NOVOS TERMINAIS FAVORECEM OPERAÇÃO DE CABOTAGEM NO PORTO DE SANTOS
A chegada de dois novos terminais de contêineres no Porto de Santos, o da Brasil Terminal Portuário (BTP) e o da Embraport, acabou ampliando o espaço para armazenagem de cargas no complexo e aumentando a competitividade pela melhor tarifa - fatores que se mostraram decisivos para o crescimento das operações de cabotagem nos oitos primeiros meses do ano. A opinião é de executivos do cais santista, que enxergam na navegação costeira uma oportunidade em meio à crise econômica.
A consolidação das novas instalações, que iniciaram suas operações há dois anos, encerrou a briga por espaço entre a carga de longo curso e aquela que é distribuída pela costa do País. A primeira é mais lucrativa (de duas a três vezes a mais que a outra opção) na cadeia logística e, naturalmente, era a prioridade das instalações portuárias. Agora, o cenário mudou.
A Libra Terminais reiniciou suas operações de transbordo em Santos este mês. O gerente comercial da empresa, Marlos Tavares, estima que o crescimento previsto de 20% na movimentação, para este ano, ocorra em razão da retomada do serviço. “O Porto tinha um problema de restrição de espaço que foi eliminado. Hoje, todo o mercado está de olho nessa carga”.
A redução de tarifas foi uma das estratégias adotadas para firmar o novo acordo, admite o diretor. “É consequência. Resultado da concorrência”.
Vislumbrando essa disputa, a Santos Brasil, administradora do Terminal de Contêineres (Tecon), consolidou, neste semestre, quase um terço de suas operações na cabotagem. O plano foi traçado há três anos, quando se decidiu diversificar a prestação de serviços na unidade, não atendendo apenas às necessidades das cargas de longo curso.
“O segmento (navegação costeira) tem crescido dois dígitos nos últimos anos. E tem uma projeção de demanda que vai se manter aquecida nos próximos cinco anos”, antecipa o diretor comercial da Santos Brasil, Marcos Tourinho.
Cadeia logística
Para o diretor comercial da Brasil Terminal Portuário (BTP), Cláudio Oliveira, o serviço é um importante “elo” para a cadeia logística. A carga de navegação costeira representou, nos primeiros oito meses do ano, 35% (171.008 TEU) da movimentação da empresa, três pontos percentuais a mais do que no mesmo período de 2014.
Oliveira tem opinião semelhante à do colega Fabio Siccherino, diretor de Novos Negócios da Embraport. Ambos defendem a existência de terminais capazes de concentrar cargas de longo curso para que elas possam ser distribuídas pela costa. Para eles, o fato estimula o mercado.
“A maior competitividade e o consequente aumento da produtividade das instalações são grandes aliados dessa expansão, pois proporcionam ao modal maior agilidade, melhores condições de atendimento e menor custo”, diz o diretor da BTP.
Posição semelhante defende o diretor de Logística e Supply chain da Rodrimar, Willy Maxwell. Apesar de o terminal da empresa não operar mercadorias de navegação costeira, a companhia, como operadora logística, incentiva o uso da modalidade, principalmente para reduzir gastos de clientes acostumados a usar as rodovias como única alternativa de escoamento. “A cabotagem, sem dúvida, é uma vantagem muito grande, diante dos caminhões, para grandes distâncias. É preciso acreditar nela e criar meios para que se desenvolva verdadeiramente”.
Fonte: A Tribuna online/JOSÉ CLAUDIO PIMENTEL
https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/31986-novos-terminais-favorecem-operacao-de-cabotagem-no-porto-de-santos
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