Futebol que gera exportações
Projeto Copa do Mundo trará ao Brasil 2,3 mil importadores, investidores e formadores de opinião estrangeiros durante o torneio. Expectativa é movimentar mais de R$ 3 bilhões.
Aurea Santos
aurea.santos@anba.com.br
Divulgação/Apex
Expectativas de negócios superam R$ 3 bilhões
São Paulo – Além dos turistas que virão ao Brasil para acompanhar as partidas da Copa do Mundo, o torneio trará ao País 2,3 mil importadores, investidores e formadores de opinião estrangeiros interessados nas exportações brasileiras. Eles participam do Projeto Copa do Mundo, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em parceria com 708 empresas e entidades setoriais.
“O projeto faz com que os compradores internacionais tenham uma experiência única no Brasil, fazendo contato com diversas empresas. Isso forma uma plataforma de relacionamento única. É uma maneira de melhorar a imagem do produto e da empresa brasileira”, explica Jacy Braga, gerente de Marketing de Relacionamento da Apex.
O projeto Copa do Mundo inclui compradores de 76 setores, entre os quais se destacam casa e construção, alimentos, bebidas e agronegócios. De acordo com Braga, os visitantes vêm de mais de 100 países, sendo que Estados Unidos e Argentina terão mais representantes.
A agenda dos importadores inclui ações como rodadas de negócios, visitas a fábricas, feiras, fazendas e laboratórios, além de reuniões, palestras e seminários. No total, as empresas e entidades parceiras da Apex estão organizando 837 agendas de negócios, ou seja, programações para serem realizadas com os visitantes internacionais durante o período do torneio.
O ambiente de negócios irá se estender às partidas do mundial que os compradores estrangeiros vão assistir. A Apex montará um espaço exclusivo para promover o relacionamento entre os empresários brasileiros e os importadores. “O foco será na tecnologia brasileira, com tablets com jogos brasileiros, um pinball (fliperama) e jogos interativos brasileiros”, conta Braga.
A expectativa de geração de exportações e atração de investimentos durante a Copa do Mundo é superior a R$ 3 bilhões, valor obtido com um programa semelhante durante a Copa das Confederações, em 2013. Braga destaca que, além do volume de vendas gerado neste tipo de ação, o relacionamento e o conhecimento dos produtos e das empresas brasileiras também melhoram muito com a aproximação promovida pela ocasião do torneio.
“Na Copa das Confederações perguntamos aos compradores internacionais sua percepção de como eles encaravam o Brasil como parceiro de negócios. Antes do evento, aqueles que deram nota alta ou muito alta foram 58%, depois da viagem as notas altas ou muito altas subiram para 84%”, revela o gerente da Apex.
A imagem do Brasil melhorou em outros fatores durante a competição do ano passado. Perguntados sobre a percepção da qualidade dos produtos e serviços brasileiros, as notas altas e muito altas somavam 56% antes do torneio e passaram a 87% após a vinda dos estrangeiros ao País. Sobre a percepção do profissionalismo do empresário brasileiro, as notas altas e muito altas eram 40% antes e 87% após o evento.
Empresas grandes e pequenas irão participar do Projeto Copa do Mundo. Entre as marcas mais conhecidas estão Bauducco, Garoto, Piccadilly, Marcopolo, Randon, Portobello e Cecrisa.
Árabes em campo
Compradores de países do Oriente Médio e Norte da África estarão entre os participantes do Projeto Copa do Mundo. Nove companhias árabes, por exemplo, irão negociar em rodadas que serão realizadas na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, uma das entidades parceiras da Apex.
Divulgação/Apex
Partidas também fazem parte da agenda
“O projeto vai permitir também que os árabes possam visitar empresas e fornecedores para ver in loco suas instalações e determinar as perspectivas de negócios com essas companhias”, destaca Michel Alaby, diretor-geral da Câmara Árabe.
O executivo ressalta ainda que esta é uma oportunidade para se mostrar de fato o País aos árabes, em vez de somente falar sobre o Brasil, e também para que os compradores possam desfrutar do esporte nacional. “Os árabes são aficionados por futebol e pela Seleção Brasileira”, afirma.
As rodadas na Câmara Árabe serão realizadas em três fases diferentes. Nos dias 08 e 09 de junho ocorrem as negociações com empresas de alimentos da região do Golfo; nos dias 25 e 26 de junho as reuniões são com as empresas do setor de construção; e nos dias 02 e 03 de julho, com as empresas de alimentos do Norte da África.
“É também uma oportunidades para os árabes conhecerem o papel e as atividades da Câmara Árabe como apoiadora desse projeto e como entidade séria que pode dar continuidade aos contatos entre árabes e brasileiros”, aponta Alaby.
Os árabes que estarão nas rodadas da Câmara Árabe são parte de um grupo maior de compradores do Oriente Médio que virão ao País durante a Copa. Segundo Braga, a Apex está trazendo 68 importadores da região, de países árabes, como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Omã, Iraque, Líbano, Palestina, Jordânia e Líbia, e não árabes, como Irã e Turquia. Importadores do Sudão, país do Norte da África, também participam do projeto.
Estes compradores participarão de agendas promovidas por diferentes parceiros da Apex. Eles vêm ao país para fazer negócios em 18 setores, como alimentos, construção, calçados, farmoquímico, higiene pessoal e perfumaria, máquinas e implementos agrícolas, equipamentos médicos e produtos têxteis, entre outros.
“Os países árabes são muito importantes para as exportações brasileiras. Eles são fundamentais para o projeto e contamos com eles para fazer negócios nos eventos que vamos realizar com a Câmara Árabe e com outros parceiros”, completa o gerente da Apex.
http://www.anba.com.br/noticia/21863735/anba-na-copa/futebol-que-gera-exportacoes/
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