Importações de fertilizantes pelos portos do Paraná crescem em 2014
O volume de fertilizantes que entrou no país em 2014 pelos portos de Paranaguá e Antonina supera o registrado no ano passado. De janeiro a outubro, já são quase 8,4 milhões de toneladas de produtos importados pelos terminais paranaenses, 6% a mais que a quantidade recebida no mesmo período de 2013, quando foram importadas pouco menos de 7,9 milhões de toneladas.
Estes insumos agrícolas representam mais da metade das importações realizadas pelos Portos do Paraná em 2014 – 57% do total de cerca de 14,67 milhões de toneladas de produtos. A principal explicação para este aumento, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, é a ampliação da área de plantio da soja e a capitalização dos produtores.
Considerando apenas a movimentação de outubro, o aumento na importação dos fertilizantes é ainda mais expressivo: 18% em relação a 2013. Foram importadas 863 mil toneladas do produto no mês, contra pouco mais de 734 mil toneladas em outubro de 2013.
DESTINAÇÃO – Segundo o economista da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral, Marcelo Garrido, a maior parte desse fertilizante é destinada à cultura da soja no Paraná. “O fator mais significativo que explica a alta no volume importado é o aumento na área plantada nesta safra de verão. O melhor preço da soja em relação ao milho foi o principal motivo para o produtor ter optado pela soja”, explica.
De acordo com o especialista, o plantio da oleaginosa já está em andamento no Paraná. “Até a semana passada, tínhamos 61% da soja já plantados no Estado, sendo que o normal para esta época seria em torno de 72%. O atraso é reflexo das chuvas irregulares no mês de outubro e início de novembro”, afirma Garrido.
Ele explica ainda que o plantio se estende até dezembro, dependendo da região, e a colheita ocorre desde o final de janeiro até o final de abril, com picos nos meses de março e abril.
COMERCIALIZAÇÃO – Em relação às negociações, Garrido diz que elas estão em ritmo mais lento do que em anos anteriores. “Além dos produtores estarem mais capitalizados e com menos pressa de comercializar, a safra americana é muito grande neste ciclo. Em contrapartida, a demanda chinesa tem se mostrado bastante aquecida”, comenta o técnico do Deral.
De acordo com o economista, foram comercializados até o momento cerca de 6% do total da safra de soja paranaense. “Na safra passada, neste mesmo período, haviam sido comercializados 25% do total estimado”, completa.
A estimativa do Deral para a safra 2014/15 é de uma área plantada com soja de 5 milhões de hectares, 3% superior à safra passada. Em termos de produção, a previsão é de 17,2 milhões de toneladas, um crescimento de 18% em relação ao ano passado. “Problemas climáticos podem alterar essa previsão”, alerta.
De janeiro a outubro de 2014 foram movimentadas pelos portos do Paraná 39 milhões de toneladas de produtos, volume similar ao registrado no mesmo período do ano passado.
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