Aumento na quantidade exportada não compensou queda nos preços internacionais
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Edição:Armando Cardoso
Fonte:Agência Brasil
O aumento nas quantidades exportadas no primeiro semestre foi insuficiente para compensar a queda nos preços internacionais. Apesar de alguns produtos, como soja, carne de frango, petróleo e minério de ferro, terem batido recorde no volume vendido, a redução dos preços das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) resultou em queda nos valores exportados.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a quantidade exportada cresceu 8,1% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano passado. O preço internacional, no entanto, caiu 20,6%. Nas importações, tanto o volume (-8,8%) quanto os preços médios (-10,7%) caíram no acumulado do ano.
Segundo o diretor de Estatísticas e de Apoio às Exportações do ministério, Herlon Brandão, vários fatores estão contribuindo para o recorde das quantidades exportadas. Ele citou a safra recorde de grãos, o aumento no investimento em extração de minério de ferro, a recuperação da economia norte-americana e a reabertura de plataformas de petróleo que estavam em manutenção nos últimos anos.
Para Brandão, outro fator para o aumento das vendas externas foi a melhoria no escoamento da produção agrícola. Segundo ele, as exportações pelos portos de Barcarena (PA) e Itaqui (MA) bateram recorde, com 4 milhões de toneladas embarcadas no primeiro semestre deste ano, contra 1,8 milhão no mesmo período do ano passado. “É uma nova tendência dos produtores de grãos exportarem pelos portos do Norte.”
Em junho, alguns produtos registraram recorde nas quantidades exportadas. Os embarques de soja somaram 9,8 milhões de toneladas, melhor nível mensal da história. A exportação de frango in natura (não industrializado) atingiu 371 mil toneladas, também o volume mais alto registrado em um único mês para o produto.
Outros produtos acumulam recordes no primeiro semestre. Os embarques de minério de ferro totalizaram 167,8 milhões de toneladas de janeiro a junho. As exportações de petróleo bruto somaram 19,3 milhões de toneladas, beneficiadas pela retomada da produção de plataformas.
Entretanto, os preços internacionais anularam o aumento das quantidades. A maior queda ocorreu com o minério de ferro, cuja cotação caiu 52,3% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2014. O preço do petróleo recuou 48,5% e o da soja em grão 23,5%. A cotação da carne de frango teve retração de 11,2%.
Por causa da combinação do preço e da quantidade, as exportações brasileiras somaram US$ 94,329 bilhões no primeiro semestre, com queda de 14,7% pela média diária em relação a 2014. O superávit da balança comercial – diferença entre exportações e importações – só ocorreu porque as importações caíram mais, 18,5% pela média diária, fechando em US$ 92,107 bilhões.
Em relação aos mercados, o diretor do ministério informou que o governo estima crescimento apenas nas vendas para os Estados Unidos, com alta acumulada de 5,8% nas exportações no primeiro semestre.
“É o único mercado para o qual temos expectativa positiva. As exportações para a China estão caindo por causa do efeito preço. As perspectivas para a União Europeia dependem do cenário econômico dos países do bloco, que está incerto”, concluiu Brandão.
Editor Armando Cardoso
http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2015/07/aumento-na-quantidade-exportada-nao-compensou-queda-nos-precos
O aumento nas quantidades exportadas no primeiro semestre foi insuficiente para compensar a queda nos preços internacionais. Apesar de alguns produtos, como soja, carne de frango, petróleo e minério de ferro, terem batido recorde no volume vendido, a redução dos preços das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) resultou em queda nos valores exportados.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a quantidade exportada cresceu 8,1% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano passado. O preço internacional, no entanto, caiu 20,6%. Nas importações, tanto o volume (-8,8%) quanto os preços médios (-10,7%) caíram no acumulado do ano.
Segundo o diretor de Estatísticas e de Apoio às Exportações do ministério, Herlon Brandão, vários fatores estão contribuindo para o recorde das quantidades exportadas. Ele citou a safra recorde de grãos, o aumento no investimento em extração de minério de ferro, a recuperação da economia norte-americana e a reabertura de plataformas de petróleo que estavam em manutenção nos últimos anos.
Para Brandão, outro fator para o aumento das vendas externas foi a melhoria no escoamento da produção agrícola. Segundo ele, as exportações pelos portos de Barcarena (PA) e Itaqui (MA) bateram recorde, com 4 milhões de toneladas embarcadas no primeiro semestre deste ano, contra 1,8 milhão no mesmo período do ano passado. “É uma nova tendência dos produtores de grãos exportarem pelos portos do Norte.”
Em junho, alguns produtos registraram recorde nas quantidades exportadas. Os embarques de soja somaram 9,8 milhões de toneladas, melhor nível mensal da história. A exportação de frango in natura (não industrializado) atingiu 371 mil toneladas, também o volume mais alto registrado em um único mês para o produto.
Outros produtos acumulam recordes no primeiro semestre. Os embarques de minério de ferro totalizaram 167,8 milhões de toneladas de janeiro a junho. As exportações de petróleo bruto somaram 19,3 milhões de toneladas, beneficiadas pela retomada da produção de plataformas.
Entretanto, os preços internacionais anularam o aumento das quantidades. A maior queda ocorreu com o minério de ferro, cuja cotação caiu 52,3% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2014. O preço do petróleo recuou 48,5% e o da soja em grão 23,5%. A cotação da carne de frango teve retração de 11,2%.
Por causa da combinação do preço e da quantidade, as exportações brasileiras somaram US$ 94,329 bilhões no primeiro semestre, com queda de 14,7% pela média diária em relação a 2014. O superávit da balança comercial – diferença entre exportações e importações – só ocorreu porque as importações caíram mais, 18,5% pela média diária, fechando em US$ 92,107 bilhões.
Em relação aos mercados, o diretor do ministério informou que o governo estima crescimento apenas nas vendas para os Estados Unidos, com alta acumulada de 5,8% nas exportações no primeiro semestre.
“É o único mercado para o qual temos expectativa positiva. As exportações para a China estão caindo por causa do efeito preço. As perspectivas para a União Europeia dependem do cenário econômico dos países do bloco, que está incerto”, concluiu Brandão.
Editor Armando Cardoso
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