§ 3º
Fica dispensada a realização da verificação física, na hipótese de seleção da
declaração a que se refere o caput, para canal de conferência.
§ 4º
A averbação da saída definitiva do País dar-se-á automaticamente, pelo Siscomex,
com o desembaraço para exportação realizado à vista da declaração e dos demais
documentos apresentados pelo exportador.
Art. 15. O despacho aduaneiro das mercadorias
acondicionadas com o material de embalagem recebido com os benefícios previstos
no regime será processado mediante registro, pelo embalador, de DE registrada no
Siscomex.
§ 1º
O despacho aduaneiro previsto no caput poderá ser promovido por qualquer
estabelecimento da pessoa jurídica habilitada ao Remicex no perfil
embalador.
§ 2º
Deverão constar do campo “Observações” do RE:
I - para cada tipo de embalagem, a quantidade total de material empregada:a) com a utilização do regime; eb) por unidade de medida estatística da mercadoria a ser exportada;II - os números das notas fiscais que ampararam o recebimento do material de embalagem utilizado no acondicionamento das mercadorias a exportar.
Art. 16. A Coordenação-Geral de Administração
Aduaneira (Coana) poderá estabelecer procedimentos complementares para os
despachos de que tratam os arts. 14 e 15.
Art. 17. Esta Instrução Normativa entra em vigor na
data da publicação.
JORGE
ANTONIO DEHER RACHID
ANEXO
ÚNICO
PEDIDO DE HABILITAÇÃO AO REGIME DE ENTREGA DE EMBALAGENS NO MERCADO INTERNO EM RAZÃO DA COMERCIALIZAÇÃO A EMPRESA SEDIADA NO EXTERIOR (REMICEX) |
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