Exportações elevam economia
Crescimento de 43% nas vendas de proteína animal e 64% na comercialização de ferroliga faz de julho o terceiro melhor em dez anos, chegando a US$ 600 milhões no mês
DIÁRIO DA MANHÃ
MAYONE DE MELO
O avanço de 43% das vendas de carne bovina e de 64% no comércio de ferroliga, para os mercados da Europa e da Ásia, fizeram Goiás registrar em julho o terceiro melhor desempenho dos últimos 10 anos, para o mês, em exportações. O comércio internacional de produtos goianos somou US$ 660 milhões, enquanto as importações ficaram em US$ 396 milhões. O saldo da balança do Estado (diferença entre exportações e importações) teve um resultado de US$ 264,8 milhões, no último mês.
No acumulado do ano (janeiro a julho), a balança de Goiás registrou US$ 1,78 bilhão de saldo. Este valor seria suficiente para cobrir o déficit da balança brasileira, no mesmo período (-US$ 916 milhões) e ainda sobrariam US$ 870 milhões. “Isso mostra que Goiás está no caminho certo de sua política de comércio exterior. Ainda queremos avançar mais para fomentar a produção industrial e a geração de emprego e renda”, destacou o secretário de Indústria e Comércio, William Leyser O’Dwyer.
Se comparado a junho, as exportações de julho apresentaram crescimento de 6,75% e as importações, 30%. Em relação a julho de 2013, os números apresentam uma ligeira retração nas vendas (-1,45%) e um crescimento de 7,07% nas compras efetuadas no mercado externo. “As importações em Goiás devem ser analisadas como investimento do setor produtivo. As indústrias compraram maquinário, insumos e tecnologia de fora para aumentar a sua capacidade produtiva, impactando positivamente na economia local”, afirmou o secretário.
Destaques
O aumento da venda de carne bovina produzida em Goiás decorre do fim do embargo de países do Oriente Médio e da América do Sul à produção brasileira. Conforme o secretário, este cenário ainda não é um reflexo da retirada do embargo da China, anunciada em julho. “Acreditamos que a venda de carne terá incremento, a partir dos próximos meses”, destacou. Os embargos eram mantidos desde 2012, após um caso atípico de vaca louca registrado no Paraná.
As exportações goianas de ferroligas (ligas à base de ferro, níquel e cromo), utilizadas pelas indústrias navais e automobilísticas da Europa, Estados Unidos e China, tiveram acréscimo pelo avanço da demanda internacional. Goiás é um dos principais produtores nacionais destes minérios, como o níquel. “A leve recuperação da indústria mundial, nos últimos meses, elevou a demanda por estes minerais”, comentou.
Outro destaque da balança, em julho, ficou com o Egito. O país apareceu, pela primeira vez, entre os quatro maiores parceiros goianos. As compras egípcias somaram US$ 47,4 milhões (7,2% do total), com destaque para soja e carne. “O mercado egípcio é estratégico para o Oriente Médio e África. É um parceiro que desejamos estreitar ainda mais nossos laços comerciais nos próximos meses”, disse.
crescimento
no semestre
Enquanto a indústria brasileira apresentou retração de 2,6%, no primeiro semestre deste ano, Goiás registrou crescimento na produção industrial (0,8%) no mesmo período. Apenas quatro, dos 14 Estados pesquisados, tiveram avanço, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem.
Goiás ficou na quarta colocação, atrás apenas de Pará (14,4%), Pernambuco (3,7%) e Amazonas (1%). O secretário de Indústria e Comércio de Goiás, William Leyser O’Dwyer, disse que o desempenho goiano é satisfatório e que o cenário positivo é resultado de investimentos de longo prazo, realizados por indústrias do ramo alimentício, de biocombustível, farmoquímico, automobilístico e extrativista mineral.
Estas empresas estão concentradas em todo o Estado, com destaque para os polos industriais de Aparecida de Goiânia (Daiag), Anápolis (Daia), em Goiânia e Rio Verde, município localizado no sudoeste goiano cujo potencial econômico é voltado para o agronegócio. “O consumo interno e externo para os produtos desses segmentos está aquecido”, avalia.
O’Dwyer avalia que o aumento da produtividade reflete diretamente na geração de empregos. No primeiro semestre deste ano, Goiás alcançou a 6ª colocação entre os maiores geradores de emprego do País, com 74.604 vagas, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
O secretário afirmou que os setores de alimentos e de biocombustível registraram aumento na produção, em decorrência da maior oferta de insumos e da melhoria de renda da população. Empresas que geram a energia limpa foram favorecidas pela qualidade da cana-de-açúcar da última safra, resultando em uma maior produtividade e competitividade do etanol, frente à gasolina.
O bom desempenho da indústria goiana fez as exportações goianas registrarem o crescimento de 4,6%, no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2013. De janeiro a junho, o Estado vendeu US$ 3,664 bilhões e importou US$ 2,140 bilhões - correspondendo ao superávit de US$ 1,524 bilhão. Na ocasião, as exportações do Brasil caíram 3,4%.
Recuo nacional
Em relação ao mês de junho, Goiás também se saiu bem, pontuando uma alta da produção industrial de 3,3%, na comparação com o mesmo mês de 2013, ficando atrás apenas do Espírito Santo (4,1%) e Pará (6,7%). Na pesquisa do IBGE, Amazonas (-16,1%), Paraná (-14%), Bahia (-12,1%) e Rio Grande do Sul (-11,9%) amargaram as maiores reduções.
http://www.dm.com.br/texto/186516-exportacoes-elevam-economia
Nenhum comentário:
Postar um comentário