Exportar commodities cria dependência de porto

Exportar commodities cria dependência de porto

Em 2012, 96% das vendas externas em volume e 83% em valor foram via marítima
O presidente da Associação de Comercio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, admite que, se o país exportasse produtos de alta tecnologia, muitos deles transportados por avião, sentiria menos o peso da defasagem que enfrenta na infra-estrutura e na logística. Castro, no entanto, considera inadiáveis aportes de recursos para melhorar as condições de portos e, principalmente, rodovias e ferrovias.
"Das exportações brasileiras, 96% do peso são transportados por via marítima. Em termos financeiros, 84% do valor saem do país através de navios, o que torna os portos uma prioridade inadiável. Mas as condições de ferrovias e ferrovias, que levam a mercadoria até o porto, são muito piores", critica, observando que mesmo commodities processadas, como o óleo de soja ou o café solúvel também sairiam por mar.
Castro considera ainda que incentivos, como a isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ajudam a incentivar o investimento em infra-estrutura e logística, mas o maior entrave a esses aportes, de acordo com o presidente da AEB, é a insegurança jurídica e quanto ao crescimento da economia. "Recursos para esse tipo de investimento existem", garante Castro.
Quanto à projeção da entidade para o saldo comercial para este ano, a AEB continua acreditando que haverá superávit, mas o surpreendente volume de importações, que já cresceram 11% em 2013, contra exportações que se expandiram 3% até aqui, e a queda nos preços de commodities como açúcar, colocam em xeque a previsão feita em dezembro de 2012, de superávit de US$ 14 bilhões.
"Este ano haverá recorde de exportação de soja. O minério também vai ajudar", prevê o presidente da associação de exportadores.

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