LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Gaúchos ensaiam passos rumo à exportação

Empreendedores do Estado utilizam a Feira de Anuga para se familiarizar ao mundo do comércio internacional
Fernando Soares, de Colônia, Alemanha
A elaboração de uma estratégia de comércio exterior requer um detalhado planejamento por parte das empresas. As exigências diferentes em mercados situados em uma mesma região, a legislação de cada local e, principalmente, o gosto do consumidor estrangeiro são alguns dos aspectos a serem levados em consideração antes do desembarque de um produto em outro país. Pensando nisso, uma série de pequenas e médias empresas gaúchas veio à Feira de Anuga, em Colônia, na Alemanha, a fim de conhecer as peculiaridades do mundo da exportação para, adiante, começarem a lucrar com a atividade.

“Muitas vezes, quando se fala de exportação, o pequeno empresário teme, pois acha que não está preparado para isso. Mas, com um bom planejamento, o comércio exterior pode representar a sustentação econômica de uma empresa”, acredita o presidente do Sebrae-RS, Vitor Koch. Neste ano, a entidade trouxe 10 empresas do Rio Grande do Sul para visitar o evento, encarregando-se por 50% dos custos.

Uma das interessadas em ingressar no mercado externo é a Motiva Alimentos, de Porto Alegre. Na bagagem trazida a Colônia, o diretor Alexandre Sperotto colocou dezenas de pacotes de caldo de feijão em pó fabricados pela companhia. Todo dia, ele percorre os pavilhões apresentando a iguaria aos gringos. “A intenção é encontrar distribuidores e agentes que possam vender o produto em outros países. Queremos começar a exportar a partir de 2014, focando a América Latina e os Estados Unidos”, explica. Segundo o empresário, a venda para estrangeiros é uma alternativa para agregar recursos e diversificar as fontes de receita.

A perspectiva de impulsionar o faturamento no longo prazo também está entre as motivações da Hugo Pietro, produtora de sucos de uva em Caxias do Sul. Em cinco anos, o gerente comercial da marca, Fernando Basso, projeta um faturamento anual entre R$ 25 milhões a R$ 30 milhões. Atualmente, a companhia arrecada, em média, R$ 2,5 milhões a cada 12 meses. Para subir de patamar, a exportação deve cumprir papel essencial. “Projetamos que, até lá, 40% da nossa receita virá da venda para outros países”, diz Basso. Na feira, o dirigente já iniciou contatos com um importador alemão que distribui bebidas para toda a União Europeia.

Já a SerVida resolveu colocar um estande no evento para prospectar parcerias. Mesmo tendo apenas um ano de operação e ainda estar em busca de consolidação no mercado interno, a indústria de alimentos congelados sediada em Veranópolis já pensa em enviar produtos ao exterior. “Estamos preparados para atender aos públicos interno e externo. O Brasil exporta muita commodity. Por que não vender mais alimentos prontos, que possuem maior valor agregado?”, indaga Cristiano Bohrer, diretor de vendas. Durante a Anuga 2013, foram iniciadas conversas com importadores da China e da Suíça. Bohrer destaca que Argentina e Uruguai figuram na lista de potenciais de clientes.

A convivência entre representantes comerciais e marcas de todo o mundo é utilizada, inclusive, como influêcia para planejar ações no mercado interno. “Percebi que as embalagens dos produtos estrangeiros não são tão poluídas visualmente quanto as dos brasileiros. Pretendemos adotar esse padrão em nossos novos produtos”, exemplifica Andreia Ciconett, gerente da Joandre Congelados, que igualmente tem sede no município conhecido como a terra da longevidade.

Boteco brasileiro é uma das muitas atrações do evento

Quase todos os estandes das empresas expositoras na Feira de Anuga oferecem degustação de comidas e bebidas aos seus visitantes, mas em apenas um local é possível, ao mesmo tempo, conversar sobre negócios e degustar uma feijoada acompanhada de uma caipirinha. O Brazilian Boteco é a aposta da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para alavancar as vendas das empresas do País. Com MPB de trilha sonora ambiente e uma cozinha repleta de quitutes típicos, a ação tem como objetivo deixar o clima entre os negociantes mais ameno. Boa parte dos produtos servidos e expostos no local faz parte da Seleção Brasileira de Alimentos, uma iniciativa lançada semanas antes da feira que pretende promover a indústria verde e amarela no exterior. Entre os 11 jogadores escalados no time estão três artigos gaúchos, das marcas Aurora, SerVida e Weber Haus.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=136436

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