Argentina vai liberar licenças de 700 mil pares de sapatos retidos na alfândega, diz ministro brasileiro
De Monica Yanakiew
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Buenos Aires – A Argentina prometeu liberar “a partir de agora” as licenças de 700 mil pares de sapatos do Brasil, que estão retidos na alfândega causando um prejuízo de US$ 13 milhões ao setor, informou nesta quinta-feira (5) o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
Brasil e Argentina também estão negociando a proposta que os cinco países do Mercosul (mercado comum que integra também Paraguai, Uruguai e Venezuela) vão apresentar à União Europeia (UE) , entre os dias 18 e 19 de dezembro, em Bruxelas. Os dois blocos querem fechar um acordo de livre comércio há décadas, mas faltava a Argentina concluir a sua oferta – algo que possivelmente ocorrerá em uma reunião, no Rio de Janeiro, na próxima semana.
Os temas foram discutidos em dois dias de reuniões em Buenos Aires, com as novas autoridades argentinas, das quais participou também o assessor especial da Presidência do Brasil para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, renovou seu gabinete há duas semanas, quando voltou ao trabalho, depois de um mês de repouso devido a uma cirurgia para remover um coágulo no cérebro. Dois dos principais integrantes da nova equipe – o chefe do gabinete da Presidência argentina, Jorge Capitanich, e o Ministro da Economia, Axel Kicillof, viajarão a São Paulo este mês para se apresentar e manter encontros com empresários brasileiros.
Pimentel considerou que a mudança de equipe foi “positiva” e que o diálogo entre os dois países está “revigorado”. O ministro lembrou que Capitanich (um economista que, até novembro, era governador da província do Chaco) “conhece bem os lideres políticos brasileiros e tem uma visão parecida com a nossa de construir a integração”.
Com as mudanças, saiu de cena o secretário de Comercio Interior, Guillermo Moreno – o homem encarregado de equilibrar as contas argentinas, negociando acordos de preços com supermercados (para conter a inflação) ou barrando importações (para garantir um saldo positivo na balança comercial brasileira). Desde a moratória da dívida externa, decretada pela Argentina na crise de 2001, o país nao recebe créditos do exterior. Para obter divisas internacionais, os argentinos precisam exportar mais do que importar.
Augusto Costa, que trabalhava com Kicillof, foi indicado para o lugar de Moreno. Um dos temas que os argentinos querem discutir com o Brasil é a maior participação de autopeças fabricadas em seu pais em automóveis brasileiros. O acordo automotivo entre os dois países vence em junho de 2015.
Edição: Fábio Massalli
Agência Brasil
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