IMPORTADORAS SE ADAPTAM AO
INOVAR-AUTO POR RECUPERAÇÃO
Depois de novos
resultados negativos para o varejo de veículos importados divulgados pela
Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores
(Abeiva), o setor se prepara para realizar mudanças, sobretudo em relação ao
Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva
de Veículos Automotores, conhecido como Inovar-Auto. O programa isenta uma cota
anual máxima de 4.800 veículos por importadora do aumento de 30% do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), desde que se invista em áreas como
inovação e tecnologia. Por isso, redes que importam um volume maior de veículos
se veem quase obrigadas a instalar fábricas no País para aumentar suas vendas
sem o imposto.
Trata-se de uma
alternativa válida, segundo o presidente da Abeiva, Flavio Padovan. "Em relação
ao programa, companhias que construírem fábricas no Brasil têm uma cota maior,
por conta das cotas de manufatura. As empresas que têm média mensal abaixo de
4.800 veículos se saíram bem, enquanto a situação vai ficando pior para aquelas
com média acima disso."
Muitas marcas já
estão se movimentando, como a JAC Motors, que já investiu cerca de R$ 1 bilhão
no empreendimento em Camaçari (BA), e prevê a inauguração no fim de 2014. Outras
ainda não tiveram aval das matrizes, caso da coreana Kia Motors, que teve
decréscimo de 31,1% no primeiro semestre, e da alemã Audi.
Expectativas e
projeções
Segundo a Abeiva,
as vendas de importados diminuíram 23,2% no primeiro semestre de 2013 ante o
mesmo período de 2012, totalizando 54,5 mil unidades emplacadas. Para superar
esse quadro, as redes esperam um melhor desempenho no segundo semestre.
Em entrevista ao
DCI, o presidente da JAC Brasil, Sergio Habib, reitera que as vendas da empresa
crescerão este ano, ainda que o primeiro semestre tenha apresentado queda de
12,9%. "O primeiro semestre do ano passado tinha estoque com dólar a R$ 1,65 e
IPI antigo", argumenta. "O segundo semestre vai ser melhor que no ano passado.
Lançamos o novo J3 e o novo J3 Turin, e lançaremos em novembro a van T8."
O empresário afirma
que a alta do dólar não afetará os preços dos produtos nem a projeção de vender
mais que os 19 mil veículos do ano passado. "Vamos ver como assimilaremos a
alta, mas nós não vamos alterar os preços, vamos continuar vendendo 1.500, 1.800
veículos por mês."
No entanto, o
presidente da Abeiva, Flavio Padovan, projeta de forma cautelosa o próximo
semestre. "Acreditamos que o setor volte a se recuperar, o que não quer dizer
que vai ser bom", afirma. "Julho é sempre um mês mais difícil, mas a partir de
agosto deve haver uma recuperação." A expectativa é chegar a 120 mil veículos
emplacados em 2013, abaixo dos 130 mil de 2012, considerado o pior ano da
história da Abeiva.
Setor de
luxo
Na contramão do
setor, o segmento de veículos de luxo - mais caros e importados em menor volume
- continua apresentando bons resultados. A alemã Porsche foi o destaque no
primeiro semestre, com um crescimento de 165,3% em relação ao mesmo período do
ano passado. "Sofremos muito no ano passado por conta do IPI, e combinamos um
desrepresamento das vendas com novos produtos e uma combinação mercadológica
melhor", afirma ao DCI Marcel Visconde, presidente da Stuttgart Sport,
importadora oficial da Porsche no País.
A despeito de quase
triplicar as vendas, Visconde se mostra cauteloso. "Estou um pouco temeroso com
o segundo semestre, acho que as coisas estão um pouco mais difíceis. Estamos
passando por um ambiente político e econômico um tanto difuso, e não sei até que
ponto isso pode atrapalhar as vendas."
A meta da empresa é
vender mil unidades ao fim do ano, 100 a mais do que a cota anual da Porsche
pelo Inovar-Auto.
(Fonte: Diário do Comércio e
Indústria) http://www.aduaneiras.com.br/destaque/destaque_texto.asp?ID=24636222&acesso=2 |
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