Paraná promete radicalizar na negociação do novo ICMS
Estados
do Sul e Sudeste, capitaneados pelo Paraná, podem radicalizar a negociação para
a redução da alíquota interestadual do Imposto sobre Comercialização de
Mercadorias e Serviços (ICMS). O secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos
Hauly, afirma que o Estado não aceitará nada que não seja a redução da alíquota
para 4%. Essa postura pode ser seguida por outros entes contrários aos termos
atualmente propostos.
Caso estados com renda menor insistam na relação de 4% para unidades “ricas” e 7% para as “pobres”, além da manutenção da alíquota atual de 12% para as compras de gás e para a Zona Franca de Manaus, o Paraná aguardará o julgamento da Súmula Vinculante nº 69, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma decisão apenas, o STF pode definir como inconstitucionais todos os incentivos fiscais fornecidos no âmbito do ICMS que não tenham sido aprovados pelo Conselho de Política Fazendária (Confaz).
Se o Estado levar adiante esta posição, será o pior dos mundos para companhias privadas que apostaram nos benefícios fiscais para levar fábricas a locais distantes dos grandes centros consumidores. A súmula vinculante não só representa o fim da guerra fiscal, mas também o início do caos empresarial, na visão de especialistas.
Na última semana, o Confaz realizou mais uma reunião para definir os termos do novo ICMS. No entanto, incluiu pontos que revoltaram Hauly. O primeiro é a relutância do Amazonas em permitir que a o ICMS retido na Zona Franca de Manaus seja reduzido. Hoje, eles cobram 12% de alíquota interestadual, mas dão 100% de crédito sobre o montante. Com a mudança para 4%, a região perderia seu principal incentivo.
Outra emenda é a manutenção da alíquota de 12% para as compras de gás. O Mato Grosso do Sul tem no produto 25% de sua receita. “Não aceitamos mais gambiarras. Esta decisão já está tomada. Ou muda tudo para 4%, ou vamos para o STF”, afirma Hauly.
COBRANÇAS - O secretário Hauly também cobra uma atitude do ministro Gilmar Mendes, que editou a súmula. “O STF não está cumprindo sua função. É sabido que não haverá consenso no Confaz.Não há mais porque perder tempo”, diz.
Hauly ainda aproveita para alfinetar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do Confaz. “Estou há três anos na secretaria e nunca sentei com o Mantega em uma reunião”, reclama.
A rusga com o ministro tem aumentado com a falta de flexibilidade da Fazenda em alterar o indexador da dívida dos estados. Os entes esperavam que o Ministério oferecesse a troca do IGP-DI, mais juros que variam de 6% a 9% ao ano, para o IPCA, além de juros de 4%. No entando, a única oferta foi um fundo de desenvolvimento regional (FDR), no valor de R$ 220 bilhões. Os recursos são dividos em repasses, 25%, e financiamentos, 75%. Neste caso, todos os estados pedem que a relação seja de 50% para cada montante.
RESISTÊNCIA E APOIO - Segundo Cláudio Trinchão, coordenador do Confaz, e secretário de Fazenda do Maranhão, se o Paraná seguir resistente, não haverá mais motivos para continuar a negociação. “A partir de agora, é inócuo”, afirma. A posição de Hauly pode dar força para que outros estados sigam o exemplo. “Ainda tenho fé de que ainda há uma saída política”, diz Trinchão.
Especialistas divergem sobre o tema. Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, afirma que a culpa do entrave é do governo federal. “Será lamentável se isso for adiante. Revela a incapacidade de negociação da Fazenda.” Já o jurista Ives Gandra Martins Silva apóia a posição do secretário Hauly, ao explicar que “governadores violentam dia e noite a Constituição e precisam ser enquadrados. Com a súmula, podem responder por improbidade administrativa”.
(Fonte: Gustavo Machado - Brasil Econômico)
Caso estados com renda menor insistam na relação de 4% para unidades “ricas” e 7% para as “pobres”, além da manutenção da alíquota atual de 12% para as compras de gás e para a Zona Franca de Manaus, o Paraná aguardará o julgamento da Súmula Vinculante nº 69, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma decisão apenas, o STF pode definir como inconstitucionais todos os incentivos fiscais fornecidos no âmbito do ICMS que não tenham sido aprovados pelo Conselho de Política Fazendária (Confaz).
Se o Estado levar adiante esta posição, será o pior dos mundos para companhias privadas que apostaram nos benefícios fiscais para levar fábricas a locais distantes dos grandes centros consumidores. A súmula vinculante não só representa o fim da guerra fiscal, mas também o início do caos empresarial, na visão de especialistas.
Na última semana, o Confaz realizou mais uma reunião para definir os termos do novo ICMS. No entanto, incluiu pontos que revoltaram Hauly. O primeiro é a relutância do Amazonas em permitir que a o ICMS retido na Zona Franca de Manaus seja reduzido. Hoje, eles cobram 12% de alíquota interestadual, mas dão 100% de crédito sobre o montante. Com a mudança para 4%, a região perderia seu principal incentivo.
Outra emenda é a manutenção da alíquota de 12% para as compras de gás. O Mato Grosso do Sul tem no produto 25% de sua receita. “Não aceitamos mais gambiarras. Esta decisão já está tomada. Ou muda tudo para 4%, ou vamos para o STF”, afirma Hauly.
COBRANÇAS - O secretário Hauly também cobra uma atitude do ministro Gilmar Mendes, que editou a súmula. “O STF não está cumprindo sua função. É sabido que não haverá consenso no Confaz.Não há mais porque perder tempo”, diz.
Hauly ainda aproveita para alfinetar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do Confaz. “Estou há três anos na secretaria e nunca sentei com o Mantega em uma reunião”, reclama.
A rusga com o ministro tem aumentado com a falta de flexibilidade da Fazenda em alterar o indexador da dívida dos estados. Os entes esperavam que o Ministério oferecesse a troca do IGP-DI, mais juros que variam de 6% a 9% ao ano, para o IPCA, além de juros de 4%. No entando, a única oferta foi um fundo de desenvolvimento regional (FDR), no valor de R$ 220 bilhões. Os recursos são dividos em repasses, 25%, e financiamentos, 75%. Neste caso, todos os estados pedem que a relação seja de 50% para cada montante.
RESISTÊNCIA E APOIO - Segundo Cláudio Trinchão, coordenador do Confaz, e secretário de Fazenda do Maranhão, se o Paraná seguir resistente, não haverá mais motivos para continuar a negociação. “A partir de agora, é inócuo”, afirma. A posição de Hauly pode dar força para que outros estados sigam o exemplo. “Ainda tenho fé de que ainda há uma saída política”, diz Trinchão.
Especialistas divergem sobre o tema. Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, afirma que a culpa do entrave é do governo federal. “Será lamentável se isso for adiante. Revela a incapacidade de negociação da Fazenda.” Já o jurista Ives Gandra Martins Silva apóia a posição do secretário Hauly, ao explicar que “governadores violentam dia e noite a Constituição e precisam ser enquadrados. Com a súmula, podem responder por improbidade administrativa”.
(Fonte: Gustavo Machado - Brasil Econômico)
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