Protesto bloqueia ingresso de caminhões argentinos
Calçadistas reclamam da demora da Argentina para liberar as LIs
Patrícia Comunello
Trabalhadores ligados aos setores calçadistas do Rio Grande do Sul bloquearam ontem em Uruguaiana o ingresso de caminhões oriundos da Argentina. O protesto, com mais de 220 participantes e que começou por volta de 9h, no lado brasileiro da ponte que liga a cidade gaúcha a Paso de los Libres, é uma retaliação informal à demora na liberação de licenças de importação (LIs) pelo governo portenho e que estaria gerando até agora estoque de mais de 600 mil pares de calçados já encomendados das indústrias do Estado. A ação vizinha pode afetar até 1 milhão de pares, considerando novos pedidos na largada da coleção primavera/verão. O acesso de caminhões foi liberado por volta de 20h30min, após o comunicado de decisão da Justiça para a liberação da ponte e de outros acessos rodoviários à região.
Os líderes dos manifestantes informam que a medida, imposta pela Argentina para obter superávit em sua balança comercial, provoca demissões e fechamento de fábricas na região dos vales do Sinos e do Paranhana, onde está a maior parte das fabricantes. O protesto começou a ser programado há pouco mais de 15 dias. A decisão ocorreu logo após conversas com o governo estadual, que admitiu não ter ascendência na busca de soluções. Os deputados estaduais João Fischer (PP) e Álvaro Boéssio (PMDB) ajudaram na organização da ação e estavam no ato. Boéssio disse que reuniões com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e governo estadual não adiantaram. “O governo argentino resolve embargar e embarga”, resume o peemedebista. As medidas atingem ainda móveis e itens de alimentação exportados ao país.
O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Taquara, Sílvio Antônio Kirsch, disse que em sua base são 4 mil trabalhadores. “Decidimos fazer o protesto e vamos ficar até quinta (amanhã). Só vai daqui para lá, de lá não vem para cá”, avisa Kirsch. O sapateiro informa que duas fábricas fecharam as portas em Taquara desde junho, devido aos problemas com a Argentina, gerando mais de 130 demissões. “Uma delas produzia 700 pares ao dia”, lamentou o dirigente sindical, que apontou cerca de dez dispensas por semana pelas fabricantes que enfrentam o regime de contingência. Não há número do total de demissões.
Desde 2012, a imposição de licenças e prazos maiores, além dos previstos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), só aumentam. Os produtos solicitados por varejistas do país estariam em caminhões na fronteira, em transportadoras e nas próprias empresas. O volume é calculado pela Associação Brasileiras das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A pressão tenta convencer o país vizinho, parceiro de Mercosul, a flexibilizar a contingência para que as mercadorias possam chegar às lojas a tempo do Dia das Mães na Argentina, comemorado no próximo fim de semana, quando também começam as vendas das coleções de primavera e verão.
O consulado argentino em Uruguaiana disse que não poderia se manifestar sobre o ato, pois o tema deve ser tratado pela embaixada do país em Brasília. Em nota, o MDIC diz que está a par dos problemas ocorridos na fronteira com a liberação de mercadorias brasileiras e mantém contatos permanentes com autoridades argentinas com o objetivo de normalizar o fluxo comercial com o país vizinho.
Segundo a assessoria de imprensa, o secretário executivo da pasta, o gaúcho Ricardo Schaefer, e o titular da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Daniel Godinho, estão fora do País em agendas em outros continentes. Nos últimos meses, dirigentes da Abicalçados e parlamentares têm se reunido com o governo federal em busca de ações para convencer o governo vizinho, que é irredutível. Desde agosto, a demora nas liberações cresce.
O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Uruguaiana, Jorge Nunes, explicou que por volta de 10h30min foi acertada a liberação do fluxo de veículos vindos do Estado para o lado argentino e de carros de passeio oriundos do território vizinho. No começo, o bloqueio foi total. Por volta de 11h30min, 11 caminhões que haviam sido parados sobre a ponte e impedidos de ingressar puderam seguir viagem para o Brasil. Nunes citou que os motoristas estavam sob o sol, sem água e comida, o que serviu de argumento para convencer os manifestantes. No fim do dia, estimava-se que mais de 500 caminhões estavam parados do lado Argentino, carregando principalmente componentes automotivos e carros. O fluxo diário de caminhões é estimado em 600.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=136587
Os líderes dos manifestantes informam que a medida, imposta pela Argentina para obter superávit em sua balança comercial, provoca demissões e fechamento de fábricas na região dos vales do Sinos e do Paranhana, onde está a maior parte das fabricantes. O protesto começou a ser programado há pouco mais de 15 dias. A decisão ocorreu logo após conversas com o governo estadual, que admitiu não ter ascendência na busca de soluções. Os deputados estaduais João Fischer (PP) e Álvaro Boéssio (PMDB) ajudaram na organização da ação e estavam no ato. Boéssio disse que reuniões com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e governo estadual não adiantaram. “O governo argentino resolve embargar e embarga”, resume o peemedebista. As medidas atingem ainda móveis e itens de alimentação exportados ao país.
O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Taquara, Sílvio Antônio Kirsch, disse que em sua base são 4 mil trabalhadores. “Decidimos fazer o protesto e vamos ficar até quinta (amanhã). Só vai daqui para lá, de lá não vem para cá”, avisa Kirsch. O sapateiro informa que duas fábricas fecharam as portas em Taquara desde junho, devido aos problemas com a Argentina, gerando mais de 130 demissões. “Uma delas produzia 700 pares ao dia”, lamentou o dirigente sindical, que apontou cerca de dez dispensas por semana pelas fabricantes que enfrentam o regime de contingência. Não há número do total de demissões.
Desde 2012, a imposição de licenças e prazos maiores, além dos previstos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), só aumentam. Os produtos solicitados por varejistas do país estariam em caminhões na fronteira, em transportadoras e nas próprias empresas. O volume é calculado pela Associação Brasileiras das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A pressão tenta convencer o país vizinho, parceiro de Mercosul, a flexibilizar a contingência para que as mercadorias possam chegar às lojas a tempo do Dia das Mães na Argentina, comemorado no próximo fim de semana, quando também começam as vendas das coleções de primavera e verão.
O consulado argentino em Uruguaiana disse que não poderia se manifestar sobre o ato, pois o tema deve ser tratado pela embaixada do país em Brasília. Em nota, o MDIC diz que está a par dos problemas ocorridos na fronteira com a liberação de mercadorias brasileiras e mantém contatos permanentes com autoridades argentinas com o objetivo de normalizar o fluxo comercial com o país vizinho.
Segundo a assessoria de imprensa, o secretário executivo da pasta, o gaúcho Ricardo Schaefer, e o titular da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Daniel Godinho, estão fora do País em agendas em outros continentes. Nos últimos meses, dirigentes da Abicalçados e parlamentares têm se reunido com o governo federal em busca de ações para convencer o governo vizinho, que é irredutível. Desde agosto, a demora nas liberações cresce.
O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Uruguaiana, Jorge Nunes, explicou que por volta de 10h30min foi acertada a liberação do fluxo de veículos vindos do Estado para o lado argentino e de carros de passeio oriundos do território vizinho. No começo, o bloqueio foi total. Por volta de 11h30min, 11 caminhões que haviam sido parados sobre a ponte e impedidos de ingressar puderam seguir viagem para o Brasil. Nunes citou que os motoristas estavam sob o sol, sem água e comida, o que serviu de argumento para convencer os manifestantes. No fim do dia, estimava-se que mais de 500 caminhões estavam parados do lado Argentino, carregando principalmente componentes automotivos e carros. O fluxo diário de caminhões é estimado em 600.
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