Empresa pequena, pouca produção, muita exportação
Setor de móveis é o que conta com a maior participação de pequenas e médias empresas nas vendas externas do Paraná. Estudo aponta oportunidades internacionais
Publicado em 04/10/2012 | JOÃO PEDRO SCHONARTH
Setor com a maior participação de pequenas e médias empresas nas exportações paranaenses, o mercado de móveis do estado movimenta mais de RS 200 milhões, sendo os países da América do Sul o principal destino da mobília do Paraná. Para conquistar o mercado internacional e driblar a competição chinesa, o ideal é que as pequenas empresas apostem em produtos diferentes, com alto valor agregado.
ÁUDIO: Móveis paranaenses no exterior
O coordenador da unidade de inteligência comercial e competitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Marcos Lélis, faz uma avaliação do setor moveleiro paranaense e faz recomendações ao pequenos e médios empresários paranaenses quanto à exportação.
O coordenador da unidade de inteligência comercial e competitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Marcos Lélis, faz uma avaliação do setor moveleiro paranaense e faz recomendações ao pequenos e médios empresários paranaenses quanto à exportação.
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Não deu
Aquecimento do mercado interno e alto custo podem desestimular exportação
O aquecimento do mercado interno é uma das razões para que várias empresas moveleiras deixem as exportações de lado para aproveitar o bom momento do setor. O administrador da loja Desmobilia, João Livoti, conta que recebe mensalmente pedidos de clientes de países como Portugal, Itália, França e Estados Unidos, interessados nos produtos, apesar de o site ser todo em português – a Desmobilia vende, pela internet, móveis com design vintage desde 1999.
Como produz móveis de alto padrão, o custo para enviar os produtos ao exterior aumenta a ponto de não ser viável exportá-los, na opinião de Livoti. “O frete é caro porque, como vendo para o consumidor final, os pedidos são feitos de um em um. Não tenho como vender para fora, porque o cliente em outro país vai comparar com o preço e vai perder o interesse. Além disso, outro complicador é ter um revendedor lá fora. Pelo menos a médio prazo a nossa aposta vai ser o mercado nacional”, analisa.
O estudo “Perfil Exportador do Estado do Paraná”, divulgado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), mostra que em 2010 o estado exportou US$ 115 milhões em móveis e a Argentina, sozinha, importou US$ 37 milhões em produtos paranaenses.
O trabalho da ApexBrasil indica que no mercado de móveis se observa uma melhor distribuição no porte das empresas exportadoras: 39% das exportações paranaenses vieram dos pequenos e médios estabelecimentos e 61%, dos grandes. O levantamento mostra também as oportunidades para o setor moveleiro paranaense, devido à grande importação, ao dinamismo do ramo no país de destino e ainda a participação de empresas locais nos mercados, como Estados Unidos, Alemanha, Angola e Colômbia.
Para o coordenador da unidade de inteligência comercial e competitiva da ApexBrasil, Marcos Lélis, as empresas paranaenses ganharam participação no valor exportado entre 2010 e 2011, reflexo da vitalidade do setor no estado. “O ponto de competitividade em alguns mercados é o volume, mas competindo com os chineses, que têm baixo custo, a tendência é que o empresário busque a inovação, com produtos diferenciados e com valor agregado”, ressalta.
Mais conhecimento
O consultor do Sebrae-PR Paulo Tadeu salienta que o empresário que pensa em exportar deve procurar parceiros no mercado de destino, para ter um conhecimento melhor do local. “Outra recomendação é que o empresário não destine a maior parte da produção para a exportação, porque a empresa vai ficar muito dependente de fatores externos. Embora tenhamos empresas criadas exclusivamente para exportação, a regra geral não é essa”, pondera.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Aurélio Sant’Anna, explica que há dois grandes polos moveleiros no estado. Arapongas, no norte do Paraná, se destaca pela produção de móveis de painéis, enquanto a região de Curitiba trabalha com mobiliário mais artesanal, com uso intensivo de mão de obra. “São essas peças, mais sofisticadas, que ganham espaço no mercado internacional”, ressalta.
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