Balança tem superávit em julho, mas saldo de 2014 segue no vermelho
Com ajuda de plataforma de petróleo, julho tem superávit de US$ 1,5 bilhão.
Até julho, saldo melhora frente a 2013, mas ainda continua deficitário.
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 1,57 bilhão em julho, informou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(MDIC). Com isso, houve melhora frente a julho do ano passado, quando foi registrado um déficit comercial de US$ 1,89 bilhão. O resultado, no entanto, ficou abaixo do saldo positivo do mesmo mês de 2012 (+US$ 2,86 bilhões).
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Para ministro, predominância de exportação de básicos é 'positiva'
O resultado de julho foi influenciado pela "exportação" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 866 milhões. A plataforma, no entanto, nunca saiu do Brasil. Ela foi comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no Brasil como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente.
Esse expediente – que é legal e está de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos tributos. Sem a "venda" ao exterior da plataforma de petróleo, a balança comercial teria registrado, portanto, um superávit comercial menor, de US$ 709 milhões no mês passado, ainda de acordo com números oficiais do governo federal.
Exportações e importações
No mês passado, a exportação de produtos básicos (US$ 11,63 bilhões) registrou valor recorde para meses de julho; enquanto os manufaturados e os semimanufaturados alcançaram valores de US$ 7,981 bilhões e US$ 2,834 bilhões, respectivamente. Sobre julho de 2013, cresceram as exportações das três categorias de produtos: básicos (+16,5%), semimanufaturados (+18%) e manufaturados (+0,6%).
Além da plataforma de petróleo, também se destacou, em julho, o forte aumento de 276% nas exportações de petróleo em bruto, informou o governo federal. "Está havendo aumento de produção de petróleo neste ano, mas houve alguma coisa pontual em termos de estoque em julho. Havia um excedente de estoque que fez com que o aumento [das exportações] fosse bastante elevado em julho", declarou Roberto Dantas, do Ministério do Desenvolvimento.
No caso das importações, recuaram as compras do exterior de bens de capital (-11,2%), bens de consumo (-9,2%), combustíveis e lubrificantes (-7,4%) e matérias-primas e intermediários (-0,5%) em julho, frente ao mesmo mês de 2013. "No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, motocicletas e outros ciclos, partes e peças para bens de consumo duráveis, móveis e produtos alimentícios", informou o governo.
Acumulado do ano
Nos sete primeiros meses 2014, foi contabilizado um déficit, ou seja, importações maiores do que vendas ao exterior, de US$ 916 milhões na balança comercial brasileira. Isso representa uma melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit havia sido maior: US$ 4,97 bilhões. De janeiro a julho de 2012, o saldo comercial ficou positivo em US$ 9,92 bilhões.
No acumulado do sete primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 133,55 bilhões, com média diária de US$ 921 milhões (queda de 0,6% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, totalizaram US$ 134,47 bilhões, ou US$ 927 milhões por dia útil, uma queda de 3,4% em relação ao mesmo período de 2013.
Resultado de 2013 e previsões para este ano
Em 2013, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de pequena piora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 2 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
Já o BC prevê um superávit da balança comercial de US$ 5 bilhões para 2014, com exportações em US$ 245 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 240 bilhões.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/08/balanca-tem-superavit-em-julho-mas-saldo-de-2014-segue-no-vermelho.html
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 1,57 bilhão em julho, informou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior(MDIC). Com isso, houve melhora frente a julho do ano passado, quando foi registrado um déficit comercial de US$ 1,89 bilhão. O resultado, no entanto, ficou abaixo do saldo positivo do mesmo mês de 2012 (+US$ 2,86 bilhões).
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Para ministro, predominância de exportação de básicos é 'positiva'
O resultado de julho foi influenciado pela "exportação" de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 866 milhões. A plataforma, no entanto, nunca saiu do Brasil. Ela foi comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior e depois "internalizada" no Brasil como se estivesse sendo "alugada", mesmo sem deixar o país fisicamente.
Esse expediente – que é legal e está de acordo com as regras internacionais – permite às empresas do setor recolherem menos tributos. Sem a "venda" ao exterior da plataforma de petróleo, a balança comercial teria registrado, portanto, um superávit comercial menor, de US$ 709 milhões no mês passado, ainda de acordo com números oficiais do governo federal.
Exportações e importações
No mês passado, a exportação de produtos básicos (US$ 11,63 bilhões) registrou valor recorde para meses de julho; enquanto os manufaturados e os semimanufaturados alcançaram valores de US$ 7,981 bilhões e US$ 2,834 bilhões, respectivamente. Sobre julho de 2013, cresceram as exportações das três categorias de produtos: básicos (+16,5%), semimanufaturados (+18%) e manufaturados (+0,6%).
Além da plataforma de petróleo, também se destacou, em julho, o forte aumento de 276% nas exportações de petróleo em bruto, informou o governo federal. "Está havendo aumento de produção de petróleo neste ano, mas houve alguma coisa pontual em termos de estoque em julho. Havia um excedente de estoque que fez com que o aumento [das exportações] fosse bastante elevado em julho", declarou Roberto Dantas, do Ministério do Desenvolvimento.
No caso das importações, recuaram as compras do exterior de bens de capital (-11,2%), bens de consumo (-9,2%), combustíveis e lubrificantes (-7,4%) e matérias-primas e intermediários (-0,5%) em julho, frente ao mesmo mês de 2013. "No segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, motocicletas e outros ciclos, partes e peças para bens de consumo duráveis, móveis e produtos alimentícios", informou o governo.
Acumulado do ano
Nos sete primeiros meses 2014, foi contabilizado um déficit, ou seja, importações maiores do que vendas ao exterior, de US$ 916 milhões na balança comercial brasileira. Isso representa uma melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit havia sido maior: US$ 4,97 bilhões. De janeiro a julho de 2012, o saldo comercial ficou positivo em US$ 9,92 bilhões.
No acumulado do sete primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 133,55 bilhões, com média diária de US$ 921 milhões (queda de 0,6% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, totalizaram US$ 134,47 bilhões, ou US$ 927 milhões por dia útil, uma queda de 3,4% em relação ao mesmo período de 2013.
Resultado de 2013 e previsões para este ano
Em 2013, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de pequena piora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 2 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
Já o BC prevê um superávit da balança comercial de US$ 5 bilhões para 2014, com exportações em US$ 245 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 240 bilhões.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/08/balanca-tem-superavit-em-julho-mas-saldo-de-2014-segue-no-vermelho.html
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