Pequenos exportadores estão mais otimistas
O estudo da empresa de gestão de logística Sage mostrou que 66% dos pequenos e médios empresários do País têm expectativa de elevar receita de vendas externas nos próximos 12 meses
Paula Salati
Cerca de 14% dos empresários afirmam receber apoio à exportação
Foto: Estadão Conteúdo
SÃO PAULO - As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras estão mais otimistas com relação às vendas externas nos próximos meses. E os Estados Unidos devem ser o principal alvo de expansão de mercado.
Foi o que constatou um estudo da empresa de software de gestão Sage , o Index Business. De acordo com estudo, 66% dos pequenos e médios empresários do País esperam crescimento da receita vinda das exportações nos próximos 12 meses. Além disso, a expectativa deles é de aumento de 4,3% no volume de negócios com outros países.
O índice brasileiro veio superior ao resultado médio global. Cerca de 54% dos executivos de 18 países disseram ter expectativa de elevar as vendas externas.
O estudo mostrou também que os Estados Unidos são o principal mercado para o qual as empresas nacionais devem expandir volume de exportação. E, logo depois, vem o mercado argentino.
Além disso, para 17% das empresas o nível de exportações aumentou no último ano e as vendas ao exterior estão representando, em média, 18% de seu faturamento.
No Brasil, o levantamento foi feito com 890 empresários, entre os dias 9 de julho e 29 de agosto deste ano.
Mercado interno
O CEO da Sage, Jorge Santos Carneiro, diz que a boa expectativa das PMEs parte de uma falta de confiança no mercado interno e espera de melhora nas economias globais.
O presidente do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (Ceciex), Roberto Ticoulat, afirma ter a mesma percepção. De acordo com ele, a menor atividade econômica tem feito com que as empresas passem a se voltar ao mercado externo. "Os EUA estão crescendo acima do que os economistas estavam projetando. E é dado consolidado que eles são o país que irá puxar o crescimento econômico mundial mais adiante. Então, com os EUA crescendo 4% ao ano, isso abre portas para as nossas exportações, principalmente, de manufaturados", diz o presidente da Ceciex.
O CEO da Sage esclarece que os pequenos e médios empresários do País estão otimistas mesmo com projeção de queda nas vendas externas em 2014 e redução nas exportações para a Argentina.
Ele explica que o desempenho das grandes empresas acaba tendo um peso maior nos dados oficiais. "São as exportações das grandes empresas que estão caindo", diz ele, ressaltando que as PMEs têm pouca participação no total das vendas externas do País.
Carneiro acrescenta que parte dos empreendedores já está iniciando negócios com vista no mercado internacional. "De todas as empresas brasileiras que nós entrevistamos cerca de 36% já fazem negócios com outros países", diz.
Ticoulat acrescenta que, outros fatores como maior incentivo ao exportador e perspectiva de câmbio favorável às vendas externas, também ajudam na boa expectativa dos empresários do País.
Ele cita o anúncio feito pelo governo, no final de setembro deste ano, antecipando o benefício do Reintegra para outubro. O incentivo garante retorno de 3% das vendas externas de manufaturados, por meio de créditos tributários.
Para o presidente do Ceciex, os empresários estão mais otimistas com os incentivos aos exportadores que o governo tem sinalizado, mesmo que tardiamente, na análise dele.
Ticoulat cita também o pacote que o governo deve anunciar, antes do segundo turno eleitoral, que pretende unificar e simplificar tributos como o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Para ele, os dois candidatos à reeleição presidencial, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), mostraram disposição em simplificar tributos, o que tem criado expectativas positivas aos empresários.
"Qualquer que seja o governo, o Brasil vai se abrir mais ao comércio exterior", reafirma o presidente da Ceciex.
Mudanças
No Index Business, foi constatado também que para 35% dos empresários brasileiros alterar as leis é prioridade para fomentar o comércio exterior. Além disso, 32% deles afirmam que deveriam receber mais apoio financeiro para exportar. Cerca de 14% afirmam receber incentivo do governo para promover suas vendas externas.
http://www.dci.com.br/economia/pequenos-exportadores-estao-mais-otimistas-id420941.html
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