LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 15 de abril de 2010

LOGÍSTICA E PORTOS

Contêiner se dobra às pressões de custos das transportadoras

Inventores dos Estados Unidos, Holanda e Índia estão chegando perto de resolver uma dor de cabeça que custa bilhões de dólares por ano para o setor de transportes.

Contêineres vazios precisam ser despachados por todo o mundo para serem recarregados, o que exige milhões de viagens de navio, caminhão e trem que não geram receita nenhuma.

"É uma despesa enorme, uma dor de cabeça enorme para o setor", diz Neil Davidson, da Drewry Shipping Consultants, uma consultoria de Londres. O custo líquido de transportar o vazio fica em torno de US$ 7 bilhões por ano, dizem analistas.

A solução: um contêiner dobrável fabricado em massa. Pessoas do setor dizem que os caminhões, trens, balsas e navios poderiam carregar quatro vezes o número de contêineres se eles fossem dobrados e empilhados. Isso cortaria o custo de transporte dos contêineres vazios em até 75%, dizem analistas e os fabricantes dos contêineres dobráveis.

As maiores transportadoras de contêineres do mundo, entre as quais a A.P. Moeller-Maersk AS, CMA-CGM SA, NYK Line e Evergreen Group, afirmam que estão aguardando uma demonstração de que os contêineres dobráveis funcionam e a um preço acessível para poder tomar a decisão de investir neles.

Por causa de sua complexidade, os contêineres dobráveis vão custar pelo menos US$ 4.000 cada, o dobro do custo de um contêiner normal. Eles precisam ser capazes de aguentar o calor, o frio, a água salgada dos altos mares e os solavancos dos guindastes nas docas. Cada contêiner precisa suportar um peso de 350 toneladas, porque até dez deles podem ser empilhados nos navios.

Depois de décadas de tentativas, os recentes desenvolvimentos na engenharia, a necessidade da sociedade por um produto mais verde e a necessidade das empresas de navegação de economizar combustível estão deixando os contêineres dobráveis mais próximos do mercado.

Por trás da iniciativa está o enorme boom do comércio global dos anos 2000, alimentado pela entrada da China para a Organização Mundial do Comércio e seu consequente aumento das exportações para US$ 1,2 trilhão em 2009, ante US$ 249,7 bilhões em 2000. O número de contêineres de transporte dobrou para cerca de16 milhões, à medida que o setor cresceu 10% ao ano.
O contêiner - uma caixa de aço retangular de geralmente 20 ou 40 pés (6 a 12 metros) de comprimento padrão - é unidade básica do comércio global, tendo aumentado enormemente a produtividade e a economia do transporte e das operações portuárias desde que passou a ser usado, em 1957.

Dez mil navios controlados por umas poucas centenas de empresas movimentam mais de 100 milhões de contêineres por ano. Mas 20% dos contêineres que estão no mar em qualquer momento estão viajando vazios, devido a um desequilíbrio fundamental no comércio mundial, já que a Ásia exporta mais produtos do que importa.

Cortar a despesa de transporte dos contêineres vazios aumentaria a margem de lucro num momento em que a marinha mercante se recupera da crise financeira - o setor divulgou prejuízo de cerca de US$ 20 bilhões no ano passado, segundo a Drewry.
Desde os anos 70, houve vários esforços malsucedidos para se resolver o quebra-cabeças.

Segundo os engenheiros, algumas inovações recentes, para deixar o aço reforçado mais leve e o vidro compósito mais resistente e mais flexível, bem como novas ideias de desenho, podem superar os desafios técnicos.

René Giesbers, herdeiro de uma fortuna feita com aquecimento central em Roterdã, projetou em 2007 um contêiner de fibra de vidro compósito e abriu uma empresa, a Cargoshell. Ele espera receber uma ajuda do governo holandês na forma de um selo verde que daria às empresas que comprarem seu contêiner um crédito fiscal.

A Compact Container Systems, empresa de Boston, também desenvolveu um projeto de um contêiner dobrável. Ela demonstrou seu primeiro protótipo numa feira comercial em novembro, e agora está fazendo revisões. "O desafio de engenharia é equivalente ao de projetar uma turbina para um jato", diz Jim Williams, um dos fundadores.

Simon Bosschieter, um engenheiro de 28 anos da Holanda, desenhou um contêiner com paredes que deslizam para dentro das outras. Ele diz que sua empresa, a Holland Container Innovations, de Delft, tem um parceiro industrial e planeja colocar os primeiros contêineres no mercado até o meio do ano.

O banqueiro indiano Avinder Bindra projetou um contêiner que, como o da HCI, tem paredes que deslizam para dentro das outras. Mas seus contêineres dobrados são empilhados verticalmente, o que segundo ele os deixa mais equilibrados e permite o uso de guindastes padrões para mover as pilhas. A empresa dele, Simpri Investments, está na fase final do desenvolvimento de um protótipo, diz.
Portos e Navios


Comércio marítimo global deve crescer 11%
O comércio marítimo global deve crescer 11% em volume em relação aos números computados no ano passado. De acordo com a consultoria Seabury, o ano acabará com "uma recuperação bastante modesta".

O analista sênior da consultoria, Mathijs Slangen, estima que o comércio global de contêineres expandiu cerca de 20% nos dois primeiros meses do ano, incluindo um aumento rápido em fevereiro em comparação aos baixos índices computados no exercício anterior.

Porém, Slangen alertou que a produção mundial está voltando a diminuir - especialmente na China. "Não temos sinais muito claros de que a fabricação irá aumentar muito. Isso nos diz que o crescimento nos primeiros meses do ano foi predominantemente de reabastecimento de estoques", disse Slangen.

Segundo ele, a tendência impede a realização de perspectivas sobre a manutenção da rápida expansão atingida pelo trade global no primeiro trimestre.
Guia Marítimo



Empresas do setor logístico dobrarão aportes
SÃO PAULO - Com o intuito de ampliar os negócios e as áreas de atuação no País, empresas operadoras logísticas preveem investir dobrado este ano, com a ideia de reforçar infraestrutura e criar novos centros de distribuição e armazenagem, para suprir a alta demanda do setor. Este é o caso da Standard Logística, que pretende investir R$ 42 milhões até julho, além de adquirir 30 caminhões, criar um ramal ferroviário na unidade da empresa em Cubatão (SP), e finalizar o terminal intermodal de Cambé (PR). A empresa TGA Logística, que já investiu aproximadamente US$ 1 milhão este ano, pretende dobrar estes aportes para ampliar suas bases no sul e centro-oeste do Brasil.

Com forte atuação na área de cargas perecíveis, a Standard Logística, que pretende crescer mais de 30% este ano, prevê faturamento de R$ 140 milhões, ante os R$ 108 milhões de 2009. A empresa destacou que no ano passado a crise não afetou seus negócios, e que a média de crescimento da empresa está na base dos 30%. "Vamos crescer ainda mais este ano, por isso estamos investindo alto em infraestrutura. A demanda é alta e iremos atendê-la", comentou o presidente da empresa, José Luis Demeterco, em entrevista ao DCI.

Demeterco destacou que a ideia para este ano é reforçar o serviço de distribuição interna, com a aquisição da frota própria. Segundo ele, a empresa irá investir R$ 7 milhões neste projeto que passará a funcionar a partir do próximo mês. A frota de 30 caminhões será adquirida até o final do primeiro semestre deste ano. "Ao agregarmos essa frota própria aos nosso portfólio de serviços ganhamos um diferencial competitivo muito grande. Agora iremos oferecer mais qualidade aos nossos clientes", vibrou Demeterco.

A nova frota da Standard irá oferecer três tipos de temperatura -seca, resfriada, e congelada- através de sistemas de tecnologia embarcada para controle de risco; além disso, os caminhões contarão com rastreadores que possibilitarão que o cliente possa obter informações sobre as suas mercadorias quase instantaneamente.

Outra grande aposta da empresa está no terminal intermodal rodoferroviário que a empresa está instalando em Cubatão, que custará algo em torno de R$ 13 milhões e será concluído até o começo do segundo semestre deste ano. O terminal servirá para que as cargas embarcadas no Município de Alto Taquari, em Mato Grosso, cheguem até a unidade da empresa em Cubatão por trem. "Esse é um grande projeto e irá gerar inúmeras vantagens para o produtor e exportador, da garantia de cadência no escoamento à segurança no transporte, e, claro, à economia de custos, chegando a ser 20% mais em conta o frete", frisou Demeterco.
Entretanto,  Demeterco destaca o projeto mais caro que a empresa está realizando, que é a implantação da unidade de armazenagem no terminal rodoferroviário que a empresa possui em Cambé, no interior do Paraná. O empreendimento terá custos de aproximadamente R$ 15 milhões até o final de suas obras, e tem a previsão de entrar em operação no próximo mês. "Com mais esta infraestrutura aumentaremos a nossa participação no Paraná, oferecendo, além da intermodalidade, armazenagem e estufamento de produtos frigorificados e secos", disse o presidente da empresa, em evento em São Paulo.

Na primeira etapa, o empreendimento comportará um armazém frigorificado com 5 mil posições de palete, chegando em um segundo momento a 15 mil posições. Segundo o presidente da Standard Logística, isso irá fortalecer sua participação na região norte do Paraná, oferecendo armazenagem e estufagem de produtos frigorificados e secos para os mercados externo e interno."A Unidade de Armazenagem em Cambé, em sinergia com o escoamento de cargas pela ferrovia, é um diferencial competitivo no mercado de serviços logísticos para os exportadores da região", destacou Demeterco.

Além da criação desta unidade no Paraná, está agendada a ampliação da unidade de Esteio, no Rio Grande do Sul, depois da finalização das obras de mais uma câmara frigorificada junto ao complexo do Mega Intermodal que iniciou operações no mês passado, será iniciada a segunda etapa de ampliação, com a construção de outra câmara frigorificada na unidade. Com este investimento, no valor de R$ 7 milhões, a companhia afirma que disponibilizará mais 6.500 posições de palete ao mercado, e passará a operar com o total de 25 mil posições no Rio Grande do Sul.

Outros horizontes
Com expectativa de crescimento na ordem dos 40% este ano, a empresa TGA Logística, que pretendia investir R$ 1 milhão em 2010, pretende dobrar este aporte com a criação de mais um centro de distribuição (CD) no Brasil, além de uma reestruturação da área de tecnologia da empresa.

Outra novidade é a intenção da empresa de criar mais uma base no exterior, precisamente no Paraguai, que, segundo um dos sócios da TGA, Nilson Santos, é um dos destinos da América Latina que mais têm dificuldades para receber entregas do Brasil. "Estamos indo para o Paraguai para avaliar um acordo de criação de uma base como temos na Argentina e no Chile; se tudo correr bem, consolidaremos mais uma base internacional", comentou Santos.

Além desta base no Paraguai, Santos não escondeu que a empresa pretende explorar o mercado uruguaio, em um futuro próximo. "É claro que queremos crescer, tanto que estamos estudando, além do Paraguai o Uruguai, mas disto nós ainda iremos avaliar a viabilidade", contou Nilson Santos.

A empresa, que já possui 16 anos de mercado e atuava inicialmente no mercado internacional, desde 2009 está apostando também no mercado interno brasileiro nas áreas de armazenagem e distribuição. Com bases em São Paulo e em Porto Alegre (RS), o sócio da empresa afirmou que ainda há muito que fazer no Brasil. "Queremos crescer muito aqui ainda, tanto que ampliamos nossa base em São Paulo e estamos estudando a possibilidade de entrar no Rio de Janeiro também", finalizou ele.
DCI - Comércio, Indústria e Serviços



Chineses com projeto no Pecém
Chineses prospectam instalar um novo terminal para exportação de minério de ferro. Não existe acordo concreto.

Ainda não existe nenhum protocolo assinado ou algum acordo definido, mas os chineses da Globest já contrataram uma equipe de técnicos para preparar um projeto de instalação de um novo terminal portuário no Pecém para exportação do minério de ferro. Uma fonte ligada ao governo informa que ainda não é possível ter o montante que seria investido no empreendimento, mas afirma que, de acordo com avaliações preliminares, que incluiam o novo porto e todo o complexo de extração, o investimento seria em torno de US$ 1,5 bilhão.

A ideia é instalar, próximo ao porto já existente, um terminal independente de carga para o escoamento desse minério, aproveitando a infraestrutura já existente. O investimento seria bancado pelos chineses.

O interesse em construir este novo equipamento já havia sido divulgado no início do ano, quando da visita do embaixador da China no Brasil, Qui Xiaoqi.

A necessidade deste novo terminal se dá pelo fato de que o Porto do Pecém já se encontra próximo de sua capacidade total, e já está sendo ampliado para permitir as movimentações provenientes da instalação da siderúrgica e da refinaria no complexo industrial.

Além disso, a construção da Transnordestina também elevará o volume de produtos a serem escoados pelo porto.
Na época da visita do embaixador, eram estudadas duas possibilidades: fazer uma estrutura portuária paralela ao terminal de Pecém, ou dentro do próprio porto, com a construção de mais um píer de atração. A primeira alternativa, agora, está sendo levada à frente. Para isso, o projeto terá de ser apresentado ao governo, já que, caso aprovado, terá que ser feito uma adequação do Plano Diretor do Complexo Portuário do Pecém.

Segundo a fonte, com a elevação do preço do minério de ferro no mercado internacional, vários outros grupos estão se aproximando do Estado e analisando as possibilidades deste mercado. O Ceará não possui grandes quantidades do minério, como ocorre em Carajás, por exemplo, mas as lavras menores começam a se mostrar viáveis pelos investidores, e o tipo encontrado no Estado é avaliado como de alta qualidade.
Os chineses já realizaram, no início no mês passado, a primeira exportação para China do minério cearense, extraído por eles no distrito sobralense de São José do Torto.
Foram enviadas, em fase inicial, 70 toneladas da matéria-prima utilizada na siderurgia, em um trajeto de duração de 40 dias até o país asiático. O próximo carregamento ainda está sem data definida. A empresa deve esperar o período de chuvas passar para voltar a realizar as operações.

A fonte informa que, após essa primeira exportação, os chineses agora trabalham em melhorar a tecnologia de lavra, e já adquirem novos equipamentos mais modernos para o processo de extração. Além disso, também está sendo estudado o aumento da área de depósito do minério no porto.
Diário do Nordeste – CE

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