LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PORTOS - LOGISTICA - COMÉRCIO EXTERIOR

Estaleiro é oportunidade em que todo o Brasil está de olho

É grande a expectativa do governo estadual e do segmento empresarial a respeito do resultado da reunião do Conselho Regional de Meio Ambiente (Conrema), que acontece na tarde de hoje, em Aracruz, para aprovar ou não a licença prévia de operação do estaleiro da Jurong do Brasil. Ontem o secretário de Estado de Desenvolvimento, Márcio Félix, afirmou que o projeto naval “é uma oportunidade que todo o Brasil está de olho”.
Os conselheiros do Conrema, 21 no total, têm a responsabilidade de autorizar o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) a emitir a licença prévia (LP) para o estaleiro se instalar em Barra do Sahy.
A licença prévia, que ainda não permite à empresa o início das obras, é um dos documentos exigidos pela Petrobras para que a Jurong possa participar das duas licitações (construção de sete navios-sonda e duas sondas semisubmersíveis) que serão realizadas no próximo dia 4. O documento que possibilitará o início das obras é a licença de instalação (LI).


“Amanhã (hoje) é um dia fundamental para o futuro do Espírito Santo e se eu fosse conselheiro estaria tranquilo para aprovar a emissão da licença prévia para o empreendimento, porque esse projeto está em nossas mãos”, disse na tarde de ontem o secretário.
Antes da entrevista, o secretário reuniu-se com dirigentes da Jurong do Brasil. Eles reforçaram ao governo estadual o compromisso de implantar um projeto que seja referência mundial em termos de sustentabilidade.
O projeto, explicou o secretário, tem sinergia com a região, e será importante para a descentralização do desenvolvimento estadual. Os dirigentes da empresa, antes de optar por Aracruz, pesquisaram o litoral brasileiro. “No Brasil, constataram que o melhor local é o Espírito Santo, e no Estado, o melhor local é Aracruz”, explicou Félix.
O Espírito Santo, ponderou, não quer a instalação de projetos a qualquer preço, mas ressaltou que o momento é de dar esse voto de confiança à empresa que está pleiteando a licença prévia. Ele argumentou que os técnicos responsáveis pela emissão da licença terão o tempo necessário para analisar relatórios e definir com critério as condicionantes.
“A oportunidade é fantástica” disse Félix, ao ressaltar que o Espírito Santo tem a possibilidade de sediar um projeto que será orgulho nacional.
A sede do grupo Jurong Shipyard fica em Cingapura, que tem a mesma população do Espírito Santo, concentrada é área territorial bem menor que a do Estado. Segundo o secretário, cerca de 60% da produção brasileira de petróleo – 1,2 bilhão de barris/dia – está em cima das plataformas produzidas pela Jurong nos vários estaleiros que o grupo tem no mundo.


Vagas 8.500 empregos
É o número total de oportunidades de trabalho no estaleiro. Na fase de construção serão gerados 2,5 mil; na operação, 3,5 mil diretos e 2,5 mil indiretos.
"Minha postura é de esclarecimento, porque os conselheiros terão a responsabilidade de representar 3,5 milhões de capixabas”
Márcio Félix , Secretário estadual de Desenvolvimento


Entenda o caso
Relatório. O relatório de impacto ambiental, elaborado pela CTA, contratada pela Jurong, foi entregue ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), no final de dezembro do ano passado.
Licitações. As licitações que a Petrobras realizaria no mês de maio foram antecipadas para o próximo dia 4. Como o prazo foi reduzido, os técnicos do Iema emitiram parecer contrário à emissão da licença prévia (LP).
Contra-argumento. A CTA apresentou um documento contra-argumentando a decisão do Iema. O parecer contrário, junto com o recurso da CTA e junto de um ofício da diretoria do Iema foi apresentado à Câmara Técnica do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema).
Omissão. Os conselheiros do Consema, também alegando pouco prazo para análise de toda a documentação, optaram por não emitir qualquer decisão.
Conselho. Por conta da omissão do Consema, a decisão foi remetida para o Conselho Regional de Meio Ambiente (Conrema).
Decisão. A reunião do Conrema está marcada para a tarde de hoje. E os conselheiros poderão autorizar, ou não, o Iema a emitir a LP. Sem a LP, a Jurong não poderá participar das licitações da Petrobras.
A Gazeta/Vitória,ES/Rita Bridi


Até 90 milhões de barris no poço OGX-5
A OGX, braço de petróleo do grupo EBX, do empresário Eike Batista, informou ontem que o poço 1-OGX-5-RJS, em águas rasas da bacia de Campos, pode ter ao menos entre 30 e 90 milhões de barris de óleo recuperável em uma de suas seções. A estimativa foi feita pela empresa após a conclusão da perfuração do poço, localizado no bloco BM-C-43, do qual a OGX detém 100% de participação. De acordo com comunicado, o poço OGX-5 foi perfurado até 4,1 mil metro de profundidade, encontrando indícios de hidrocarbonetos em reservatórios carbonáticos das seções albiana e aptiana, sendo identificada também a presença de indícios na seção Maastrichtiana, de onde amostras de óleo já foram coletadas. "Com base nas informações obtidas na perfuração do poço, a OGX estima um volume de óleo recuperável para os reservatórios maastrichtianos entre 30 e 90 milhões de barris. O volume estimado para os reservatórios das seções albiana e aptiana ainda está sendo avaliado e seu dimensionamento depende de poços adicionais", explicou a empresa. O comunicado informa ainda que a sonda Ocean Ambassador está sendo deslocada para o poço exploratório direcional na área do prospecto Vesúvio. Este poço será perfurado no bloco BM-C-41 e o início de sua perfuração está prevista para março. No início deste mês a OGX anunciou que o terceiro poço perfurado no bloco BM-C-41, também em Campos, o 1-OGX-3-RJS, tem reservas recuperáveis estimadas entre 500 e 900 milhões de barris de óleo equivalente.
Jornal do Commercio/RJ/DA AGÊNCIA REUTERS




Porto catarinense prevê faturar R$ 250 milhões
SÃO PAULO - O porto santista pode ser o maior da América Latina, mas o que tem chamado mais a atenção do setor neste começo de ano é o Portonave, terminal portuário da cidade de Navegantes (SC) que se posiciona como uma nova rota para o comércio exterior, com destaque na transação de eletroeletrônicos a peças de vestuário. Mesmo depois de ter sofrido com as enchentes que assolaram a região em 2008, o Portonave prevê crescer este ano 73% em relação ao ano passado, com expectativa de faturar em torno de R$ 250 milhões, ante os R$ 144 milhões contabilizados em 2009.
Mês passado, o terminal com 900 metros de extensão movimentou 37.756 mil TEUs (unidade de medida de capacidade que equivale a um contêiner de 20 pés), crescimento de 175% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2009, recebeu 621 navios, quase o dobro de 2008, quando hospedou 302. "Este ano pretendemos movimentar cerca de 50% a mais de TEUs em relação ao ano passado e operar normalmente, apesar das obras de dragagem que possivelmente serão iniciadas ainda em 2010", comentou o diretor superintendente administrativo do Portonave, Osmari de Castilho Ribas, em entrevista exclusiva ao DCI.
A entrevista foi concedida antes de a empresa entrar em período de silêncio - fato anunciado na ultima sexta-feira (19) pela Triunfo Participações e Investimentos S.A, acionista da Portonave. Formado pela Triunfo Participações e Backmoon Investments Inc, o Portonanve contabiliza, desde outubro de 2007, quando começou a operar, a marca de 1.000 navios atracados, e aproximadamente 690 mil TEUs movimentados. "Atingimos a marca de mil navios atracados dia 5 de fevereiro, 27 meses após o início das operações do terminal. Estamos em um crescimento constante do número de escalas, o que nos deixa muito confiantes para este ano", disse o diretor.
Outro resultado expressivo do terminal de Navegantes é o de janeiro deste ano, em que houve crescimento de 335% no número de contêineres movimentados vindos do exterior, em relação a janeiro de 2009. Apesar do aumento, as importações de janeiro representaram 28% das movimentações da Portonave, contra 36% em exportações. "Torcemos por um ano mais tranquilo, aí a partir desse cenário podemos fazer previsões futuras", frisou o superintendente do terminal.
Castilho acredita que o terminal tem apresentado um aumento gradual do número de escalas, e em 2009, as atracações cresceram 106%, frente a 2008 - registrando em média dois navios por dia. "Temos uma ótima infraestrutura e a qualidade de nossos serviços nos garante o posto de os melhores da região. Temos condições para competir com os principais portos da região", emendou Castilho.


Investimentos
A exemplo do Porto de Santos, que pretende triplicar seu crescimento até 2025, conforme as recentes declarações do ministro dos Portos, Pedro Brito, em relação às obras de dragagem que ampliarão a capacidade de calado do porto, permitindo atracar navios de até 9 milhões de TEUs, Castilho comentou que as obras para dragagem do terminal catarinense, que também contarão com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), poderão começar ainda este ano porque os estudos e a licença prévia já foram adquiridos.
"A nosso favor está a garantia do governo federal de que vai liberar os recursos para a dragagem no canal de acesso ao complexo portuário do Rio Itajaí-Açu, que deverá atingir, assim, profundidade de 14 metros", comentou Castilho.
Atualmente, o terminal conta com um calado (designação dada à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação) de 10,50 metros de profundidade; depois das obras de dragagem, que custarão aproximadamente R$ 60 milhões, o terminal espera atingir 14 metros e atracar navios de até 5,5 mil TEUs. "A Portonave custeou os estudos que viabilizam a dragagem, fundamental para que o complexo tenha profundidade condizente com o tamanho dos maiores navios que estão na costa brasileira", disse Osmari.
Além desses investimentos previstos, o terminal pretende restaurar até o fim deste ano a sua câmara frigorífica, que sofreu um incêndio em novembro de 2009 e ainda não tem os estudos dos danos concluído. "Em ordem de grandeza, acredito que a reconstrução custará em torno de R$ 30 milhões, mas só saberemos com certeza no próximo semestre", lamentou Castilho.
O Portonave investiu cerca de R$ 50 milhões na construção do Iceport. A câmara frigorífica tinha capacidade para armazenar 18 mil toneladas de mercadoria, e havia sido inaugurada em agosto de 2008. No momento do incêndio, o local estava com 14 mil toneladas de produtos congelados, principalmente carnes de ave, bovina e suína.


Prejuízos
Além da crise econômica mundial que afetou o mundo em 2009 e do incêndio na câmara frigorífica Iceport, o terminal enfrentou problemas com o assoreamento do canal de acesso ao complexo portuário do Rio Itajaí-Açu, causado pela enchente de novembro de 2008.
Segundo Castilho, a capacidade do calado era de 12 metros e ficou com aproximadamente 10 metros após o incidente. "Mesmo com a dragagem já realizada, o porto ainda não conseguiu atingir a profundidade desejada. Por isso os estudos para a nova dragagem", relembrou ele.
A dragagem para recuperação após a enchente vista em novembro começou em janeiro do ano passado e recebeu R$ 26,2 milhões do governo federal. O contrato foi firmado por volume dragado, e foi finalizado em abril do mesmo ano pelo Consórcio Draga Brasil. Entretanto, a dragagem não atingiu a profundidade anterior à enchente, e o canal externo, no mar, que possuía 12 metros, tem pontos com 10,5 metros. "Nos últimos três meses do ano passado, quando voltamos a operar com as boas condições de calado, após o término do serviço de dragagem, contabilizamos em média 50 mil TEUs por mês", finalizou Castilho.
DCI/Daniel Popov





Portos em expansão
Os setores que envolvem estrutura de logística em nosso país vêm enfrentando uma grande mudança nos últimos tempos.
Inúmeros desafios já foram transpostos e outros se tornam ainda mais pungentes para os próximos anos, com a proximidade da Copa e da Olimpíada e o crescente aumento do número de cruzeiros marítimos de passageiros, só para citar alguns exemplos.
Diante desta realidade, o trabalho da Secretaria Especial de Portos (SEP), criada há apenas três anos, se mostra indispensável para a realização de ações para o setor portuário de forma sustentada e com foco em resultados concretos, de curto, médio e longo prazos.
Em 2010, veremos a maior parte de um dos mais importantes projetos da SEP, o Programa Nacional de Dragagem (PND), que irá aumentar a profundidade do calado de vários portos brasileiros. Iniciamos este ano com quatro obras concluídas e 13 em andamento.
Com a conclusão das dragagens, teremos portos mais profundos e uma maior capacidade de receber navios maiores e movimentar mais cargas.
Só em Santos, por exemplo, a obra que começa nesta semana irá aumentar o calado de 13 para 15 metros, com estudos para que essa profundidade chegue em breve a 17 metros.
Na situação atual, o Porto de Santos limita a navegação de navios de grande porte, especialmente aqueles que transportam granéis sólidos. Com 15 metros, o Porto terá capacidade para operar com os maiores navios de carga do mundo, que pesam mais de 75 mil toneladas.
Além do aumento do calado, as obras no local também prevêem o alargamento da entrada do Porto de 150 para 220 metros, o que permitirá o acesso dos navios em dois sentidos e trará um aumento de até 30% na movimentação de cargas.
Para a realização de todas as obras de dragagem no país, haverá o investimento de R$ 1,6 bilhão em 20 dos principais portos brasileiros. Além disso, serão investidos mais R$ 2 bilhões no reequipamento desses portos, o que representará um grande salto para o nosso setor portuário.
A perspectiva para os próximos anos é de que estejamos entre os 20 maiores complexos portuários do mundo em questões relativas à logística.
Todas essas ações serão insuficientes, no entanto, se não forem realizadas em conjunto com toda a estrutura que envolve a movimentação portuária. É por isso que a SEP está montando com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) um plano de acessibilidade aos portos brasileiros que melhore não só os acessos terrestres, mas também os hidroviários.
Inclusive, esse plano já está sendo executado em alguns portos, como por exemplo em Santos, onde já há obras no rodoanel de ligação do Porto com as estradas de acesso.
Esses são só alguns exemplos do trabalho que vem sendo realizado no setor portuário brasileiro nos últimos anos e o que pretendemos fazer nos próximos.
Todas as ações dependem de estratégias integradas, que promovam o crescimento do setor e um conseqüente incremento da economia do país.
Assim, teremos melhorias em todos os setores que envolvem a logística no Brasil.
Brasil Econômico



Fretes rodoviários sobem segunda
Os preços dos fretes rodoviários devem subir até 18% a partir da próxima segunda-feira, em uma tentativa de compensar as perdas decorrentes da crise.
Conforme o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística (Setcergs), José Carlos Silvano, o percentual a ser aplicado irá variar conforme o tipo de carga e com os contratos.
Outros fatores que pesarão no preço são as péssimas condições de muitas rodovias, a crescente necessidade de escoltas, o tempo que os caminhões ficam parados nos postos fiscais e o aumento de demanda devido à safra recorde. No Mato Grosso, o frete já subiu 28%.
Correio do Povo – RS








Porto Espanhol busca negócios no Estado
Um termo de cooperação técnica entre os Portos de Recife, Suape e Vigo, na região da Galícia, foi assinado nesta terça-feira, em uma reunião promovida em Recife. A primeira rodade de negócios com empresas dos setores naval, eólico e de produção de granito de Pernambuco, contou com a presença de 12 empresários espanhóis e a presidente do Porto de Vigo, Corina Porro Martínez.
Apontado por Martínez como o "motor econômico" da cidade e semelhante a Suape, o Porto de Vigo, situado no noroeste da Península Ibérica, é detentor de 10 estaleiros e responsável por 45% das exportações da região da Galícia.
Prejudicado durante a crise global por uma queda de 113% em sua movimentação de cargas, o complexo precisa diversificar os produtos que desembarca com destino à Europa, o que gerou o interesse por Pernambuco. As frutas e pescados pernambucanos, especialmente depois da prática de criação de peixes em alto-mar ter sido bem sucedida no Estado, são o maior alvo do exterior.
A Tribuna




SEP publica requisitos para implantação de VTMS nos portos
A Secretaria Especial de Portos estabeleceu os requisitos mínimos que devem ser observados para a implantação de sistema de gerenciamento e monitoramento de navios nos portos (Vessel Traffic Management System - VTMS). De acordo com a Portaria nº 87, publicada no Diário Oficial da União de hoje, 25/02, as Companhias Docas, na sua área de atuação, serão as proponentes da implantação do VTMS, que poderá ser adquirido, mediante processo licitatório, de fabricantes nacionais ou estrangeiros.
O VTMS deverá abranger a área marítima do Porto Organizado, bem como os canais de aproximação até uma distância considerada necessária, em razão da segurança das operações e das embarcações.
Aduaneiras





Calote eleva custo de importação para Cuba

As empresas brasileiras que exportam para Cuba estão recorrendo a intermediários financeiros para validar cartas de crédito cubanas e receber pelos produtos que entregam. Com isso, elas acabam tendo de arcar com taxas de desconto para garantir o pagamento – o que acaba se refletindo em aumento dos preços dos produtos. Essa situação se segue a meses de dificuldades dos empresários brasileiros que tiveram retidos os pagamentos em Cuba.
Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem a Cuba, a dificuldade vivida por exportadores brasileiros, que não recebem do governo cubano, não entrou na agenda de discussões. Lula aprovou créditos comerciais para facilitar as futuras compras de produtos brasileiros, além de financiar projetos de infraestrutura, como o do porto de Mariel.
Sofrendo com a falta de divisas, a ilha caribenha adotou no ano passado medidas drásticas, como a restrição dos saques em dólar das contas de empresas estrangeiras em bancos cubanos. Além disso, o Banco Central cubano praticamente suspendeu as remessas feitas aos exportadores que vendem para Cuba – com isso, muitos deles ficam com um dinheiro “virtual” preso lá, sem conseguir cumprir compromissos em seus países de origem.
“O resultado dessa situação é que ficou muito mais difícil para o governo cubano comprar no exterior. O que as empresas cubanas estão fazendo agora é emitir cartas de crédito não confirmadas em bancos cubanos. Aí os empresários estrangeiros buscam bancos internacionais que operam em Cuba para conseguir garantia de recebimento, mediante taxas de desconto e administração”, diz um exportador brasileiro com negócios em Cuba. Ele pediu para não ser identificado por temer constrangimentos com seus clientes.
Uma negociação de garantia de pagamento à qual o Valor teve acesso mostra que os bancos estrangeiros cobram sobre o valor total da carta de crédito cubana até 3% a título de comissão de negociação; 0,5% de comissão de tramitação; 0,85% de comissão de emissão. Além disso, cobram 2% ao mês por comissão de compromisso e 18% ao ano de taxa de desconto.
Segundo um outro exportador brasileiro, Cuba voltou a comprar do Brasil materiais de construção e de escritório, abrasivos e insumos para a indústria moveleira.
O recente fôlego cubano se deve à recuperação dos preços das commodities no mercado internacional desde o terceiro trimestre do ano passado. Em 2009, Cuba fechou o ano registrando um crescimento de 1% em seu PIB, de US$ 55 bilhões, segundo o FMI. O resultado foi bem melhor do que o esperado por analistas e foi puxado pela recuperação do preço do níquel, exportado para China e Canadá.
A maior parte das compras cubanas tem sido feita por empresas ligadas às Forças Armadas ou ao Conselho de Estado – o órgão máximo do Poder Executivo. Isso mostraria uma consolidação do poder do presidente Raúl Castro, que colocou aliados próximos das Forças Armadas em posições-chave da economia do país.
Alguns países, como a Espanha, fizeram intensa pressão para que fossem liberados os pagamentos devidos a suas empresas que exportam para Cuba.
O Itamaraty continua a defender que a melhor maneira de proteger os interesses dos exportadores brasileiros é pressionar pela inclusão de Cuba no Convênio de Créditos Recíprocos (CCR) da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). O CCR é um sistema de compensação de pagamentos, operado pelos bancos centrais dos países participantes, que garante as transações comerciais entre seus membros.
Valor Econômico


China será 2ª maior exportadora de máquinas para o Brasil, diz Abimaq

SÃO PAULO - A China deverá passar a Alemanha e alcançar ainda neste ano a segunda posição entre os maiores exportadores de máquinas e equipamentos ao Brasil, disse hoje o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto.
Apesar da baixa de 7,1% nas importações consolidadas do setor em janeiro, em relação ao mesmo período de 2009, as compras de máquinas e equipamentos chineses cravaram uma expansão de 34% nessa base de comparação, alcançando US$ 192 milhões em valores FOB (free on board), que consideram o preço da mercadoria no porto do país de origem.
Por sua vez, as importações da Alemanha cresceram apenas 2,9%, para US$ 222,3 milhões, enquanto as dos Estados Unidos - maior fornecedor estrangeiro do Brasil nesse setor - cederam 16,2%, para US$ 424,17 milhões.
"É só manter o ritmo para a China passar a Alemanha", disse Aubert Neto, que criticou a "concorrência predatória" dos produtos chineses durante entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira.
Segundo ele, o fator cambial e os elevados tributos aplicados no Brasil respondem juntos por pelo menos 50% da perda de competitividade das empresas do setor. Essa situação, disse, tem prejudicado a indústria nacional tanto nas exportações como na disputa com os importados pelo mercado doméstico.
"Perdemos mercado lá fora e ficamos de braços abertos para aceitar máquinas e equipamentos importados", afirmou Aubert Neto, acrescentando que as exportações de janeiro, de US$ 465,19 milhões, foram as piores para o mês desde 2003.
Apesar das críticas, as previsões para o desempenho da indústria neste ano são positivas. Aubert Neto repetiu hoje a projeção de crescimento entre 15% e 20% no faturamento do setor em 2010, como resultado da recuperação econômica e da tendência de substituição de máquinas e equipamentos mediante linhas de financiamento especiais, além dos impactos na cadeia dos programas de investimento em infraestrutura do governo.
Além disso, um levantamento da entidade mostrou hoje que a indústria de máquinas e equipamentos prevê investir R$ 8,9 bilhões neste ano, um incremento de 20% sobre os investimentos de 2009 (R$ 7,43 bilhões).
Valor OnLine


Exportador de carne bovina aposta no mercado chinês

A China deve abrir seu mercado de carne bovina para o Brasil ainda este ano, segundo estimativa de Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Atualmente, o País vende perto de 200 mil toneladas por ano de carne para a China via Hong Kong, mas a expectativa é de que com a exportação direta, esse volume aumente para 500 mil toneladas por ano imediatamente.
"Isso é muito fácil, pois a demanda chinesa é altamente elástica", disse Gianetti. Ele lembrou que a China possui o maior número de habitantes do planeta. "É inevitável que o mercado se abra ainda em 2010", afirmou.
A África do Sul voltou a abrir seu mercado para o Brasil este mês. Segundo Gianetti, os primeiros contatos com importadores daquele país já foram feitos e as vendas de fato devem começar "em breve". O presidente da Abiec conversou com a Agência Estado ao deixar a sede da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), onde foi lançado o Projeto Biomas
E não é só o setor de carne bovina que espera conquistar o mercado chinês. Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), chegou ontem à China para negociar a abertura daquele mercado para a carne suína do Brasil. Camargo Neto aproveitará a passagem pela Ásia para visitar a Coreia do Sul, onde se encontrará com autoridades sanitárias.
Hoje o presidente da Abipecs se reúne com potenciais importadores e com empresas brasileiras já estabelecidas em Pequim. No dia seguinte, participa de reuniões no órgão responsável por habilitar frigoríficos a exportar carne para a China (CNCA). O CNCA está analisando a documentação de 25 frigoríficos brasileiros que esperam liberação para acessar o país asiático ainda este ano.
Em dezembro passado, a China reconheceu regiões livres de febre aftosa no Brasil. Para tornar viável as exportações, falta a liberação dos frigoríficos e a aprovação do processo de industrialização da carne suína. O setor espera que essa autorização seja concedida durante a visita do presidente Hu Jintao ao Brasil, o que deve ocorrer no mês de abril.
A Abipecs estima que o Brasil pode atingir uma participação de 5% no total das importações chinesas de carne suína, num volume equivalente a 18 mil toneladas aproximadamente. De Pequim, Camargo Neto segue para a Coreia do Sul, onde pretende acompanhar a tramitação do processo de abertura daquele mercado ao país.
Diário do Comércio e Indústria
 

 

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