LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Comércio Exterior


Valor das exportações da avicultura cresce em 2013
 
No primeiro semestre, receita das vendas do setor aumentou 5,5%, em comparação com mesmo período de 2012, mas volume caiu 5,7%
Nestor Tipa Júnior
FREDY VIEIRA/JC
Embarques de carne de frango foram de 1,89 milhão de toneladas
Embarques de carne de frango foram de 1,89 milhão de toneladas
As exportações brasileiras de produtos da avicultura fecharam o semestre com queda de volume de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado, encerrando o período com 1,98 milhão de toneladas, enquanto houve crescimento de 5,5% nos primeiros seis meses, se comparados a 2012, com um total de US$ 4,38 bilhões. Os números foram divulgados ontem pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) em encontro com a imprensa, em Porto Alegre.

Só na carne de frango, os embarques foram de 1,89 milhão de toneladas, com receita de US$ 4,09 bilhões, redução de 4,9% e alta de 7,2%, respectivamente. Na avaliação do diretor de mercados da entidade, Ricardo Santin, o principal motivo é que, mesmo com queda no volume das exportações, o impacto da alta dos preços dos grãos, que aumentou o custo de produção das aves, começou a ser repassado agora. “Tivemos uma recuperação tardia da alta das commodities agrícolas no ano passado, nem todos conseguiram repassar o aumento dos custos em um primeiro momento”, ressalta.

O Rio Grande do Sul ficou em terceiro lugar no ranking das exportações de carne de frango brasileira no semestre, perdendo apenas para Paraná e Santa Catarina. Os gaúchos exportaram 352,61 mil toneladas, o que representou uma alta de 3% em relação ao ano passado, o que gerou uma receita 18% acima dos primeiros seis meses de 2012, totalizando US$ 746,53 milhões. Na opinião dos dirigentes da Ubabef, a intervenção do grupo JBS nas operações da Doux Frangosul no Estado influenciou nesse crescimento do Rio Grande do Sul no cenário exportador.

O Oriente Médio se destacou como o principal destino das exportações brasileiras de carne de frango. Os países da região foram responsáveis pela compra de 735 mil toneladas, que representa uma alta de 9,6%, o que rendeu uma receita total de US$ 1,59 bilhão, incremento de 30,4% em valor sobre 2012. Só a Arábia Saudita representou 18% de todo o mercado brasileiro de exportação de frango. Na contramão, os países da União Europeia tiveram retração de 10,2% em volume e 8,7% em receita, totalizando um embarque de 199 mil toneladas e gerando US$ 553 milhões.

Para o próximo semestre, a expectativa da Ubabef é a abertura de novos mercados. Segundo Santin, a expectativa é de liberação do México de duas plantas frigoríficas catarinenses para iniciar os embarques em breve. Os mexicanos abriram uma cota para importar 300 mil toneladas e o Brasil tem potencial para atender até 120 mil toneladas de volume para o país da América do Norte.

Para o segundo semestre, a expectativa do presidente da Ubabef, Francisco Turra, é de que a produção brasileira de carne de frango possa chegar a 12,5 milhões de toneladas. No entanto, o alerta da entidade é de que, com o ajuste na produção com uma diminuição em relação ao ano passado, aliado à alta na demanda, se criará um cenário em que haverá pressão no equilíbrio entre oferta e demanda. “O mercado está enxuto. Temos que trabalhar agora na recuperação da renda dos produtores e agroindústrias”, ressalta Turra.

Sem entrar em números, os dirigentes da Ubabef não discordaram quando questionados se esse reflexo pode trazer alta de preços ao consumidor nos próximos meses.

Balança comercial registra déficit de US$ 619 milhões na segunda semana de julho

Depois de apresentar superávit em junho, a balança comercial brasileira voltou a entrar no vermelho e registrou déficit de US$ 619 milhões na segunda semana de julho. Ao todo, foram US$ 4,240 bilhões em exportações e US$ 4,859 em importações. Nas duas primeiras semanas do mês, o déficit é de R$ 421 milhões e, no acumulado do ano, de US$ 3,513 bilhões.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) considerou que a queda nas exportações na segunda semana de julho foi influenciada pelo feriado de 9 de julho no estado de São Paulo e por manifestações que dificultaram o acesso a portos de embarque no País. “Como exemplo dessa realidade, a média diária de exportação do porto de Santos-SP registrou redução de 29,5% entre a primeira e a segunda semana do mês”, informou o órgão.

Na média diária, as exportações chegaram a US$ 848,0 milhões na segunda semana, 11,6% abaixo da média registrada na semana anterior. Houve queda, sobretudo, nas vendas das categorias de semimanufaturados, básicos e manufaturados. No caso das importações, houve crescimento de 5,7% na média diária na comparação com a primeira semana do mês. A alta é explicada, segundo o governo, pelo crescimento de gastos com combustíveis e lubrificantes, veículos, adubos, fertilizantes, cereais e produtos de moagem.

No acumulado desde o início do ano, as exportações estão em US$ 123,4 bilhões e as importações, em R$ 126,9 bilhões. O resultado negativo no ano é atribuído, entre outros fatores, ao atraso na contabilização das importações da Petrobras.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=129458 

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