LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Nuvens escuras no horizontes



Nuvens escuras no horizontes

Queda nas exportações e excesso de compra de petróleo e derivados levam a um déficit comercial de R$ 6 bilhões no primeiro trimestre, o pior dos últimos 20 anos

Por Carolina OMS
A balança comercial brasileira teve um superávit magro em 2013: US$ 2,56 bilhões, o pior em 12 anos. Nas contas do governo, aquele era o fundo do poço e o ano de 2014 marcaria a retomada de fôlego do comércio exterior. Encerrado o primeiro trimestre, no entanto, o quadro é ainda mais preocupante. O déficit de US$ 6 bilhões é o maior em duas décadas para o período. Nem mesmo um crescimento de 3,2% na exportação de petróleo foi suficiente para aliviar as contas. 
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Plataforma em alto-mar: produção de petróleo abaixo da demanda
ajuda a elevar rombo na balança comercial
Na verdade, o segmento de petróleo e derivados ainda representa 75% do déficit comercial, já que o Brasil consome mais combustível do que produz. A situação foi se agravando ao longo do ano passado, com o controle dos preços dos combustíveis e a produção da Petrobras abaixo da demanda. “É o terceiro mês que a quantidade exportada diminui”, diz Daiane Santos, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Na lista de problemas, pode-se incluir os países da União Europeia e a Argentina, que pisaram no freio e passaram a comprar menos produtos do Brasil. 
Já a desvalorização cambial, apontada como uma panaceia por alguns analistas, ainda não foi suficiente para recuperar a competitividade perdida dos industrializados brasileiros no Exterior ou impedir a entrada dos concorrentes no mercado doméstico. A exportação de manufaturados caiu 9,5%, para US$ 18 bilhões no primeiro trimestre, enquanto a importação de bens de consumo cresceu 4% e somou US$ 4,6 bilhões. Por conta da demanda que a Copa do Mundo deve gerar, o ingresso de aparelhos de som, televisores, rádios e DVDs importados disparou. 
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ainda aposta em um comércio mais equilibrado, no segundo semestre, mas analistas do setor privado já diminuíram suas projeções. Nas últimas quatro semanas, a expectativa de superávit comercial caiu de US$ 7 bilhões para US$ 4,25 bilhões, conforme o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central. Além da queda de 4,8% nas exportações, o comércio exterior brasileiro sofre com a redução nos preços das commodities vendidas. A partir de abril, no entanto, os números devem melhorar com a exportação da safra recorde de grãos – sim, é o agronegócio que pode salvar mais uma vez a balança comercial brasileira.
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