Logística ainda é pedra no caminho ao desenvolvimento
O gargalo é um problema enfrentado por todo o País, mas no Nordeste é mais grave, dada a situação nos estados
A briga do Ceará, e do Nordeste como um todo, é por maior competitividade. Possuindo 4% da população brasileira, mas apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o Estado precisa ganhar maior posição econômica e, para isso, necessita atrair mais investimentos, que possam gerar mais emprego e renda à população e movimentar a economia local. Entretanto, na concorrência com outros estados, principalmente com os do Sul e Sudeste do País, ainda há uma pedra no caminho a ser transposta: a garantia de infraestrutura que garanta uma eficiente logística aos negócios. Investimentos vêm sendo feitos, porém há ainda muitos obstáculos a superar.
O gargalo logístico é um problema enfrentado por todo o País, mas no Nordeste é ainda mais agravante, pela infraestrutura ainda insuficiente oferecida pelos estados. Problemas como falta de concorrência entre modais de transporte, como ausência de ferrovias e mais linhas de cabotagem - concentrando, portanto, as movimentações de cargas no meio rodoviário -, que acaba ampliando um outro problema, que é o das estradas em má conservação, são alguns dos grandes entraves apontados pelo setor produtivo. A aviação regional é outro ponto bastante reclamado: há falta de linhas integrando o Nordeste e o interior dos estados.
No setor portuário, no caso cearense, muitos investimentos ainda precisam ser feitos para que o Estado possa acompanhar com infraestrutura o aumento da demanda que advirá dos chamados projetos estruturantes, como siderúrgica, refinaria, mina de Itataia, entre outros. Já há recursos reservados, mas obras ainda emperram em burocracias governamentais, especialmente ligadas a processos de licenciamento ambiental.
Projetos prioritários
Estudo da empresa de consultoria Macrologística, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e intitulado Nordeste Competitivo, apontou projetos prioritários a serem implantados na região para garantir o seu desenvolvimento. Entregue ao governo federal no ano passado, o estudo apresentou 83 projetos prioritários, que envolvem investimentos de R$ 25,8 bilhões. Segundo Olivier Girard, coordenador do projeto, caso sejam realizados estes investimentos até o ano de 2020, a região poderá garantir uma economia de R$ 5,9 bilhões anuais nos custos de logística.
A maioria dos projetos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e envolvem principalmente investimentos em ferrovias e portos. No Ceará, são 12 somente na área de portos (dez deles para o Porto do Pecém e dois para o Porto do Mucuripe), dois ligados à ferrovia Nova Transnordestina e três na área rodoviária.
"O País está fazendo muitos investimentos, mas o problema é que temos muitos gargalos. A Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, as principais obras em execução na região, encontram-se atrasadas. O Ceará está em um nível de investimento forte, especialmente na área portuária e em rodovias. O problema é que, no que contempla investimentos do governo federal no Estado e no Nordeste, a coisa não está sendo bem trabalhada. Deveria haver um compromisso maior de efetividade nestes projetos", avalia o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Roberto Smith.
SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER
Entrevista com Francisco Lima Matos, Presidente da Câmara Setorial de Logística
Como a logística influencia nos custos da indústria cearense?
Nas indústria cearense a logística influencia deste a localização física da empresa à compra de insumos, distribuição dos produtos pelo País e pelo mundo, sem se falar na estruturação da fábrica, levando em conta todas as comparações de elevada produtividade na escolha do modelo de produção.
Quais as nossos principais barreiras e desafios?
Por ser bastante abrangente o termo não há como, de maneira sintética, definirmos os principais gargalos da indústria cearense. Contudo, estando longe do centro mais dinâmico do País e tendo apenas 2 % do PIB brasileiro podemos dizer que o transporte, em suas diversas formas , é uma das preocupações centrais para o sucesso de uma empresa cearense.
Sofremos problemas de competitividade por causa disto?
Sim e de uma maneira muito forte, daí porque muitas indústrias aqui instaladas, principalmente as maiores, dizem que só se instalam aqui com incentivos fiscais, que, na maioria das vezes, cobre os custos do frete com pouca folga. A solução é um estudo rigoroso de planejamento logístico do mercado de cada produto, além da preocupação governamental de trazer novas indústrias que fechem as cadeias de insumos e subprodutos de nossos principais produtos como no caso da confecção onde já temos grande parte da cadeia produtiva.
Em sua opinião, quais as principais ações a serem tomadas?
O desenvolvimento da câmara de logística, a produção de um plano de logística rodoviário pelo Estado, a criação de uma empresa de logística nacional definida recentemente, o debate constante entre os diversos agentes dos gargalos e soluções para cada estado e região são medidas essenciais para solução dos impasses existentes. Estes são apenas exemplos, do ponto de vista macro, que devem ser seguidos.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1339066
A briga do Ceará, e do Nordeste como um todo, é por maior competitividade. Possuindo 4% da população brasileira, mas apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o Estado precisa ganhar maior posição econômica e, para isso, necessita atrair mais investimentos, que possam gerar mais emprego e renda à população e movimentar a economia local. Entretanto, na concorrência com outros estados, principalmente com os do Sul e Sudeste do País, ainda há uma pedra no caminho a ser transposta: a garantia de infraestrutura que garanta uma eficiente logística aos negócios. Investimentos vêm sendo feitos, porém há ainda muitos obstáculos a superar.
O gargalo logístico é um problema enfrentado por todo o País, mas no Nordeste é ainda mais agravante, pela infraestrutura ainda insuficiente oferecida pelos estados. Problemas como falta de concorrência entre modais de transporte, como ausência de ferrovias e mais linhas de cabotagem - concentrando, portanto, as movimentações de cargas no meio rodoviário -, que acaba ampliando um outro problema, que é o das estradas em má conservação, são alguns dos grandes entraves apontados pelo setor produtivo. A aviação regional é outro ponto bastante reclamado: há falta de linhas integrando o Nordeste e o interior dos estados.
No setor portuário, no caso cearense, muitos investimentos ainda precisam ser feitos para que o Estado possa acompanhar com infraestrutura o aumento da demanda que advirá dos chamados projetos estruturantes, como siderúrgica, refinaria, mina de Itataia, entre outros. Já há recursos reservados, mas obras ainda emperram em burocracias governamentais, especialmente ligadas a processos de licenciamento ambiental.
Projetos prioritários
Estudo da empresa de consultoria Macrologística, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e intitulado Nordeste Competitivo, apontou projetos prioritários a serem implantados na região para garantir o seu desenvolvimento. Entregue ao governo federal no ano passado, o estudo apresentou 83 projetos prioritários, que envolvem investimentos de R$ 25,8 bilhões. Segundo Olivier Girard, coordenador do projeto, caso sejam realizados estes investimentos até o ano de 2020, a região poderá garantir uma economia de R$ 5,9 bilhões anuais nos custos de logística.
A maioria dos projetos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e envolvem principalmente investimentos em ferrovias e portos. No Ceará, são 12 somente na área de portos (dez deles para o Porto do Pecém e dois para o Porto do Mucuripe), dois ligados à ferrovia Nova Transnordestina e três na área rodoviária.
"O País está fazendo muitos investimentos, mas o problema é que temos muitos gargalos. A Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, as principais obras em execução na região, encontram-se atrasadas. O Ceará está em um nível de investimento forte, especialmente na área portuária e em rodovias. O problema é que, no que contempla investimentos do governo federal no Estado e no Nordeste, a coisa não está sendo bem trabalhada. Deveria haver um compromisso maior de efetividade nestes projetos", avalia o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Roberto Smith.
SÉRGIO DE SOUSAREPÓRTER
Entrevista com Francisco Lima Matos, Presidente da Câmara Setorial de Logística
Como a logística influencia nos custos da indústria cearense?
Nas indústria cearense a logística influencia deste a localização física da empresa à compra de insumos, distribuição dos produtos pelo País e pelo mundo, sem se falar na estruturação da fábrica, levando em conta todas as comparações de elevada produtividade na escolha do modelo de produção.
Quais as nossos principais barreiras e desafios?
Por ser bastante abrangente o termo não há como, de maneira sintética, definirmos os principais gargalos da indústria cearense. Contudo, estando longe do centro mais dinâmico do País e tendo apenas 2 % do PIB brasileiro podemos dizer que o transporte, em suas diversas formas , é uma das preocupações centrais para o sucesso de uma empresa cearense.
Sofremos problemas de competitividade por causa disto?
Sim e de uma maneira muito forte, daí porque muitas indústrias aqui instaladas, principalmente as maiores, dizem que só se instalam aqui com incentivos fiscais, que, na maioria das vezes, cobre os custos do frete com pouca folga. A solução é um estudo rigoroso de planejamento logístico do mercado de cada produto, além da preocupação governamental de trazer novas indústrias que fechem as cadeias de insumos e subprodutos de nossos principais produtos como no caso da confecção onde já temos grande parte da cadeia produtiva.
Em sua opinião, quais as principais ações a serem tomadas?
O desenvolvimento da câmara de logística, a produção de um plano de logística rodoviário pelo Estado, a criação de uma empresa de logística nacional definida recentemente, o debate constante entre os diversos agentes dos gargalos e soluções para cada estado e região são medidas essenciais para solução dos impasses existentes. Estes são apenas exemplos, do ponto de vista macro, que devem ser seguidos.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1339066
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