Brasil busca acordo próprio de livre comércio com União Europeia, diz ‘FT’
Apesar de o tema continuar ser tratado diretamente pelos blocos sul-americano e europeu, o governo brasileiro sinaliza a possibilidade de uma negociação individual com os europeus
Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado
LONDRES - A proposta de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia deve ser apresentado no fim deste mês. Apesar de o tema continuar ser tratado diretamente pelos blocos sul-americano e europeu, o governo brasileiro sinaliza a possibilidade de uma negociação individual com os europeus. A indicação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao jornal britânico Financial Times. "A prosperidade crescente do Brasil leva o país a considerar um acordo próprio de livre de comércio com a União Europeia", diz a publicação.
A reportagem publicada na internet neste domingo e que ouviu o ministro Antonio Patriota diz que "o Brasil pretende apresentar uma proposta" até o fim do mês para um acordo entre Mercosul e UE. Além de permitir o avanço da integração entre os dois blocos, o texto também deve abrir a possibilidade de negociações individuais entre os membros do Mercosul e a UE, diz o texto. "Há expectativa de que cada país (do Mercosul) possa negociar com velocidades distintas", afirmou o ministro brasileiro.
Apesar de ter apontado para um cenário de negociações individuais com a UE, o jornal afirma que as autoridades brasileiras reafirmam que estão "firmemente comprometidas com o Mercosul" e que "agendas comerciais separadas só terão lugar dentro do grupo".
A sinalização do governo brasileiro acontece exatamente um mês após Bruxelas ter sinalizado que estaria disposta a negociar separadamente com os países do Mercosul e não apenas em bloco. No início de julho, o comissário de Comércio da Europa, Karel de Gucht, afirmou a jornalistas brasileiros que não cabe à UE decidir de que forma os sul-americanos negociariam e que a decisão deve ficar com o Mercosul. "O Mercosul é nosso interlocutor e cabe ao Mercosul decidir como negociar conosco", disse o comissário europeu no início de julho.
Na conversa com os jornalistas, Gucht não rejeitou a opção de uma negociação isolada com o Brasil. A declaração foi interpretada como uma indicação de que, se o Brasil aparecer para negociar sozinho, terá interlocutores dispostos a conduzir um novo diálogo em Bruxelas.
Um dos motivos da pressa brasileira é a recente reclassificação do Brasil como país. Com o fortalecimento da economia e enriquecimento da população, o País vai perder algumas preferências oferecidas pela União Europeia no comércio exterior a partir do próximo ano. A única maneira de continuar com essas vantagens é com um acordo comercial, diz o FT.
Na reportagem, o FT lembra ainda que as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) permitem que os países adotem diferentes tarifas externas dentro de uma área de livre-comércio. Isso já acontece de alguma maneira no Mercosul, com a adoção da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum. O jornal diz também que um eventual acordo entre Brasil e União Europeia cobriria fluxo comercial de US$ 80 bilhões, conforme dados de 2011. O Brasil, sozinho, destaca a reportagem, é responsável por 37% do comércio entre a América Latina e a UE.
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Apesar de ter apontado para um cenário de negociações individuais com a UE, o jornal afirma que as autoridades brasileiras reafirmam que estão "firmemente comprometidas com o Mercosul" e que "agendas comerciais separadas só terão lugar dentro do grupo".
A sinalização do governo brasileiro acontece exatamente um mês após Bruxelas ter sinalizado que estaria disposta a negociar separadamente com os países do Mercosul e não apenas em bloco. No início de julho, o comissário de Comércio da Europa, Karel de Gucht, afirmou a jornalistas brasileiros que não cabe à UE decidir de que forma os sul-americanos negociariam e que a decisão deve ficar com o Mercosul. "O Mercosul é nosso interlocutor e cabe ao Mercosul decidir como negociar conosco", disse o comissário europeu no início de julho.
Na conversa com os jornalistas, Gucht não rejeitou a opção de uma negociação isolada com o Brasil. A declaração foi interpretada como uma indicação de que, se o Brasil aparecer para negociar sozinho, terá interlocutores dispostos a conduzir um novo diálogo em Bruxelas.
Um dos motivos da pressa brasileira é a recente reclassificação do Brasil como país. Com o fortalecimento da economia e enriquecimento da população, o País vai perder algumas preferências oferecidas pela União Europeia no comércio exterior a partir do próximo ano. A única maneira de continuar com essas vantagens é com um acordo comercial, diz o FT.
Na reportagem, o FT lembra ainda que as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) permitem que os países adotem diferentes tarifas externas dentro de uma área de livre-comércio. Isso já acontece de alguma maneira no Mercosul, com a adoção da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum. O jornal diz também que um eventual acordo entre Brasil e União Europeia cobriria fluxo comercial de US$ 80 bilhões, conforme dados de 2011. O Brasil, sozinho, destaca a reportagem, é responsável por 37% do comércio entre a América Latina e a UE.
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