Taiwan sugere que Brasil reduza tarifa de importação
A ilha de Taiwan, com 35 mil quilômetros quadrados, é menor do que o Estado do Rio de Janeiro. Tem 23,3 milhões de habitantes, mas seu fluxo anual de comércio é superior ao do gigante Brasil. Por ocasião de exposição pelo Brasil, o diretor do Centro de Comércio de Taiwan no Brasil, Krist Yen, informa que o segredo se baseia em investimento na educação, alta tecnologia e trabalho sério. A situação do país é controversa, pois não é estado chinês, como Hong Kong, nem independente, como Cingapura. Taiwan se considera livre, mas a China o vê como parte do país – o que, na prática, não ocorre.
– Hoje, somos 100% independentes, mas ninguém pode dizer qual será o futuro. Procuramos entendimentos, mas não posso antecipar se haverá unificação com a China – afirma Yen.
Embora Taiwan seja um país eficiente, ele disse que o mercado está em mudança e que, após o ressurgimento da China como potência, estão surgindo países que produzem a mais baixo custo do que os chineses, como Miamar e Camboja, e futuramente o Vietnã. Esses emergentes asiáticos obrigam todos a serem ainda mais eficientes. Para o Brasil, Taiwan vende produtos eletrônicos em geral, especialmente ligados à informática, itens químicos e tecidos. Informa que, na década de 50, Taiwan cresceu com base em capital e tecnologia do Japão e Estados Unidos, mas agora tem suas próprias marcas, todas com seus próprios centros de pesquisa. Ele se queixa das tarifas de importação no Brasil
– O Brasil é um dos mercados mais protecionistas do mundo. Nossos têxteis pagam 75% de imposto para entrar aqui. Isso é bom para vocês a curto prazo, mas ruim para médio e longo prazos, pois eleva o Custo Brasil – disse.
Yen também comentou que as empresas brasileiras estão habituadas a altas margens de lucros e que a falta de ferrovias é um problema, pois os produtos acabam se movimentado, internamente, quase que só por caminhão. Indagado sobre uma sugestão para o Brasil, diz que o país tem de fazer esforço para cortar seus custos e, ao mesmo tempo, diminuir as barreiras alfandegárias, para poder competir com o resto do mundo.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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