LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Logística


Logística prejudica exportação aos árabes

Congestionamento no Porto de Santos afetou também as vendas do Brasil ao mundo árabe, que recuaram 3,3% em março. No primeiro trimestre houve alta, com exportações predominantes de alimentos e minério.


São Paulo – Os problemas que o Brasil enfrenta com os portos acabaram respingando também nas exportações para os países árabes. As vendas para a região cresceram 3,6% no primeiro trimestre do ano sobre o mesmo período do ano passado, mas recuaram 3,3% em março em relação a igual mês de 2012. “Reflexo do problema dos portos”, afirma o diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby. A receita com exportações aos árabes atingiu US$ 1,1 bilhão em março e US$ 3,38 bilhões nos três primeiros meses do ano.

O Porto de Santos, no estado de São Paulo, por onde passaram a maior parte das exportações do Brasil para o mundo árabe em março, enfrentou congestionamento de cargas em função do escoamento da safra recorde de soja. O mesmo aconteceu com o Porto de Paranaguá, no Paraná, o segundo pelo qual foram enviadas as mercadorias brasileiras para os países árabes. Do US$ 1,1 bilhão que o Brasil vendeu em produtos aos árabes em março, US$ 411 milhões foram via Porto de Santos e US$ 181,7 milhões foram por meio do Porto de Paranaguá.
A queda ocorrida em março nas exportações do Brasil para os árabes, porém, foi menor do que a registrada nas vendas externas do País como um todo, que foi de 8,2%. A receita brasileira com o mercado externo, em março deste ano, foi de US$ 19,3 bilhões contra US$ 20,9 bilhões em igual mês do ano passado.
Como vem acontecendo, o predomínio nas vendas do Brasil para os países árabes foram as commodities, principalmente as agrícolas e o minério. Em março, açúcar, carne de frango, minérios de ferro, milho, carne bovina e soja estiveram entre os principais produtos vendidos para a região. Uma lista parecida, com açúcar, carne de frango, minério de ferro, milho, carne bovina e óleo de soja, integra a pauta de mercadorias embarcadas no primeiro trimestre.

De acordo com Alaby, as vendas predominantes de alimentos do Brasil para os árabes se explicam pela preocupação das nações da região com a segurança alimentar. “Se há oferta maior do que a demanda, você segura a inflação”, complementa o diretor geral. Ele lembra que a tendência é que no próximo trimestre, o segundo do ano, as exportações do segmento se aqueçam, já que a região começa a estocar alimentos para o Ramadã, período religioso no qual os muçulmanos jejuam durante o dia, mas fazem festas fartas de alimento pela noite.

Em março, o principal destino das exportações do Brasil, no mercado árabe, foi a Arábia Saudita, país que tradicionalmente ocupa o primeiro lugar na lista, seguido de Emirados, Egito, Omã e Argélia. Os três primeiros diminuíram suas compras sobre o mesmo mês de 2012, enquanto os dois últimos aumentaram. No acumulado do ano, o ranking é o mesmo, mas todos os países, exceto a Argélia, importaram mais do que nos três primeiros meses do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Na outra mão, as importações brasileiras dos países árabes cresceram bem em março, individualmente, e também no primeiro trimestre do ano. Em março, elas ficaram em US$ 991,9 milhões contra US$ 795 milhões no mesmo mês de 2012, com avanço de 24,6%. No acumulado do ano, as importações dos árabes estão em US$ 2,4 bilhões até março de 2013 contra US$ 2 bilhões no mesmo período de 2012, com alta de 22%. As importações, como são predominantemente de petróleo e derivados, vieram principalmente do Porto de Sepetiba, no estado do Rio de Janeiro, e do Porto de Aratu, no estado da Bahia.

http://www.anba.com.br/noticia_corrente.kmf?cod=20247174


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