Soja evita queda maior na exportação do Rio Grande do Sul
Receita total recuou 16,6% até julho, e indústria teve saldo 23% menor
Patrícia Comunello
Se não tem plataforma de petróleo, tem fartura de soja para amenizar a queda da receita com as exportações gaúchas de janeiro a julho deste ano. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) apontou recuo de 16,6% no valor da comercialização global do Estado, que alcançou US$ 10,9 bilhões, ante US$ 13 bilhões do mesmo período de 2013. O grão respondeu por 26,3% da divisa, somando US$ 2,9 bilhões, 15% acima da comercialização dos sete primeiros meses do ano passado.
A indústria de transformação apresentou pior desempenho, com perda de 23% na receita do setor até julho, com quase 70% da fatia exportadora. O Rio Grande do Sul manteve a posição de quarto maior estado exportador, mas não escapou de ostentar a maior taxa de queda. Outros gigantes da balança de venda também amargaram queda, como o líder São Paulo (-6,4%), Minas Gerais (-6,9%), em segundo lugar, e Paraná (-2,4%), que perdeu a posição de quinto nas exportações para o Mato Grosso. O estado do Centro-Oeste manteve estabilidade e também colhe frutos do envio de soja ao exterior.
A soja literalmente salvou a lavoura externa em julho, quando os embarques do alimento ao exterior somaram US$ 630,4 milhões, 97,5% do volume de produtos agropecuários, segundo levantamento apresentado nessa quinta-feira pela FEE. O valor foi 42,2% superior a julho de 2013. O grão injetou mais força ao resultado global, que avançou no mês 6,5%, fechando em quase US$ 2 bilhões. A indústria de transformação foi novamente a zebra, com queda de 5,5% no mês passado frente ao mesmo mês do ano passado.
O setor primário, graças à oleaginosa, alcançou peso de 30% no comércio externo. A China recebeu cerca de 85% do volume. O país asiático lidera a demanda externa, com 26,6% do valor comprado até julho, alta de 18,5% sobre o mesmo período de 2013. Foram US$ 2,9 bilhões. Até no ramo de transformação a matéria-prima contribui, com alta de 20,2% no envio de óleos e gorduras vegetais. A conta garantiu 10,7% da receita setorial. O comportamento industrial, segundo o economista e responsável pela análise do comércio exterior, Guilherme Risco, enquadra-se no desempenho geral verificado no setor internamente.
O freio na atividade industrial do Estado gera vigor mais combalido do Produto Interno Bruto (PIB). O Rio Grande do Sul descola da média, pois foi puxado até março pela supersafra. Na economia local, o ramo de transformação mostra menor ímpeto e recuo em parte dos segmentos. A pauta externa gaúcha, destacou Risco, sofre mais ao ser afetada pelas dificuldades de ingresso de itens na Argentina e menor demanda de produtos como fumo, nos Estados Unidos.
O país vizinho deixou de gerar US$ 235 milhões entre janeiro e julho, queda de 23,1%. Mesmo assim, ficou em segundo nos destinos gaúchos. A cadeia de veículos recuou 24,4% na receita. Somente automóveis, caminhões e utilitários injetaram 51% menos no caixa das empresas, ou US$ 100 milhões a menos até julho.
Adalberto Maia, economistas da FEE que atua nas contas comerciais externas, ressaltou que o Rio Grande do Sul é afetado pela ausência de plataformas para o pré-sal. No ano passado, foram três equipamentos, que somaram US$ 4,8 bilhões. As unidades, montadas em Rio Grande, não chegam a sair fisicamente do País. São exportadas contabilmente pela Petrobras a uma subsidiária no exterior (Panamá ou Holanda) para importar o item como serviço. “No fim do ano, teremos de analisar o resultado com e sem plataformas”, preveniu Maia.
A crise política entre Ucrânia e Rússia perpetua os danos locais. Os ucranianos suspenderam a importação de carne, ajudando a deixar a divisa do setor 9,1% mais magra até julho. A retomada de embarques para a Rússia, com o fim do embargo anunciado no mês passado, pode compensar a perda ucraniana, mas frigoríficos e produtores dependem de liberações e adequações sanitárias para voltar a vender ao antigo cliente.
A indústria de transformação apresentou pior desempenho, com perda de 23% na receita do setor até julho, com quase 70% da fatia exportadora. O Rio Grande do Sul manteve a posição de quarto maior estado exportador, mas não escapou de ostentar a maior taxa de queda. Outros gigantes da balança de venda também amargaram queda, como o líder São Paulo (-6,4%), Minas Gerais (-6,9%), em segundo lugar, e Paraná (-2,4%), que perdeu a posição de quinto nas exportações para o Mato Grosso. O estado do Centro-Oeste manteve estabilidade e também colhe frutos do envio de soja ao exterior.
A soja literalmente salvou a lavoura externa em julho, quando os embarques do alimento ao exterior somaram US$ 630,4 milhões, 97,5% do volume de produtos agropecuários, segundo levantamento apresentado nessa quinta-feira pela FEE. O valor foi 42,2% superior a julho de 2013. O grão injetou mais força ao resultado global, que avançou no mês 6,5%, fechando em quase US$ 2 bilhões. A indústria de transformação foi novamente a zebra, com queda de 5,5% no mês passado frente ao mesmo mês do ano passado.
O setor primário, graças à oleaginosa, alcançou peso de 30% no comércio externo. A China recebeu cerca de 85% do volume. O país asiático lidera a demanda externa, com 26,6% do valor comprado até julho, alta de 18,5% sobre o mesmo período de 2013. Foram US$ 2,9 bilhões. Até no ramo de transformação a matéria-prima contribui, com alta de 20,2% no envio de óleos e gorduras vegetais. A conta garantiu 10,7% da receita setorial. O comportamento industrial, segundo o economista e responsável pela análise do comércio exterior, Guilherme Risco, enquadra-se no desempenho geral verificado no setor internamente.
O freio na atividade industrial do Estado gera vigor mais combalido do Produto Interno Bruto (PIB). O Rio Grande do Sul descola da média, pois foi puxado até março pela supersafra. Na economia local, o ramo de transformação mostra menor ímpeto e recuo em parte dos segmentos. A pauta externa gaúcha, destacou Risco, sofre mais ao ser afetada pelas dificuldades de ingresso de itens na Argentina e menor demanda de produtos como fumo, nos Estados Unidos.
O país vizinho deixou de gerar US$ 235 milhões entre janeiro e julho, queda de 23,1%. Mesmo assim, ficou em segundo nos destinos gaúchos. A cadeia de veículos recuou 24,4% na receita. Somente automóveis, caminhões e utilitários injetaram 51% menos no caixa das empresas, ou US$ 100 milhões a menos até julho.
Adalberto Maia, economistas da FEE que atua nas contas comerciais externas, ressaltou que o Rio Grande do Sul é afetado pela ausência de plataformas para o pré-sal. No ano passado, foram três equipamentos, que somaram US$ 4,8 bilhões. As unidades, montadas em Rio Grande, não chegam a sair fisicamente do País. São exportadas contabilmente pela Petrobras a uma subsidiária no exterior (Panamá ou Holanda) para importar o item como serviço. “No fim do ano, teremos de analisar o resultado com e sem plataformas”, preveniu Maia.
A crise política entre Ucrânia e Rússia perpetua os danos locais. Os ucranianos suspenderam a importação de carne, ajudando a deixar a divisa do setor 9,1% mais magra até julho. A retomada de embarques para a Rússia, com o fim do embargo anunciado no mês passado, pode compensar a perda ucraniana, mas frigoríficos e produtores dependem de liberações e adequações sanitárias para voltar a vender ao antigo cliente.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=170775
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