Mercosul e o Brasil no comércio global
José Ricardo Roriz Coelho
O brasileiro Neymar, o argentino Messi e o uruguaio Suárez, que constituem o infernal trio de ataque do Barcelona, deveriam servir de inspiração e exemplo de entrosamento e sinergia para seus países e demais integrantes do Mercosul, que jamais conseguiram coesão plena nas questões do comércio exterior, incluindo as trocas recíprocas. A verdade é que jamais o bloco cumpriu o papel que dele se esperava.
Mais do que não ajudar, algumas vezes o Mercosul tem até atrapalhado a inserção mais ampla do Brasil na economia global. Por motivos já amplamente analisados, como os impostos e juros elevados, infraestrutura precária, burocracia e insegurança jurídica, produzir no Brasil é muito mais caro do que nas nações com as quais concorremos. Por isso, os produtos industriais importados ganham cada vez mais terreno em nosso mercado interno, enquanto nossos manufaturados são preteridos no exterior.
Deixamos, assim, de vender itens de alto valor agregado. Já estamos razoavelmente isolados no comércio global e temos muitas desvantagens competitivas. O Mercosul não pode ser mais um empecilho ao nosso comércio exterior. As exportações são importantes para o fortalecimento da economia nacional, para a retomada do crescimento, a superação da presente crise e o início de um fluxo sustentável de prosperidade. Não podemos nos resignar à perda crescente de mercados externos, gerando no exterior os empregos que poderiam ser criados no Brasil.
Com certeza, devemos procurar aperfeiçoar o Mercosul, para que se torne tão eficiente quanto o trio do Barcelona, cujo ataque, a rigor, é o único lugar no qual o acordo funciona realmente bem, com Neymar, Messi e Suárez... Porém, enquanto esse avanço não ocorre, não podemos permitir que o bloco nos deixe em posição de impedimento no jogo do mercado global.
Presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast)
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=199677
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