Após sofrer com a guerra, porto na Somália busca investidores externos
Os trabalhadores portuários de Mogadício (Somália) têm de carregar nas costas até os atracadouros a carga destinada a navios que esperam ao largo da costa por vagas para atracar.
O dilapidado porto da cidade não conta com guindastes em funcionamento, e os navios precisam usar seu equipamento interno para a descarga, quando encontram vaga no cais.
No entanto, o porto representa uma das grandes fontes de renda do governo da Somália, a despeito do investimento mínimo que recebeu ao longo dos anos.
"Trata-se do maior ativo de que o governo dispõe", diz Abdirashid Hashi, ex-ministro somali.
O estado lamentável do porto é prova dos desafios que a Somália enfrenta ao tentar reconstruir suas instituições demolidas e estabilizar um país sob ameaça da insurgência islâmica.
Os esforços do governo para melhorar o porto são peça central de seu desejo de reduzir a dependência do país quanto à assistência internacional e gerar mais receitas que permitam bancar os custos de uma força de segurança capaz de derrotar os militantes do movimento islâmico Al Shabaab.
"Quanto mais recursos tivermos, mais as instituições poderão funcionar, e assim poderemos enfrentar o Shabaab e outras ameaças islâmicas sem ajuda externa", disse Abdirahman Omar Osman, assessor da Presidência da Somália.
DEPENDÊNCIA EXTERNA
Governos e agências assistenciais estrangeiros vêm despejando ajuda no país a fim de ajudar a reconstruir a Somália depois de 20 anos de guerra.
Os doadores querem ver o governo federal começando a impor ordem por meio de seus soldados, e que as autoridades introduzam um novo regime de gestão financeira que permitirá que o país aos poucos reduza sua necessidade de assistência.
O grupo de monitoramento da ONU sobre a Somália disse em relatório publicado em julho que o banco central do país recebe cerca de US$ 2,7 milhões em receita do porto a cada mês, mas os monitores estimam que ao menos um terço dessa arrecadação desaparece antes de chegar às mãos das autoridades.
Isso banca apenas uma fração modesta do Orçamento, que precisa cobrir os custos das forças de segurança, pagar os salários do funcionalismo e cobrir os custos de outras instituições no país de 10 milhões de habitantes.
O Orçamento anual do governo é de US$ 84 milhões, dos quais cerca de US$ 54 milhões devem vir de fontes internas, e o restante, da assistência internacional. Os gastos são estimados em US$ 114 milhões, o que deixa uma lacuna de US$ 30 milhões.
RITMO LENTO
O desenvolvimento do porto, que dá emprego a quase 4.000 administradores, estivadores e funcionários de alfândega, vem sendo lento.
Há contêineres empilhados nos cais. O processo lento de descarga agrava o congestionamento no portão comercial de entrada para a recuperação econômica.
"Os navios usam seus guindastes, mas com isso demoram uma semana para descarregar", diz Ali Moalim Mohamed, administrador do escritório da alfândega. "A maioria dos bens é trazida sem contêineres, o que também causa desperdício de tempo."
AJUDA
Apesar dos problemas, o governo está trabalhando para obter ajuda externa.
Osman diz que está negociando com empresas estrangeiras, entre as quais a Dubai Port World, para que administrem o porto. Há entidades turcas também interessadas.
A Simatech, uma companhia de navegação dos Emirados Árabes Unidos (EAU), começou a enviar contêineres a Mogadíscio em fevereiro, a primeira vez que eles são encaminhados ao porto.
Mas a necessidade de que os navios usem seus guindastes para descarregar reduz o volume de carga com que podem trabalhar. E eles muitas vezes precisam passar dias atracados ao largo do porto esperando uma vaga no cais.
Fonte: Folha de São paulo/DA REUTERS/tradução de PAULO MIGLIACCI
http://www.portosenavios.com.br/portos-e-logistica/21371-apos-sofrer-com-a-guerra-porto-na-somalia-busca-investidores-externos?utm_source=newsletter_1236&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y
O dilapidado porto da cidade não conta com guindastes em funcionamento, e os navios precisam usar seu equipamento interno para a descarga, quando encontram vaga no cais.
No entanto, o porto representa uma das grandes fontes de renda do governo da Somália, a despeito do investimento mínimo que recebeu ao longo dos anos.
"Trata-se do maior ativo de que o governo dispõe", diz Abdirashid Hashi, ex-ministro somali.
O estado lamentável do porto é prova dos desafios que a Somália enfrenta ao tentar reconstruir suas instituições demolidas e estabilizar um país sob ameaça da insurgência islâmica.
Os esforços do governo para melhorar o porto são peça central de seu desejo de reduzir a dependência do país quanto à assistência internacional e gerar mais receitas que permitam bancar os custos de uma força de segurança capaz de derrotar os militantes do movimento islâmico Al Shabaab.
"Quanto mais recursos tivermos, mais as instituições poderão funcionar, e assim poderemos enfrentar o Shabaab e outras ameaças islâmicas sem ajuda externa", disse Abdirahman Omar Osman, assessor da Presidência da Somália.
DEPENDÊNCIA EXTERNA
Governos e agências assistenciais estrangeiros vêm despejando ajuda no país a fim de ajudar a reconstruir a Somália depois de 20 anos de guerra.
Os doadores querem ver o governo federal começando a impor ordem por meio de seus soldados, e que as autoridades introduzam um novo regime de gestão financeira que permitirá que o país aos poucos reduza sua necessidade de assistência.
O grupo de monitoramento da ONU sobre a Somália disse em relatório publicado em julho que o banco central do país recebe cerca de US$ 2,7 milhões em receita do porto a cada mês, mas os monitores estimam que ao menos um terço dessa arrecadação desaparece antes de chegar às mãos das autoridades.
Isso banca apenas uma fração modesta do Orçamento, que precisa cobrir os custos das forças de segurança, pagar os salários do funcionalismo e cobrir os custos de outras instituições no país de 10 milhões de habitantes.
O Orçamento anual do governo é de US$ 84 milhões, dos quais cerca de US$ 54 milhões devem vir de fontes internas, e o restante, da assistência internacional. Os gastos são estimados em US$ 114 milhões, o que deixa uma lacuna de US$ 30 milhões.
RITMO LENTO
O desenvolvimento do porto, que dá emprego a quase 4.000 administradores, estivadores e funcionários de alfândega, vem sendo lento.
Há contêineres empilhados nos cais. O processo lento de descarga agrava o congestionamento no portão comercial de entrada para a recuperação econômica.
"Os navios usam seus guindastes, mas com isso demoram uma semana para descarregar", diz Ali Moalim Mohamed, administrador do escritório da alfândega. "A maioria dos bens é trazida sem contêineres, o que também causa desperdício de tempo."
AJUDA
Apesar dos problemas, o governo está trabalhando para obter ajuda externa.
Osman diz que está negociando com empresas estrangeiras, entre as quais a Dubai Port World, para que administrem o porto. Há entidades turcas também interessadas.
A Simatech, uma companhia de navegação dos Emirados Árabes Unidos (EAU), começou a enviar contêineres a Mogadíscio em fevereiro, a primeira vez que eles são encaminhados ao porto.
Mas a necessidade de que os navios usem seus guindastes para descarregar reduz o volume de carga com que podem trabalhar. E eles muitas vezes precisam passar dias atracados ao largo do porto esperando uma vaga no cais.
Fonte: Folha de São paulo/DA REUTERS/tradução de PAULO MIGLIACCI
http://www.portosenavios.com.br/portos-e-logistica/21371-apos-sofrer-com-a-guerra-porto-na-somalia-busca-investidores-externos?utm_source=newsletter_1236&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y
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