Apesar das frustrações do passado, empresários seguem interessados em explorar porto de Porto Alegre
Birras entre governadores e prefeitos, ausência de dinheiro e burocracia foram mais danosos que a lenta corrosão da ferrugem nos portões metálicos dos armazéns do cais do porto. Quando houve necessidade de captar recursos, faltou entendimento. Quando apareceram investidores com grana, sobraram exigências administrativas para seguir.
Os exemplos são reveladores. Em agosto de 2000, o sócio-diretor da Dado Bier, Eduardo Bier, apresentou um plano para transformar o antigo Pavilhão das Tesouras (referência à forma de sustentação do teto, com barras de ferro entrecruzadas) em cervejaria, restaurante e bar para 400 frequentadores. Depois de consumir cinco anos em peregrinações por cinco diferentes secretarias municipais, e de negociar com nada menos que três prefeitos, o empresário desistiu. À época, declarou à Zero Hora:
— A burocracia matou meu projeto.
Bier disse, então, que perdera "tempo, dinheiro e paciência". A desilusão aumentou quando o Pavilhão das Tesouras, ao lado da Usina do Gasômetro, foi devorado por um incêndio. O prédio estava abandonado, como outros ao longo do cais.
Hoje, o empresário acena que a Dado Bier continua interessada na área do porto. Lembra que nunca deixou de conversar com eventuais empreendedores e gestores públicos nos últimos anos. Conta que foi procurado recentemente pela atual proprietária, a empresa Cais Mauá. Considera que a faixa portuária é "um magnífico local" a ser devolvido à Capital.
— Seguimos plenamente interessados em estar presentes no processo de recuperação do porto de Porto Alegre — afirma Bier.
Outra que se decepcionou, mas segue cautelosamente otimista, é a Vonpar/Coca-Cola. Em dezembro de 2012, durante solenidade no Palácio Piratini para mais um anúncio sobre o cais, Ricardo Vontobel, presidente da empresa, informou que mostraria um projeto em 30 dias. Teve de recuar na intenção.
Como as obras nos armazéns estão andando desde novembro, a Vonpar promete apoiar o projeto sob a direção da Cais Mauá. Diz que será parceira nas operações, esperando atuar nos restaurantes e bares que forem abertos futuramente.
Fonte: Zero Hora/Nilson Mariano
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