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O governo argentino anunciou o cancelamento das linhas ferroviárias administradas pela ALL, que tem a concessão de linhas entre Buenos Aires, província de Mendoza e fronteiras com o Brasil e o Paraguai.
Segundo o ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, "houve uma decisão política vinculada, por um lado, ao não cumprimento do contrato e, por outro, à redução dos custos de logística, para que a produção seja mais competitiva".
Randazzo citou diversas irregularidades encontradas em uma auditoria feita em 2012.
“Foi constatado que a empresa tinha multas que superavam os 30% da garantia do contrato, descumprimento do programa de investimentos, abandono de ramais, suspensão de vias e a transferência de ativos sem autorização”, disse Randazzo.
A partir de agora, os 8 mil quilômetros de linha da ALL serão administrados pela estatal Belgrano Cargas.
A privatização do sistema ferroviário argentino, ocorrido na década de 1990 (durante o governo de Carlos Menem), tem sido duramente questionado, especialmente depois do acidente envolvendo um trem urbano, em fevereiro de 2012, no centro de Buenos Aires, que matou 50 pessoas.
Sindicalistas e especialistas acusaram as empresas, que obtiveram as concessões, de não ter investido o suficiente em infraestrutura e manutenção.
Também responsabilizaram os sucessivos governos pela manutenção dos os contratos, sem fiscalizar o seu cumprimento.
No ano passado, em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Instituto Argentino de Ferrovias, Pablo Martorelli, criticara a atuação da ALL.
“A América Latina Logística não investiu o que precisava, já que 60% de sua rede ferroviária estão desatendidas ou abandonadas”, disse.
A ALL operava duas das mais importantes redes ferroviárias de cargas na Argentina.
As redes unem várias províncias do país produtoras de grãos e chegam ao Paraguai, Uruguai e faz ligação a linha férrea que a empresa opera no Brasil.
A ALL está na Argentina desde 1999.
A ALL disse que não foi informada oficialmente pelo governo argentino e "que tomará todas as medidas legais cabíveis assim que tomar conhecimento oficial da decisão".
A empresa destacou que, "devido ao atual cenário político e econômico argentino", vinha procurando interessados em adquirir participação em suas operações no país.
Desde agosto de 2012, estava em curso negociação com três companhias argentinas.
Segundo o superintendente de relações com investidores da ALL, Alexandre Rubio, "faz mais sentido uma operação dessas com um grupo argentino do que com uma multinacional, dado o contexto em que estão inseridos os projetos”.
Segundo a ALL, as concessões ferroviárias argentinas representaram 6,5% da sua receita líquida em 2012.
Fonte: Agência Brasil
http://comunidadecomercioexterior.com.br/ver-noticia.php?id=1796 |
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